Vamos à praia! Mas, o Verão tem sido um fiasco neste início de mês de Agosto, com a chuva a fazer constantes visitas e o sol tímido ressentido da crise como se não pudesse ir à praia porque também está sem dinheiro para a viagem e para a estadia, que lá pelos lados do Algarve não é muito barata nesta altura e, por isso, seja obrigado a encurtar as férias, ou seja, menos sol que o habitual. Os portugueses também parecem estar a contar com a crise e estão solidários com a timidez deste sol. Porém, português cumpre a sua ida à praia como em outros tempos, para descansar de uns meses depressivos em que está obrigado a pensar no pior que está para vir. Como de costume, as filas rumo ao Algarve cumprem a velha tradição e não fogem às notícias do dia.
Não sou critico quanto a isso, nem tão pouco um velho do Restelo que ao ver os outros partir lamenta que tenham perdido a sanidade e estejam a condenar o futuro do país. Antes pelo contrário, prefiro incentivar as férias porque quem trabalha o ano inteiro é merecedor de um tempo de descanso, de preferência lá fora cá dentro. O nosso país vive do turismo, este é um motor que tem de ser explorado para o mercado interno e também para o mercado externo, dado que este pode ser um forte motor de dinamização da economia nacional, desde que explorado convenientemente porque dele dependem muitos postos de trabalho, de pessoas que vivem e sobrevivem do que o turismo lhes dá.
Compreendo que assim seja porque também eu cresci e trabalhei numa terra onde o turismo é um "ganha-pão" para se sobreviver no Inverno, numa terra que não tem outra forma de subsistir. Nestes tempos de crise também essas gentes sentem na pele as dificuldades e sentem muito a falta de quem quer passar umas boas férias num local calmo e agradável como é o Gerês.
Fazer o turismo como motor da economia deve ajudar ao despertar do sol em mês de Agosto, tempo que este deve estar no seu melhor.
Manuel de Sousa
manuelsous@sapo.pt