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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

RUI VELOSO A SALVO PORQUE NÃO GANHAMOS O EUROMILHÕES

Manuel Pereira de Sousa, 12.08.12

Existem pessoas neste mundo que podem bem ficar satisfeitas por eu, e mais algumas pessoas com quem joguei o Euromilhões, não termos ganho o prémio tão desejado.

Eis que alguém do grupo está a programar as suas férias para os lados de Porto Covo e, no meio do nada, surge a sugestão de contratar o Rui Veloso para cantar durante toda a viagem, de Braga até Porto Covo. Atenção! cantar sempre a música, Porto Covo, até à exaustão; até não poder mais; nem que o Rui ficasse todo rouquinho ou a cantar em murmúrios, como a Amália nos últimos tempos de carreira.
                                                                                                                                                         
                                                                                          Perdoa-me Amália e não me envies um raio porque eu gosto muito de ti e emociono-me quando oiço os teus fados - até abro os braços e bato com os deditos na palma da mão "Obrigada, Obrigada! Palminhas, Palminhas!" (aquilo que só ela fazia e que todos sabem o que é).

Por isso, o Rui deve estar satisfeito e feliz da vida por não ser alvo de tanta e temível crueldade. Ele ficaria tão saturado da música, mais saturado que ter de a cantar em cada espectáculo ou ter de a repetir interminavelmente quando está a compor e a gravar. A isto se chamaria exploração musical até ao limite - quiçá poderá um dia ser considerado crime.

 

Já que não há dinheiro para contratar o nosso Rui Veloso, há sempre alguém que tenha a música gravada que possa emprestar à minha colega para ouvir no carro durante a viagem - não é a mesma coisa, mas tapa o buraco. Eu não tenho cá o Rui Veloso, mas tenho o Youtube a fazer o milagre musical de reproduzir repetidamente a música de Porto Covo.

(Neste momento, escrevo apressadamente para não ouvir muitas vezes a música - já vai na segunda repetição - apesar de gostar dela e de me lembrar Porto Covo).

 

                                                                                                      (fonte: Youtube)

 

Para que quem não sabe a letra na totalidade aqui vai (encontrada no Google):

 

Roendo uma laranja na falésia 

Olhando o mundo azul à minha frente,
Ouvindo um rouxinol nas redondezas,

No calmo improviso do poente

 

Eu não sei como se roem laranjas!? Será que é como se comem as maçãs? Por norma, descasco com afinco, com os dedos. O azul do mar em Porto Covo é magnifico e o pôr-do-sol deve ser espectacular. Só nunca ouvi foi os rouxinóis pelas redondezas.

Em baixo fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como prata
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baías de piratas

 

A brisa a contar histórias (está bonito) deve meter um medo de morte como se fossem coisas de outro mundo. Será que o Rui ouve vozes do além? Dos piratas que rondavam aquela zona e que andam como almas perdidas atrás dos visitantes? Será que sabem de D. Sebastião?

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

 

Ai o amor e o pessegueiro. Porque raio havia o rapaz de plantar um pessegueiro numa ilha? Isto pode ter interpretações muito perversas e pode ser a razão do amor ter resultado num sofrimento terrível.

A lua já desceu sobre esta paz
E reina sobre todo este luzeiro
Á volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no brazeiro

Ao longe a cidadela de um navio
Acende-se no mar como um desejo
Por trás de mim o bafo do destino
Devolve-me à lembrança do Alentejo

 

O bafo do destino. Quantos já sentiram um bafo, vindo de algures, e se projectaram para outros destinos. Aqueles agradáveis que provocam sedução e aqueles que provocam a revolta do estômago e agonia do espírito.

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

Roendo uma laranja na falésia
Olhando à minha frente o azul escuro
Podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo 


Rui, da próxima vez que cantares esta música vais sentir mais liberdade porque o destino é teu amigo e te salvou de tamanho sacrifício - mais negro que as lendas que a brisa te contava dos piratas.

SEXTA-FEIRA 13 - NO LO CREO, PERO QUE LAS HAY, LAS HAY!

Manuel Pereira de Sousa, 13.07.12

É Sexta-Feira 13! O medo ainda por aí. O medo do azar deste dia que teima em perseguir o pobre mortal que cada um é. 
«NO LO CREO, PERO QUE LAS HAY, LAS HAY!» Não creio, mas que as há, há; um velho ditado, muitas vezes, dito e entoado na língua de nossos irmãos, os do país do lado.
 

Não passes por debaixo da escada!

Cuidado se vires um gato preto!

São tantos os medos, as superstições que se criam para um dia que até pode ser de sorte, de muita sorte - afinal é dia de sorteio do Euromilhões.

 

Só me lembrei que era Sexta- Feira 13 no final do dia, quando perguntei a alguém: Quantos são hoje? Que dia maravilhoso e chuvoso em pleno Verão, fresco. Para já, um dia que está a correr dentro do normal, nesta minha condição de pobre mortal que povoa este mundo. O meu gato é preto e branco, um pobre animal que se fosse todo preto não tinha culpa do medo que se criou em torno deles - é tão querido e simpático e só quer brincadeira.

 

As bruxas andam à solta e estão todas contentes por poderem comemorar o seu dia.

Mas há bruxas?

(agora falando baixinho)

 

Sim, andam por aí as esvoaçar a alta velocidade, por entre as ruas e as casas, as nossas casas e já não usam vassoura - carro a diesel. Têm um riso sarcástico e irritante, mas branco e bem cuidado - andam sempre no dentista. Vestem preto e outras cores da moda - como o comum dos mortais. Usam salto alto e chapéus muito fashion. Vão à praia e no Inverno vão ao solário. Usam cartão de crédito e têm a mania das compras.

Cuidado! há muitas bruxas por aí. Por vezes não as reconheço, mas estão espalhadas por todo o lado. Agora até andam na Universidade e tiram cursos de bruxaria já com Bolonha - ainda não há cursos de um ano como o que o Sr. Ministro tirou.

 

 

NO LO CREO, PERO QUE LAS HAY, LAS HAY!

Se não existissem não se falava tanto de "Caça às Bruxas"