Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

O ORGASMO - ANDAMOS AQUI POR SUA CULPA!

Manuel Pereira de Sousa, 31.07.14

O orgasmo. Andamos neste mundo por causa dele - o orgasmo. Um dia, com um grupo de colegas lá da escola, ainda no oitavo ano, liguei para uma linha de apoio especializada em educação sexual ou coisa parecida para questionar o que era o orgasmo. O tempo de espera pelo atendimento da chamada foi mais demorado que o tempo da pronta resposta. Tal como o orgasmo antes de ser atingido, em que há todo um tempo de preparação, assim esperei ansiosamente que me atendessem com a vergonha em fazer tal pergunta. Mas, como homem corajoso na plenitude da adolescência, questionei com objetividade: o que é o orgasmo?

Sabemos bem que estamos cá por sua causa; mas o tabu em falar abertamente dele como falamos de política, novelas ou futebol faz de si um assunto em que se fala com reserva, só com aqueles que privam connosco e corados pela vergonha.

Vejam só: Corar de vergonha pelo ato mais comum que pode existir entre casais, namorados, amigos coloridos e até entre profissionais do sexo. Ato comum porque será sempre impossível de calcular quantos orgasmos estão a acontecer neste preciso momento e  em cada segundo de cada hora e de cada dia. O orgasmo acaba por ser uma corrente humana que se espalha pelo mundo de forma mais rápida que um vírus. Se fosse um vírus, era aquele que todos gostariam de se contaminar.

É impensável que nos dias de hoje exista tanto tabu. Quanto mais acesso e liberdade temos mais tabu existe. É um contrassenso. Vejamos pela série Spartacus o que era há uns milénios de civilização. Vejam como era no tempo dos romanos em que o sexo se misturava em qualquer cena da vida comum de forma aberta, pelos palácios, casas de alterne e outros sítios de gozo e lazer.

Voltando ao oitavo ano, altura em que vi o filme inspirado no livro de Humberto Eco, "O Nome da Rosa", mais uma vez o orgasmo faz parte da História ou história amorosa entre um jovem monge e uma rapariga que aparecia lá na abadia para roubar comida. De lembrar que, nesse tempo já a Igreja contaminava as mentes dos crentes com o medo do pecado pelo sexo e pelo orgasmo e até pela masturbação. O mesmo se passou noutras crenças, embora pouco se fala pelo seu pouco peso na sociedade. O que é certo, é que nem esses pregadores eram capazes de resistir ao prazer máximo do sexo de forma continuada e com o conhecimento do povo.

A Igreja, ainda presa ao passado, viverá sempre seduzida pelo orgasmo. A única voz lúcida e publica, escrita e divulgada sobre o assunto sem tabus e de forma coerente e moderna foi de Bento XVI, na sua primeira encíclica "Deus Carita est" - afinal dá razão a Nietzsche, sobre a contaminação que a Igreja fez do amor. Assim Bento XVI conclui que o amor depende do sexo e o orgasmo é a parte final e fundamental para a consumação do ato e do prazer.

Muito poderia falar do orgasmo. Basta investigar, ler e perceber mitologia. O orgasmo foi e sempre será parte importante da história da Humanidade. Sem ele a existência do Homem está condenada.

Voltando à minha história do oitavo ano - passado este tempo já estava a ser atendido por uma senhora -; mantive o peito firme e a coragem para questionar o que era o orgasmo. A resposta foi - de forma sensual: o orgasmo é o momento de maior prazer que um homem e uma mulher podem ter numa relação sexual. O dito clímax.

UMA NOTA SOBRE O SR. ORGASMO

Manuel Pereira de Sousa, 26.12.12

Prometi aos leitores deste blogue a publicação de uma entrevista com o Sr. Orgasmo – não está esquecida. Digamos que tem sido difícil ter a oportunidade para que a mesma seja concedida – o orgasmo anda sempre de fugida, tipo rapidinha em tudo quanto é lado. Mesmo em tempo de crise tem sido muito solicitado – ainda que os estudos digam que em tempos de crise o desejo sexual decresce –, contrariando todos os estudos.
No tempo de Natal, o Sr. Orgasmo tem sido muito solicitado porque, no meio de tantas prendas, há aquelas bem “malandrecas” que os casalinhos logo querem experimentar. Na passagem do ano também se prevê uma época de bastante trabalho para este senhor, pois são muitos os casais que querem atingir o ponto do clímax na viragem do ano – imaginem os quilómetros que terá de percorrer do Oriente a Ocidente e em cada hora de passagem do ano num determinado país. Por estas e outras razões que uns atingirão o clímax antes e outros depois (não se trata de orgasmo precoce ou retardado como muitos tentam explicar – é mesmo incapacidade do Orgasmo chegar a todos os locais em que está a ser solicitado). A próxima passagem do ano será com muito sexo (?), pelo menos em Portugal, porque 96% dos portugueses prevê passar o ano em casa, em vez das saídas para as discotecas ou para outras festas um pouco por todo o lado.
Em tempos de austeridade fico feliz que o Sr. Orgasmo tenha muito trabalho, agora mais nas casas dos desempregados que fora de casa ou nos locais de trabalho.
Continuaremos à espera de uma entrevista para que os segredos sejam desvendados. E se necessitarem do Sr. Orgasmo na passagem do ano, reservem com antecedência.

O QUE SERIA DO HOMEM SEM SEXO?

Manuel Pereira de Sousa, 26.09.12

Uma questão bem pertinente, que certamente poucos ousaram pensar ou nem sequer põem essa hipótese por tão terrível ou mesmo absurda que possa parecer. 

Dizem que viver sem sexo, em total abstinência, é possível porque este não é uma necessidade para a vida como a água ou a alimentação. Porém, não seria a mesma coisa. Sexo é das coisas, dos actos mais velhos do mundo, presente na generalidade do Reino Animal. A multiplicação e continuidade da vida das espécies estariam seriamente comprometidas se de um momento para o outro o sexo deixasse de existir. 

O sexo é acima de tudo um acto animal e fisiológico, mas que, pelo menos no ser humano pode ser muito mais que um acto fisiológico, mas uma manifestação de prazer, desejo, amor, sensualidade e muito mais. 
Apesar de alguns animais terem relações apenas como objecto de procriação, não temos bem a certeza ou pelo menos não existem estudos suficientes que nos garantam que estes também buscam sexo para obter satisfação. Mal de nós se apenas procurássemos o sexo apenas para procriação. Não sei, mas viveríamos um caos psicológico e patológico ou então habituávamo-nos à ideia (será que muitos se habituariam?). 

O sexo muito mais que um acto físico é também um exercício de libertação e satisfação a vários níveis, que pode contribuir para o funcionamento e equilíbrio emocional e psicológico das pessoas, assim como, a melhoraria do bem-estar e do dia-a-dia de cada um. É também uma demonstração de amor e intimidade por alguém e uma forma de selar uma aproximação entre elementos do acto sexual. De forma homo ou hetero, todos procuram algo e isso faz do sexo uma contribuição para a busca da essência mais íntima de cada um, a essência que se encontra mais escondida e talvez mais real de cada ser humano. 
É claro que muitos encontram no sexo uma emancipação social. Mostrar aos amigos e às amigas que «comeram» aquele ou aquela ou mesmo a procura de satisfação quando o outro alguém já não é capaz de satisfazer ou transmitir aquilo que se deseja. 

Sexo pode ser para muitos um negócio onde se compra e vende, sendo o corpo um objecto de trabalho para que se consiga seduzir o outro e provocar-lhe prazer. É um negócio onde se vendem milhões, mas de forma mais escondida e pouco falada. Quanto contribuiria a industria do sexo no PIB do nosso país se tudo fosse feito às claras e na legalidade? Não haveria certamente défices orçamentais. 

Não se pode pensar no Homem sem a sua componente sexual ou então resumiríamos muito da sua essência como pessoa. 
Por muito que se diga que o sexo é um fruto proibido e apesar de durante muito tempo se ter doutrinado o sexo como um pecado, o certo é que, se assim fosse, a grande maioria viveria em pecado irremediavelmente e os filhos fossem fruto desse pecado e os mal amados do mundo.

É tempo de abolir esses preconceitos e ignorar que a maioria não se delicia com uma relação porque já ninguém acredita que as cegonhas trazem os bebés ou que estes têm origem num feijãozinho. Já nem as crianças acreditam nessa teoria. 
O sexo é dos actos que melhor faz ao Homem e o ajuda a ser Homem no dia-a-dia, enquanto tiver desejo e forma de satisfazer esse desejo.

O DIÁOLOGO DO HOMEM COM O SEU PÉNIS PELA MANHÃ

Manuel Pereira de Sousa, 21.09.12

- Bom dia! Está tudo bem aí por baixo?
- Como todas as manhãs. Nada de diferente. E tu estás bem?
- Mais ou menos. Para ser sincero não estou muito bem.
- Dói-te a cabeça?
- Não, isso é com as mulheres em períodos específicos do mês.
- Ah! Não me lembres disso porque eu não gosto muito daquilo que as mulheres têm todos os meses. Mas, então o que tens?
- O mesmo incómodo de sempre, de todas as manhãs.
- O quê?
- Já falamos sobre isto em várias fazes da minha vida.
- Ah!!! Não estava a atingir. Estás a queixar-te por eu estar firme e hirto todas as manhãs.
- Nem mais.
- Não vejo qual é o incómodo; até te devias sentir satisfeito com o símbolo da virilidade masculina.
- Pois… é muito bonito para eu fazer ver a elas. Não é muito agradável de manhã quando quero dar a minha mijinha. Sabes bem que o teu tesão não é propriamente erótico, é mais fisiológico. Percebes?
- Claro que sim. Desculpa lá estar a dificultar o teu ato de urinar, mas são fisiologias que eu nem sempre domino. Não trabalho sozinho; essa cabeça aí em cima tem muita influência.
Digo sempre que um pénis sozinho não é tudo, apesar de muito homens pensarem isso (pensam sempre com a cabeça de baixo). Por detrás da minha beleza e do meu admirável físico, há toda uma psicologia que é preciso entender e que para as mulheres funciona de uma forma diferente.
- Essa agora! Estás a querer dizer que és um sabichão e doutorado em matéria de encantamento como as flautas que encantam as serpentes.
- Pois, se eu não fosse sabichão não provocavas as delícias nelas. Se não fosse eu o que seria de ti? Não comias.
- Está bem, está bem. Tens razão. Mas não abuses. Afinal não te trato assim tão mal.
- Por acaso não. Bem… tirando as vezes em que me escravizas e eu tenho de trabalhar em dose dupla ou tripla, posso dizer que me tratas minimamente bem. TIRANDO AS VEZES, COMO AGORA, EM QUE ME TORCES O PESCOÇO PARA MIJAR, até me estarias a tratar bem.
- Eu sei que não gostas, mas tenho de resolver isto. Da próxima mantém-te quieto e ensonado, que assim já posso fazer as minhas necessidades sem ter torcer o pescoço.
Isso, bom menino.

EFEITO BATOM – PORTUGUESAS, AUMENTARAM OS GASTOS EM PRODUTOS DE BELEZA?

Manuel Pereira de Sousa, 07.09.12

(A forma como a questão é colocada é dirigida às mulheres, na esperança que possam responder. Se fosse uma questão genérica, a vírgula não estaria colocada – diferença que faz a vírgula (a grande mulher)).

 

Com o mundo globalizado e consideravelmente consumista, acredita-se que a sociedade portuguesa é muito aproximada à sociedade norte-americana –  ainda que eu acredite que os americanos são o extremo do consumismo (quanto a isto, é apenas uma opinião porque não sou especialista).
Isto para dizer que um estudo norte-americano “Boosting Beautty In A Economic Decline: Mating, Spending and the Lipstick Effect (em português corrente: Realçar a Beleza Durante o Declínio Económico: Namoro, Gostos e Efeito Batom), divulgado no Journal of Personality and Social Psychology –  defende que nos tempos de crise e com o aumento do desemprego as mulheres tendem a provocar o efeito batom, de forma a tornarem-se mais sedutoras, para conquistarem homens economicamente bem-sucedidos e que lhes dê uma situação financeira mais estável. Acreditam esses investigadores que as mulheres, por natureza, já apreciam homens com boa posição social e económica, mas nos tempos de crise apreciam muito mais (mais que os homens que procuram uma mulher).
Este estudo não terá sido feito com meras conclusões de comparações (melhor: em cima do joelho), mas foi baseado em estudos de compras e taxas de desemprego durante os últimos vinte anos.

É facto que as lojas de vestuário, acessórios ou maquilhagem são as mais apetecíveis e concorridas dos centros comerciais (já estive parado numa esplanada de shopping a reparar à minha volta o ambiente – coisa de gajo).

Se este estudo tem alguma credibilidade (?) até acredito que o tenha. Acho que, mais que engatar, nos tempos de grande depressão as mulheres têm a necessidade de se arranjarem melhor como forma de melhorar a autoestima, ainda que isso possa levar à compra de muitas futilidades. Acontece mais com as solteiras? Talvez. O facto de não terem família, aliada à necessidade de saírem de casa para curtir – consequência de maior “liberdade” - tem o efeito batom, para se colocarem mais bonitas e vistosas.
Por muito que a posição social seja importante para a mulher (necessidade de segurança?), o facto é que necessitam (atualmente mais) de estarem bem bonitas, arranjadas e cheirosas para terem alguma sorte no amor ou no engate (chamem o que quiserem). Afinal, haverá homem que se encante por alguém sem o mínimo cuidado pela beleza? Imaginem a nossa cara se vemos uma mulher sem a depilação feita (torcemos o nariz, horror), ou sem o cabelo arranjado, ou com as mãos nojentas e a unhas carcomidas (hui!) e cheirinho a suor (não, chega de visões infernais).
No caso da mulher portuguesa, o tempo em que a sua imagem era de uma mulher grosseira, desproporcional e com bigode já terminou. A mulher evoluiu positivamente para uma imagem bela e mais cuidada (ainda bem para o público masculino).

Numa filosofia mais moralista, o que interessa é a beleza interior –  o conteúdo da embalagem pode ser melhor que a aparência – mas antes de apreciar esse conteúdo interior, a aparência é muito importante ou então ficariam arrumadas para um canto.

Os mesmos investigadores consideram que a preferência por produtos de beleza é sempre pela linha dos mais caros, quando há a possibilidade de escolha com os mais económicos. Esta preferência estará relacionada com a capacidade de efeito dos mais caros. Exceções à parte, o mais caro pode fazer a diferença no tipo de perfume, de creme ou batom (não considero muito atraente quem usa Tabu para se perfumar ou usa um daqueles batons que borrata tudo ao mínimo deslize) e logicamente que, podendo escolher, se opte pelo mais apetecível e mais caro.

O efeito batom está aí e mulher que é mulher, quer haja crise ou não, tem sempre que se pôr bonita e sorridente para sair de casa e não ficar arrumada a um canto à espera do príncipe encantado –  esse, só nas histórias.
Evoluiu-se, claro que sim e mesmo com a idade a mulher tem necessidade de cuidados extra (massagens, tratamentos de pele, ginásio, solário, dieta) para que se mantenha jovem atual e atraente - se quiser merecer a nossa atenção. Se existem exageros, claro que sim; mas não condeno todas as outras que procuram estar de bem consigo e com o objetivo de agradar um público masculino mais exigente. 


Artigo baseado na notícia o Jornal i em: http://www.ionline.pt/mundo/efeito-batom-quando-economia-cai-mulheres-ficam-mais-bonitas

A LEI DO RUÍDO E O SEXO

Manuel Pereira de Sousa, 01.09.12

Já se imaginou a ter vizinhança a bater-lhe à porta ou mesmo a polícia porque está a fazer barulho a mais durante a noite e em pleno ato sexual?
Pois… Deve ser um transtorno daqueles que ninguém imagina, ou pelo menos quase ninguém. Certamente que alguns dos que lêem esta crónica já ouviram os vizinhos em pleno ato, por muito bom isolamento que exista no apartamento, a não ser que os vizinhos vivam sós, não tenham hábitos sexuais ou sejam silenciosos (?).

                      
                                                                                    (Silêncio)

Estava a tentar perceber se aqui no meu prédio está tudo sossegado ou se existiam por aí alguns gemidos perdidos. Mas, posso dizer-vos que está tudo calmo.

A questão inicial está relacionada com uma notícia que li no Jornal “i” que passo a citar: Os britânios Jessica e Colin, de 34 e 45 anos, foram acusados pelos vizinhos por fazerem muito barulho durante o acto sexual.

Pelos vistos a polícia foi chamada ao local 20 vezes em quatro meses. Imaginem a sorte destes vizinhos, que em vez de seguir o exemplo do casal ficaram ruídos de inveja. Sim, isto deve ser mesmo inveja do pobre casal que se liberta e manifesta em comemoração pelos belos momentos que vivem juntos. E são 5 vezes por semana que estes praticam sexo, a ponto do homem acusar a mulher de ser insaciável. Pelo que dá a entender, a culpa de todo o barulho é da mulher, que por norma é quem mais decibéis liberta comparativamente aos homens que são mais controlados. É perfeitamente normal que após todos os alertas continuem a fazer barulho, já que nesses momentos a consciência ultrapassa qualquer limite - querem lá saber o que pensam os vizinhos.

Pelos vistos foi dada ordem para ficarem se sexo (já que o deles implica barulho) durante 72 horas, que não foram cumpridas – ao fim de 48 horas lá foi a polícia novamente ao local.

Se estivessem no lugar do casal o que fariam? Acatavam com a decisão?

Se estivessem no lugar dos vizinhos, qual a ação a tomar? Ficariam pacientes a ouvir e a desejar sorte igual?

Existem acontecimentos insólitos, mas que na realidade dão que pensar ou que gemer…

AGUARDAMOS O REGRESSO DO ORGASMO

Manuel Pereira de Sousa, 28.08.12

Depois dos artigos INACREDITÁVEL: O ORGASMO TAMBÉM TEM DIA! e a grande HISTÓRIA DE VIDA DO ORGASMO surgiu a ideia de QUE TAL ENTREVISTAR O ORGASMO?

A entrevista está a ser preparada. Acontece que o orgasmo foi de férias e anda por outras paragens. Aguardamos o seu regresso para a Grande entrevista “Orgasmica”. Já recebemos algumas questões. Podem continuar a enviar questões que gostariam de fazer. Se tiverem alguma vergonha em deixar comentário enviem e-mail para manuelsous@sapo.pt .

HISTÓRIA DE VIDA DO ORGASMO

Manuel Pereira de Sousa, 01.08.12

Ainda a propósito do Dia do Orgasmo, celebrado ontem, que já tive a oportunidade de falar aqui no meu blogue, continuei a pensar sobre a razão - inteligente ou não - de se ter criado um dia a si dedicado em alternativa a outras causas ou coisas quaisquer. Não quero pensar (já pensei) no que estavam a pensar ou a fazer as pessoas que dedicaram o 31/07 como um dia importante para a sexualidade mundial. Pensei sim, na razão de se terem lembrado do Orgasmo que tem andado bastante deprimido nos últimos anos.

 

A história de vida do orgasmo deve ser recordada nestas linhas e a si deve ser dedicada uma homenagem ao seu esforço e dedicação, em proporcionar o prazer de homens e mulheres deste mundo e de todas as vivências felizes que foi proporcionando - ainda que no final cada um tenha ido para cada seu canto (não todos, alguns). É louvável esta atitude gloriosa de guerreiro... de guerreiro talvez não... de Pai Natal da sexualidade (da mesma forma que o Pai Natal vai em todas as casas na noite de Natal, também o orgasmo corre por muitos sítios em pouco tempo; é em casa, no carro, na praia, no hotel, na tenda, no elevador, na casa de banho, no escritório, etc, etc, etc; é longa a liste de sítios onde o podemos encontrar).  O orgasmo é um daqueles amigos recebidos sempre com uma vontade imensa, ora de forma silenciosa, ora de forma mais acalorada e estridente, a ponto dos vizinhos darem conta da sua chegada - é um amigo do peito e de outros sítios.

 

Mas, nem tudo são maravilhas (antes fosse). O orgasmo anda deprimido faz algum tempo e isso reflete-se na frequência das suas viagens pelo mundo. Com os cortes nos investimentos e nas mordomias, apenas pode viajar em classe turística e quando é estritamente necessário, tendo provocado um congestionamento de pares a desejarem o orgasmo. Os portugueses, pelo menos, tiveram de aprender a fazer o acto (o sexo) na mesma velocidade que o Ministro das Finanças fala, para dar tempo a que o orgasmo chegue. Por vezes, chega atrasado e bastante soado e sofrido.

 

Ele tem-se queixado muito da crise - é isso que o deixa deprimido. Cortaram-lhe o subsidio de Natal e de Férias - isso deixou-o estoirado. Actualmente vê-se confrontado com a deslocação para o quadro de mobilidade com horário zero (imaginem que desgraça aí vem se o horário zero lhe é atribuído) e confrontado com as contratações em regime de Outsourcing que poderão provocar a sua dispensa de funções de utilidade pública. 
A agravante de tudo isto: o orgasmo não tem estabelecida idade de reforma, trabalha até que as gentes ainda tenham força e coragem para praticarem sexo. Trabalhar com a supressão dos feriados e diminuição dos dias de férias é o que lhe espera, para além de, receber um valor muito baixo pelas horas extraordinárias (já sabem que se o orgasmo não chegar naquele momento é porque fez greve às horas extra. Optem por fazer o serviço e chamarem-no a horas de expediente).

 

É uma vida f... esta de orgasmo mal amado e mal pago. Assim se tratam os heróis.

INACREDITÁVEL: O ORGASMO TAMBÉM TEM DIA!

Manuel Pereira de Sousa, 01.08.12

Há coisas que não percebo, então não é que ontem, 31/07, foi o dia do orgasmo! Fiquei surpreendido quando ouvi na rádio, pela manhã, os locutores a anunciarem-me esta novidade. Imediatamente pensei, criam-se dias para tudo e mais alguma coisa, para que nada na vida seja esquecido durante o ano.

 

Leram bem, nada na vida seja esquecido. O orgasmo está esquecido na vida para ser lembrado durante o ano? Hum... Há qualquer coisa de errado. O que seria se no sexo o orgasmo fosse esquecido? Não tinha piada nenhuma... Não faria sentido os parceiros andarem-se a comer durante um período de tempo para depois não dar em nada. É claro que o fim de uma relação é sempre o orgasmo, para que tudo fique em beleza (agora imaginem a cara de felizes que todos fazem, no final, quando realmente houve satisfação).

A propósito, lembram-se de, há uns anos, existir uma linha gratuita para esclarecimento de dúvidas sobre sexo? Sim, essa mesma... Malandros, devem ter ligado muitas vezes às escondidas. Eu confesso que também liguei. Lembro-me como se fosse hoje. Andava no 8 ano e liguei num dos intervalos das aulas. Na minha escola existia uma cabine telefónica ao pé da sala onde tinha aulas (estou mesmo a ver como se fosse hoje) e combinado com os meus colegas (eu é que era corajoso) liguei para lá, para perguntar o que era o orgasmo. Esperei algum tempo para ser atendido (se calhar a senhora estava longe do telefone ou andava ocupada com essas coisas do sexo) por uma senhora muito educada. Eu ganhei uma grande coragem e fiz a questão (com alguma vergonha, mas fiz). Qual foi a resposta? A resposta foi bastante convincente. Porquê? Porque foi dita com sensualidade.

 

Ah! a resposta, pois... O orgasmo é o maior prazer mutuo que um homem e uma mulher podem atingir numa relação sexual. Agora pensem na resposta dita de forma estrondosa e sedutora porque foi com essa percepção com que fiquei ou era um louco.

 

Poderia agora dizer e manifestar-me contra a descriminação positiva em relação à criação de um Dia Mundial do Orgasmo, quando se deveria pensar nele todos os dias e não pensar apenas, pratica-lo também. Se foi criado um dia para ele é porque tem sido profundamente mal tratado pela sociedade (acho isto daria um grande tema de conversa).

 

Bom dia e bons coisos... Desculpem foi ontem, mas hoje também pode ser.