A MINHA PÁSCOA, A NOSSA PÁSCOA
Pela primeira vez na vida a minha Páscoa será bem diferente. O isolamento que me compete respeitar dita o afastamento da família. Creio que muitos estejam a passar pelo mesmo sentimento. São as consequências da pandemia, que nos impede do que é mais importante para grande maioria de nós: a família.
O recurso aos meios tecnológicos permitem diminuir esse afastamento a que somos obrigados; permitem ouvir a voz, por vezes, ver, mas ainda assim a insuficiência de sentir a presença, o afeto.
A Páscoa por tradição é uma festa de união com a família, de união dos amigos, independentemente da importância religiosa que possamos atribuir, é uma época de encontro. Este ano terá de ser algo mais pacato e contido, terá de ser essencialmente interior.
São dias que passam rápido, em que numa situação normal voltaríamos à rotina, mas nos tempos que correm a Páscoa passa e as nossas vidas mantêm-se na incerteza; não sabemos o que nos espera as próximas semanas, o que decidirá o Governo, como se organizará o nosso mundo. A vida depois da Páscoa será diferente, será uma ressurreição para algo novo ainda sem certeza de ser bom porque a perspetiva é de algo bastante negro, improvável e indefinido no tempo.
Aquilo que posso concluir é que nada será como antes, nem pode ser.