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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

A MINHA PÁSCOA, A NOSSA PÁSCOA

Manuel Pereira de Sousa, 12.04.20

Pela primeira vez na vida a minha Páscoa será bem diferente. O isolamento que me compete respeitar dita o afastamento da família. Creio que muitos estejam a passar pelo mesmo sentimento. São as consequências da pandemia, que nos impede do que é mais importante para grande maioria de nós: a família.
O recurso aos meios tecnológicos permitem diminuir esse afastamento a que somos obrigados; permitem ouvir a voz, por vezes, ver, mas ainda assim a insuficiência de sentir a presença, o afeto.
A Páscoa por tradição é uma festa de união com a família, de união dos amigos, independentemente da importância religiosa que possamos atribuir, é uma época de encontro. Este ano terá de ser algo mais pacato e contido, terá de ser essencialmente interior.
São dias que passam rápido, em que numa situação normal voltaríamos à rotina, mas nos tempos que correm a Páscoa passa e as nossas vidas mantêm-se na incerteza; não sabemos o que nos espera as próximas semanas, o que decidirá o Governo, como se organizará o nosso mundo. A vida depois da Páscoa será diferente, será uma ressurreição para algo novo ainda sem certeza de ser bom porque a perspetiva é de algo bastante negro, improvável e indefinido no tempo.
Aquilo que posso concluir é que nada será como antes, nem pode ser.

ESTÁ UM TEMPO DE PÁSCOA

Manuel Pereira de Sousa, 19.03.16

É tempo da Páscoa. A meteorologia está mesmo a calhar – tempo meio escuro, nublado, por vezes, com uns pingos de chuva. Se não fosse assim não era a mesma coisa. Diz o velho ditado: Ramos molhados Páscoa enxuta. Por muito que lá em cima o tempo ande meio avariado, lá se vai cumprindo.

O rufar dos tambores vem lá do fundo. São sinais da procissão. Estamos em vésperas de dia de ramos, domingo de ramos. Braga prepara-se para a semana santa. É das semanas mais importantes desta cidade – a Roma portuguesa. A procissão segue por entre as ruas do centro histórico rumo à Sé. São figurantes, alguns tapados, trajes roxos – cor dominante no tempo da paixão.

Assim que a procissão recolhe, a chuva cai; grossa e impiedosa para com aqueles que preferem ficar na rua.

Será a semana das procissões, concertos e cerimónias religiosas solenes.
Tudo é preparado da forma mais meticulosa – a importância das cerimónias e o número de pessoas que acorrem à cidade assim o exige. São momentos onde a religiosidade se manifesta na rua e em que o lúdico se confunde com a fé.

É tempo de Páscoa. Tocam os sinos da Sé e a chuva pesada aceita a ordem de abrandar.

PÁSCOA AINDA É O QUE ERA

Manuel Pereira de Sousa, 19.04.14

Já passaram dois mil anos daquela que é a história mais narrada, retratada em filme, em peças de teatro, em música, entre outra possíveis formas de expressão – falo da paixão e morte de Cristo.

Apesar dos tempos, contagiado por momentos em que a fé vacila, a morte de Cristo e a Ressurreição continua a ser um dogma de fé para muitos crentes, aqueles que acreditam que existe algo para além desta difícil vida terrena. A vida de Cristo continua ser contagiante, continua a ter seguidores e terá sempre porque este homem, independentemente da divindade, trouxe no seu tempo uma revolução filosófica e humanista que transcende a religião a que é sempre conotado – digo que Jesus foi para todos e não apenas para os tementes a Deus. A ler cada uma das suas parábolas sabemos bem que continuam a fazer sentido no nosso tempo e que ainda continuam a saciar aqueles que buscam algo mais que o superficial e efémero com que nos enchem a vida.

Haverão sítios em que a Páscoa pode passar despercebida, mas há outros onde é vivida com intensidade muito forte e mesmo contagiante. Vivo em Braga e confesso que admiro a Semana Santa de Braga. A forma como é preparada com todo o detalhe, desde a parte cultural à parte religiosa e todo o cerimonial dão uma importância digna que esta semana merece. A tradição de cada cerimónia, de cada procissão continua ano após ano; quando poderia pensar que tudo isto estava em desuso e que as gerações mais novas estão cada vez mais desligadas destas tradições, reparo que são elas os sustento humano destes acontecimentos e que são cada vez mais os jovens a comparecer nas cerimónias típicas da época.

A Páscoa é sem dúvida uma festa fantástica pelo que representa e pelo valor cultural e religioso que tem para muitos.

Uma Páscoa feliz!