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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

QUAL A IMPORTÂNCIA QUE DÁS? MASSACRE OU SALVAMENTO?

Manuel Pereira de Sousa, 30.12.12


(Imagens do Jornal de Notícias, edição de 30-12-2012)
 

 

Ao ler o jornal de hoje vem-me à memória algo que venho pensando há muito tempo: na vida, a importância que se dá aos acontecimentos, por vezes, torna-se incompreensível aos olhos da razão. Como comparação: Uma notícia sobre o mérito de alguém que salva outra pessoa que estava a afogar-se e uma outra sobre o massacre, em Homs, na Síria, onde morreram 220 pessoas. Qual das duas merece mais destaque no jornal? O salvamento.

Os atos heroicos de seres individuais recolhem atualmente grande número de fãs – de “likes” e partilhas nas redes sociais – e rapidamente se espalham pelo mundo; ao contrário de uma série de acontecimentos muito mais dramáticos, que acontecem todos os dias, nos países em conflito onde se produz uma série de atentados contra a dignidade humana, de muitos milhares de pessoas, a quem lhes é reservada uma nota de rodapé - ausência de partilhas ou de “likes”.

Que critérios utilizam as pessoas para reagirem de forma tão diferente a acontecimentos de dimensões incomparáveis? Será que este tipo de ação é uma censura que impomos a nós próprios?

Qual o papel da comunicação social que decide as prioridades em função do que é mais económico para preencher as páginas dos jornais, tendo o leitor tem que aceitar a escolha que lhes é imposta?
 

Será que o que está mais próximo choca mais que o que acontece num lugar mais distante? Para a comunicação social deveria ser diferente, adequar os espaços e as importâncias dos assuntos de acordo com a sua dimensão porque a importância que lhes é dada nem sempre se deve à proximidade geográfica do acontecimento, mas à facilidade com que consegue chegar até este de forma mais barata.

A crise que se vive no jornalismo e as dificuldades que enfrentam nos tempos que correm é o motivo, para que a emoção se sobreponha à razão e a qualidade seja secundarizada em nome da audiência.