EDROGAN NÃO QUER SER CHARLIE. TEM RAZÃO?
Acabo de ler a notícia da Rádio Renascença Edrogan Não É Charlie. Fico a pensar. Dá que pensar.
Afastados que começamos a estar das emoções dos últimos dias em torno do terror em Paris e das emocionantes manifestações por toda a França, há que pensar em quem esteve presente e no papel de cada um no dia-a-dia por uma causa que agora luta. Refiro-me essencialmente aos lideres de inúmeros países que estiveram presentes na frente da manifestação. Foi emocionante? Foi de facto um momento raro. Porém, o que pensar da presença do Primeiro-Ministro de Israel também ele culpado de muitas mortes de palestinianos causados pelos sucessivos ataques contra a Faixa de Gaza? Estaremos a ser totalmente coerentes se não tivemos a pertinência de questionar estes líderes e exigir deles uma resposta em relação aos seus atos e às intensões nesta manifestação?
Estará a sua consciência mais tranquila quando se manifesta contra a morte de 17 pessoas e nos seus atos existe a morte de milhares, incluindo crianças que são as mais inocentes de todas as guerrilhas tolas dos adultos?
Numa manifestação não bastam apenas números, presenças de grandes lideres à cabeça da caminhada. É preciso coerência, transparência e dignidade. Por muito que me custe tenho que aceitar a opinião de Edrogan - pode não ser muito correto, mas também não teve a atitude de hipocrisia que dominou a cabeça da manifestação.