Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

PALHAÇOS DE NARIZ NEGRO!

Manuel Pereira de Sousa, 31.07.16

Palhaços de nariz negro. Um amigo os apelidou assim. Estava eu esta manhã no café quando reparo na televisão. Credo! O que aconteceu? Estava sem som. Apenas dava para ler as letras gigantes: Alerta Terror! Em letras minúsculas fazia referência a algo estranho a acontecer no aeroporto de Lisboa - fugitivos na pista. Pensei o pior. Como o canal me é pouco credível, decidi aceder ao site de jornais mais sérios através do meu telefone. Afinal, era um caso de imigrantes clandestinos provenientes da Argélia. Ufa! Pelos vistos não é a primeira vez. E não é nada assim tão grave, apesar de alguns voos terem sido desviados porque a pista esteve encerrada durante trinta e quatro minutos. Alerta terror porquê? Que jornalismo este de sarjeta que nos é oferecido - puro sensacionalismo e exagero da realidade. Depois de muito tempo com este título e umas imagens do ditos fugitivos na pista (que mal se vê), mais um comentador que foi Ministro da Administração Interna, eis as notícias que se seguiram: um incêndio em Manteigas (fraquinho), mãe e filha agredida por vizinhos (morno), homem morre no poço (quase quente - pouco sanguinário). Eis de novo o Alerta de Terror a ocupar o destaque das notícias. Pelos vistos da CMTV pouco mais se pode esperar. É canal para puro espetáculo da matança e do sensacionalismo. O sangue, o horror, o drama - este seria o melhor slogan para o caracterizar. Concordo com a opinião de um amigo; estes jornalistas e quem os dirige são o triste exemplo do que não deve ser o jornalismo. Parecem mais a palhaços de nariz negro, que entretém o povo com estes acontecimentos, ampliando o normal dos acontecimentos. Dirão alguns que este canal e este tipo de jornalismo fazem falta tendo em conta as audiências alcançadas pela CMTV. É triste que lhes seja dada tanta atenção, revela bem o tipo de informação que se consome. A liberdade de expressão pode ser isto mesmo, mas onde fica o limite que impeça os palhaços de nariz negro? Mudar de canal.

POBRE COMUNICAÇÃO SOCIAL SEGUNDO MÁRIO SOARES

Manuel Pereira de Sousa, 07.02.14

Os artigos de Mário Soares ainda continuam a ter o lado de corrosivo que a idade não lhe amaciou – bom ou não, cada um tem a sua opinião em função das ideologias que temos. No Diário de Notícias existe um artigo de sua autoria com o titulo “Pobre Comunicação Social”, na qual retiro o seguinte exceto:

Há bastante tempo percebi que alguns jornalistas estavam a ser comprados pelo Governo, direta ou indiretamente. Simplesmente mudaram de ideologia e de sentido para agradar a quem lhes pagava. Felizmente há ainda exceções. Honra lhes seja. Mas os jornalistas dos jornais, das revistas e das rádios e televisões têm uma terrível dificuldade. Para agradar a quem lhes paga, dizem o que muitas pessoas não querem ler, ouvir ou ver. E se o não fazem correm o risco de ser despedidos.

Será que a comunicação social está a ser assim tão controlada pelo governo, sem que o público se esteja a perceber? A quem se estaria a referir Mário Soares com este comentário, ou melhor, a que órgão de comunicação estaria a querer atacar? Seria a RTP que andou sempre no domínio dos Governos e sempre foi vítima do fantasma da privatização ou da liquidação?
Que alerta é este sobre jornalistas que mudam a sua orientação ideológica e com que objetivos? Quais os ganhos que uma empresa de comunicação tem ao alear-se ao Governo?

Será que o próprio Mário Soares me poderia esclarecer estas questões?

DOOMED – CONDENADO!

Manuel Pereira de Sousa, 08.12.12

Por vezes, surgem os debates na sociedade sobre o papel dos media no mundo e a importância para a sociedade da informação cada vez mais imediata; também se discutem os limites entre a notícia e a vida privada ou a notícia e a “não notícia”.

Mas, há outro debate a surgir, desta vez nos EUA, sobre uma capa do jornal New York Post com uma fotografia de Ki-Suck Han, 58 anos, que ficou encurralado na linha de metro depois de ter sido empurrado e foi esmagado pela passagem da composição. Nesse instante, há um repórter fotográfico no local que fotografa e que afirma ter disparado várias vezes o flash para alertar a composição, mas que não evitou a tragédia. Ao contrário de muitas histórias que correm pelo mundo, até mesmo nas redes sociais, não existiu um herói que fosse salvar o homem; não se vê ninguém num local onde supostamente há sempre muita gente – estamos a falar de uma estação em Nova Iorque -; o homem padece como condenado ao seu terrível fim.

Perante este cenário e não existindo por perto mais alguém, o que deveria ter feito o repórter? Deveria ter largado a atenção de uma fotografia e correr para puxar o homem da linha, dando mostras de um sentido humanitário? Teve a atitude correta em se manter como espectador, cumprindo a missão que lhe compete – retratar a realidade do acontecimento e procurar chocar as pessoas fazendo-as pensar sobre a nossa postura e atitude sobre a desgraça alheia? Onde está a fronteira entre o dever de informar e o dever de ajudar? Existe? Será que a nossa revolta apenas existe pela crueza da imagem? Teríamos a mesma reação se apenas dispuséssemos de uma descrição em texto? Se um jornalista tem de assumir o seu papel de humano num cenário de tragédia estará a pôr em causa a sua ética profissional de não interferir nos acontecimentos? Se um repórter assume o seu papel de “cidadão comum” num cenário dramático, quem poderá retratar os acontecimentos e a recolha de imagens que captam a nossa atenção e nos mantem informados? Se cada um de nós, que apontamos o dedo a quem não agiu, estivesse na mesma situação faríamos diferente? Existiria neste momento um debate sobre algo tão profundo como alertar consciências para a forma como tratamos o próximo? Poderá, em qualquer situação, a ética sobrepor-se ao princípio de humanidade comum a todos os Homens?


O que valorizas mais, a ética ou a humanidade? Vale a pena meditar sobre o assunto.

A LUTA DE SOBREVIVÊNCIA DE ALEXANDRA DELGADO

Manuel Pereira de Sousa, 23.10.12


                                       (Imagem SICAlexandra | Viver com HIV


«A coisa que mais me assusta é ficar sozinha. Os meus pais não vão durar para sempre. E se eu não encontrar alguém que me aceite como eu sou, eu não vou ter ninguém a quem me agarrar. Quando eles partirem, quem é que me vai dar colo e quem é que me vai dar força para continuar, se eu não encontrar alguém que me aceite e que saiba ver a Alexandra e não a portadora do HIV? Porque eu sou a Alexandra. Eu não sou o HIV.»
 

São palavras de Alexandra Delgado, uma jovem de dezanove anos, portadora de HIV desde que nasceu, à reportagem da SIC, em “Momentos de Mudança” – uma reportagem com uma qualidade excecional, quer no assunto, quer na fotografia, que demonstra a qualidade do jornalismo que se produz, mesmo em tempo de crise.

A Alexandra recebeu muitos apoios através do Facebook de espectadores que viram a reportagem porque, com dezanove anos, demonstrou ser uma jovem madura, lutadora, consciente dos problemas e dificuldades da vida e das dificuldades dos seus pais, também eles portadores do HIV. Uma jovem com plena noção do que é viver com um orçamento familiar de trezentos e poucos euros/mês (184 euros do pai e o restante da mãe) e do esforço que isso representa.
Vimos as dificuldades de uma família que vive isolada numa aldeia alentejana, onde o emprego não existe e para sobreviver tem de cortar no que se come – é raro entrar peixe em casa, sumo só no Natal e o jantar chega a ser ovos mexidos com café.

Este é o país real, duro, que os governos não conhecem ou preferem ignorar.

Viver com o HIV não é fácil, numa sociedade que ainda se fecha no medo, no preconceito e na ideia errada que só acontece aos outros e não nas famílias normais. O acesso à saúde não é o desejável – a Alexandra teve de optar quanto às vacinas a tomar por serem muito caras.

A Alexandra é uma rapariga forte, ultrapassou uma adolescência complicada com o sentimento que os seus pais tinham culpa da sua doença, mas cedo percebeu que pode acontecer a qualquer um. A vida continua e esta jovem é uma lição de vida para muitos e o orgulho para os seus pais, que desejam o melhor futuro para ela, apesar das dificuldades dos nossos tempos. Hoje está na Universidade, no curso de Assistente Social, mais uma vitória na conquista por um sonho.

Há testemunhos de coragem que merecem ser retratados, para que em muitas pessoas, famílias cresça a esperança que amanhã tudo pode ser melhor, mesmo que os tempos sejam difíceis.

Parabéns Alexandra! Força e coragem para o futuro. Como dizia o seu médico: Bom dia alegria!




JOSÉ RELVAS NO TOUR DE FRANÇA E EM PORTUGAL

Manuel Pereira de Sousa, 20.07.12

Todos os dias nos chegam notícias do Sr. Ministro e da sua caricata licenciatura de um ano. O caso estendeu-se de tal forma que até surgem cartazes no tour de França, alusivos ao Sr. Ministro Relvas, Miguel Relvas. Bem me parece que toda esta polémica tem sido "cozinhada em lume brando", com polémica a conta gotas, para queimar devagar e durante mais tempo - uma tortura prolongada.

 

O jornalismo tem destas coisas, um poder fantástico que trata da saúde a qualquer um que se "passe pela frente" e como forma de defesa quando se sente atacado. É o elevado preço da liberdade de imprensa para aqueles que tentam abafar casos e polémicas através de telefonemas para as redacções com simpáticas ameaças, que depois são negadas em público.

 

Eu também gostava de tirar uma licenciatura de um ano; acho que muitos de nós desejaríamos, em vez de "marrar" uma série de anos, para além das propinas elevadas que cada aluno tem de pagar. Da forma como o desemprego se tem alargado entre os jovens licenciados e a forma como são pagos muitos dos empregos que exigem formação superior, bem que aparece este senhor com o seu curso a "tirar por terra" o esforço que os outros fazem para serem profissionais credíveis.

 

A acreditar na política de créditos, muita gente da nossa terra poderia ter um licenciatura com a experiência de vida, no campo, na industria e no mundo do trabalho. Acho que até eu já tenho créditos suficientes para comprar uma licenciatura.

 

Ainda não sei como - no meio de tanta polémica - se aguenta este Ministro (independentemente de ter ou não curso superior) ao ser alvo de tanta chacota nacional, que apenas tem contribuído para a má imagem do restante governo, que se vê obrigado a fazer silêncio, mas a manter uma confiança oca.

 

Enfim... estes são os caminhos da nossa saudosa política. Questionou-se tanto a licenciatura do Sr. Sócrates e agora que lhes acontece o mesmo é o que se vê...