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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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PRATOS QUE NOS FAZEM RECORDAR!

Manuel Pereira de Sousa, 09.12.12



Cozinhar não é das minhas artes preferidas – cozinho por desenrasque e porque tenho de me alimentar – embora as pessoas até digam que cozinho bem. Por essa razão, não sou daquelas pessoas que encontra inspiração para a cozinha ou a usa como descompressão do stress ou uma terapia.
Por vezes, até me sinto na disposição de meter mãos-à-obra, para fazer alguma coisa com mais cuidado, com um certo carinho e o resultado é satisfatório – pelo menos para mim.
Hoje, decidi preparar para o jantar um prato que não como há uns cinco anos: Farinha de Pau – uma mistura de vários tipos de carne com mandioca. A última vez que comi esta preciosidade foi há uns cinco anos e feito também por mim; é algo que não se encontra com frequência nos restaurantes, nem sei se há.
Fazer farinha de pau ou comer este prato faz-me lembrar uma pessoa muito amiga, que morreu há 12 anos, uma excelente cozinheira e que fazia uma farinha de pau que era uma delícia. Os clientes da sua casa, para quem cozinhava, adoravam comiam até não poder mais. Lembro-me que, quando o prato era servido na sua pensão havia sempre uma caixinha para mim. Eu regalava-me com a farinha de pau, com aquele sabor. Comia até não poder mais.

A cozinha tem este fascínio, faz-me recuar ao passado, aos tempos de menino, em que lembro cada prato delicioso, confecionado por aquela pessoa. É o sabor único. Por mais que se tente acertar na receita, trocar nos ingredientes, nunca é a mesma coisa porque o sabor confecionado por essa pessoa fica na nossa memória para sempre – uma recordação.

Essa minha amiga, quando ficou doente, um dia disse-me que quando ficasse melhor me faria uma feijoada à transmontana (que eu adoro). Mas, a vida deu voltas e ficou a lembrança do sabor dessa feijoada e, por muitas que se comam aqui e acolá, o sabor nunca será o mesmo.