Assim se passou mais um dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas; um dia tão igual a tantos outros – se calhar o meu sentido patriótico anda meio apagado (não deveria). Os tradicionais discursos do Presidente da Republica passaram-me tanto ao lado quanto o assunto do discurso do Sr. Presidente Cavaco Silva passou ao lado dos actuais problemas do país – maioria do discurso voltado para a agricultura, pois é isto que o povo quer ouvir. Fica-me a questão: então não foi nos governos de Cavaco Silva que se destruiu a agricultura do nosso país, para nos tornarmos num país desenvolvido? Questão parecida coloco quando, há uns anos atrás, discursava sobre a necessidade de nos voltarmos para o mar: então não foi nos seus governos que se abateram frotas para abandonarmos a pesca?
Palavras leva-as o vento porque em política feita, por melhores que sejam as intenções e a importância dos assuntos, poucos são aqueles que acreditam.
Quanto aos protestos de recepção do Sr. Presidente e do Sr. Primeiro-Ministro não comento se foram no tempo oportuno – mas de lembrar que mostram o reflexo dos que estão descontentes e sentem na pele todas as políticas recessivas.
Porém, o dia que seria dominado pela política foi dominado pelo futebol – dia de apresentação de Mourinho, no Chelsea e Paulo Fonseca, no FCP.
Há algum tempo atrás, escrevi que Mourinho estaria voltado para os lados do Chelsea; deixou de ser o mal-amado no Real Madrid e no futebol espanhol e passou a ser o “Happy One” no Chelsea; lugar onde foi feliz e onde espera voltar a sê-lo, disposto a ganhar todos os títulos que existem pela frente. Dizem (acredito que sim) que o futebol Inglês é muito diferente e com muitas equipas de topo, para as quais Mourinho está mais preparado para vencer.
No FCP, por coincidência ou não, há mesma hora, Paulo Fonseca foi apresentado como treinador dos dragões, depois de uma excelente prestação no Paços de Ferreira - onde o terceiro lugar e o apuramento para a Liga dos Campeões, criaram todo o interesse nos dragões. A técnica de Pinto da Costa na escolha dos treinadores mantém-se – escolher profissionais de pouca experiência e com poucos (ou nenhum) títulos na carreira, mas que chegam para vencer.
Assim foi o dia de Portugal, onde nem o tempo mostra sinais de sair da crise, uma crise meteorológica violenta a que nem a Alemanha tem escapado.