ESTÁ UM TEMPO DE PÁSCOA
É tempo da Páscoa. A meteorologia está mesmo a calhar – tempo meio escuro, nublado, por vezes, com uns pingos de chuva. Se não fosse assim não era a mesma coisa. Diz o velho ditado: Ramos molhados Páscoa enxuta. Por muito que lá em cima o tempo ande meio avariado, lá se vai cumprindo.
O rufar dos tambores vem lá do fundo. São sinais da procissão. Estamos em vésperas de dia de ramos, domingo de ramos. Braga prepara-se para a semana santa. É das semanas mais importantes desta cidade – a Roma portuguesa. A procissão segue por entre as ruas do centro histórico rumo à Sé. São figurantes, alguns tapados, trajes roxos – cor dominante no tempo da paixão.
Assim que a procissão recolhe, a chuva cai; grossa e impiedosa para com aqueles que preferem ficar na rua.
Será a semana das procissões, concertos e cerimónias religiosas solenes.
Tudo é preparado da forma mais meticulosa – a importância das cerimónias e o número de pessoas que acorrem à cidade assim o exige. São momentos onde a religiosidade se manifesta na rua e em que o lúdico se confunde com a fé.
É tempo de Páscoa. Tocam os sinos da Sé e a chuva pesada aceita a ordem de abrandar.