Em poucos minutos o mundo mudou. Passados 11 anos muitos acontecimentos são consequência desses minutos, de uma manhã, de 11 de Setembro, de 2001. Morreram 2753 pessoas de todo o mundo, na sua maioria americanos, que trabalhavam no World Trade Center - as míticas Torres Gémeas, símbolo do poder americano. Muitas vítimas continuam por identificar, guardados numa tenda perto do Ground Zero, alguns impossíveis de identificar porque estão completamente queimados.
Durante horas o mundo ficou em suspenso com os sucessivos acontecimentos - que rapidamente chegaram aos quatro cantos do mundo. Em directo acompanhamos o desenrolar de grande parte dos acontecimentos. Primeiro, o embate na Torre Norte; depois um novo embate na torre sul; de seguida um avião que se despenhou contra o Pentágono; entretanto a torre sul cai e um outro avião cai na Pensilvânia; por fim o colapso da Torre Norte. Uma sequência de acontecimentos que horrorizaram o mundo e sobre os quais não existia qualquer ideia de pararem e não dava para perceber o que estava realmente a acontecer.
No suspenso do horror de um acontecimento macabro e inigualável no mundo globalizado, uma parte do mundo islâmico e radical regozijava-se com o sucesso de uma operação preparada com o mínimo detalhe. A América ficou ferida. O coração financeiro (WTC), militar (Pentágono) foram atingidos, apenas o coração político não foi porque o avião terá caído antes de chegar ao destino.
Uma ferida exposta que tentou envergonhar o orgulho e a superioridade americana face ao mundo, sobretudo face ao mundo islâmico radical, que sempre se sentiu ferido e vitimizado com a política militar americana e as suas ofensivas pelo mundo. Mas, o mundo também ficou ferido com o 11 de Setembro - não apenas porque morreram pessoas de cerca de 90 países, mas porque se consciencializaram que estamos muito vulneráveis a diversas ameaças vindas de onde menos se esperam. Bali, Madrid ou Londres são os melhores exemplos.
Em poucos minutos o mundo mudou e em poucos minutos a liberdade cultural e religiosa passou a ser vista de forma desconfiada, com reservas e mesmo rejeitada por muita gente. É certo que muitos americanos pagaram com a vida um ódio que não tinham e, por isso, não mereciam o que lhes aconteceu. Também é verdade que o mundo muçulmano passou a ser observado como fanático, radical, quando a maioria não se regozija com o que aconteceu e não pactua com a escalda de violência. De boas intenções está o inferno cheio e a violência é um acto que procura limpar e vingar as vítimas de ambos os lados da barricada. Por isso, o orgulho americano não se baixou e as intervenções militares no Afeganistão e no Iraque são a prova de que nenhuma das partes está disposta a resignar-se em nome da paz.
De nada valem as teoria da conspiração inventadas pelos anti-americanos, que reconhecem os americanos como os responsáveis e criadores dos atentados ou que nenhum avião caiu sobre o Pentágono porque nenhum país, muito menos os EUA, está disposto a ferir o seu próprio orgulho. Os EUA poderão ser responsáveis pelos atentados do ponto de vista das suas atitudes, posições e intervenções militares ao longo da História, que alimentaram ódios e explodiram de uma forma inteligente.
Depois do 11 de Setembro o mundo tornou-se diferente, as pessoas passaram a ter atitudes e comportamentos diferentes para evitar um perigo eminente, que não se sabe onde está, mas que realmente existe em qualquer parte do mundo. Os simples hábitos diários passaram a ser controlados de forma mais rigorosa em nome da segurança nacional e a privacidade deixou de ser um bem próprio, mas um bem público, para a detecção de qualquer suspeita. Porém, enquanto uns fazem o controlo apertado nos aeroportos, nas telecomunicações, na Internet, etc, outros procuram as falhas do sistema de segurança para lançar novas ameaças e espalharem novamente o terror. A guerra contra o terrorismo parece ser um guerra bem pior que os conflitos convencionais e que marcaram a História da Humanidade, em que se sabe quando começou e se sabe quando terminou ou quando o fim poderá ocorrer. Esta é uma guerra que não se conhece o fim. Não é uma guerra de Estados, mas de culturas e essas são sempre as piores e que se travam no dia-a-dia, de cada vez que se cruzam. Enquanto todos os diferentes Homens não foram capazes de darem as mãos, haverá sempre alguém, um que seja, a incitar à violência, à guerra que não é santa, mas infernal. Quando isso acontece a Humanidade entra no ponto de regressão da sua evolução para uma sociedade perfeita e para um mundo perfeito. Os inocentes são sempre os que mais sofrem como em qualquer guerra.