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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

OS MIRÓS SÃO O RETRATO DA FALTA DE CULTURA NA POLÍTICA!

Manuel Pereira de Sousa, 10.02.14

Os governos de direita foram sempre vistos como governos pouco cultos, ou melhor, pouco voltados para a cultura – a economia é o seu forte e os orçamentos são as suas prioridades. A atual polémica dos Mirós é isso mesmo, uma prova de que não existe uma cultura ou um programa cultural, ou melhor ainda, uma estratégia cultural. Basta para isso ter como exemplo a extinção do Ministério da Cultura, reduzido a uma Secretaria de Estado. Não pretendo com isto dizer que a esquerda é que é dona da cultura; porém, tem outra sensibilidade, ainda que as suas prioridades sejam questionáveis.
Mas, senhores do governo, uma boa política cultural pode ser um excelente motor económico, a começar pelo turismo que encontra na cultura uma boa forma de sustento.

Poderíamos considerar que os 85 quadros de Joan Miró são o mesmo que os restantes ativos do BPN e que a Parvalorem tem de vender, para que seja recuperado algum dinheiro?
O que têm as obras de excecional para terem toda esta proteção e destaque contra a sua venda?
São obras representativas do valor cultural do país, sendo que estas nem sequer são de um pintor português?
O dinheiro da venda das obras revertia em favor de quem? Do Estado? Não. Da Caixa Geral de Depósitos? Sim. Então, que tal entregar as obras ao cuidado do banco público, permitindo que este as utilize para valorização do seu espólio em arte ou tratar de uma venda futura?

Retomo ao ponto inicial, a falta de uma política cultural leva a que se gerem estas polémicas tão desnecessárias - na ideia do governo nada se pondera, tudo se vende, independentemente do valor que tenha. A entrega ao banco público levaria a uma gestão diferente que o destino a um armazém. A CGD sempre poderia apostar em exposições e posterior venda das obras por um valor superior ao de uma venda em conjunto que acaba por desvalorizar no seu todo. Eu que de nada percebo de arte penso nesta solução, embora possa existir alguma outra mais válida que a estratégia do governo – deu para perceber que não é muito benéfica.

O mais polémico de toda a história dos Mirós, é a forma como as obras saíram de Portugal rumo a Inglaterra sem licença de expedição temporária exigida pela Lei de Bases do Património Cultural. Que tipo de garantias foram dadas à transportadora, para que não existissem inspeções e problemas com a autoridades fronteiriças? Que garantias foram dadas à seguradora que se disponibilizou em colaborar e assegurar este transporte, por ter sido de certa forma ilegal – só não foi ilegal se a expedição foi em mala diplomática.

A parte política da história faz-me ainda confusão. O PS que agora faz de todo o caso aproveitamento político e manifesta-se de vivo tom contra a venda, no tempo em que era governo, com Sócrates como primeiro-ministro, teria iniciado o acordo de venda com a leiloeira – nessa altura, na posse do Estado apenas estavam 17 dos 85 quadros.

Falta de uma política de cultura é o que se passa no nosso país, com o argumento da crise e da falta de dinheiro. Mas, uma boa política cultural poderia ser um excelente motor económico.

MIRÓ: DE ESPANHA NEM BOM VENTO NEM BOM CASAMENTO

Manuel Pereira de Sousa, 06.02.14

Joan Miró poderia ser um grande homem, um grande pintor. O pobre morreu e nem por isso pode descansar em paz por causa da polémica que se instalou em torno da sua obra – saberia ele do que poderia acontecer? Saberia ele que poderia “andar na boca dos portugueses”, mesmo que não percebam nada de arte?

Eu não percebo de pintura ou de arte o suficiente para opinar sobre o assunto, mas de tantas notícias que circulam por aí e de tanta discussão política em torno de 85 quadros, que também quero estar presente na discussão, mesmo que não diga nada de jeito.

Tendo em conta que as obras vieram para às mãos do Estado português devido à nacionalização do BPN, o Governo pretende agora juntar uns trocos com a possibilidade de venda das mesma obras – será que as 85 obras pagariam o buraco do BPN?
Porém, a oposição em peso é contra a venda deste património porque se trata de uma atitude contra a cultura e a defesa de património que agora é público.

Ora vejamos: se se vendem as obras, delapida-se o património; se não se vendem o que se faz com elas? Tendo em conta que a política cultural dos últimos anos é inexistente e se resume a uma mera secretaria de estado, não me parece que o Governo tenha alguma ideia de fazer lucrar este património senão a sua venda em leilão – a Christie's está em vias de perder um grande negócio com estas 85 obras. Pois, o que faz o Governo com os 85 quadros? Coloca-os numa sala em exposição e vende bilhetes para ver se atrai turistas e curiosos? Talvez a afluência seja considerável tendo em conta a polémica que se se gerou sobre o assunto.

A obra de Miró (com todo o devido respeito) é assim tão valiosa, representa assim tanto a cultura e o património nacional quando o homem era Espanhol? Bem, arte é discutível e as telas não podem ser olhadas sem o seu contexto histórico e cultural – disto os nossos políticos parecem ser especialistas, dado o alarido que se levantou.

Joan Miró já cá não está para se defender, mas seria bom invoca-lo para que alguma luz e algum consenso se fizesse em torno deste assunto porque os políticos nem aqui conseguem um consenso do que deve ser feito.

Como diz o velho ditado: De Espanha nem bom vento, nem bom casamento.

 

Para muitos o Menino da Lágrima ou a Mona Lisa são mais valiosos e mais bonitos que o abstrato de Miró (não querendo minimizar a sua obra).

GothiChiC - A COSTURA DE SUSANA

Manuel Pereira de Sousa, 27.11.12

Estamos em crise. O Natal está à porta. Há sempre aquele presente que desejamos oferecer e que não pode passar. Tudo é possível. Aproveito deixar uma sugestão aos leitores – leitoras que gostam de ter adereços que as deixem mais bonitas e leitores que desejam oferecer algo.

Trata-se da recém-criada página do facebook
GothiChiC com criações únicas de acessórios - para quem gosta de estar na moda e ser diferente.

Susana Ernesto, a criadora, lançou-se no desafio da costura e que quer pôr mãos e imaginação em muitas criações, desde as mais simples às mais arrojadas. Para tudo há solução e Susana encontra soluções para todos os gostos – desde os mais alternativos aos mais tradicionais.
A perfeição e a qualidade são outros dos lemas de Susana – para quem a conhece (como eu) sabe que os seus trabalhos são de uma perfeição, em que cada pormenor, cada ponto são importantes e são a marca da diferença.














 

Estes são alguns exemplos de produtos já disponíveis. Há imaginação para muitos outros produtos e a autora está aberta a sugestões que possam ir de encontro aos seus gostos.
 

Para encomendas, sugestões podem fazer através da página (por mensagem): GothiChiC ou via e-mail gothichic.accessories@hotmail.com  



CECÍLIA FAZ ARTE AO RESTAURAR IMAGEM ECCE HOMO, DO SEC XIX

Manuel Pereira de Sousa, 23.08.12
(Fonte de vídeo: www.sic.pt)

O conceito de arte está profundamente baralhado entre nós. Quanto mais evoluímos como seres pensantes mais baralham a arte e o que querem dela ou o que representa para todos nós.

Lá por termos acesso à arte de uma forma cada vez mais ampla, não significa que sejamos todos apreciadores de arte e críticos conceituados, a ponto de menosprezar o esforço de muitos pela criatividade.

A Cecília, de 80 anos, cidadã Espanhola, é vítima daqueles que criticam a arte de forma pouco construtiva. Teve a humilde ideia de artista plástica de restaurar uma imagem de Cristo, há muito degradada pelo passar do tempo - uma forma de recuperar uma obra de Elias Garcia Martínez. Pelos vistos a senhora teve de sair a meio do restauro para ir buscar o filho e quando voltou a “tenda já estava armada” e não pode terminar o seu trabalho.  Como é possível que esta senhora não tenha terminado o restauro que a pintura estava a precisar? Como é possível tão grande polémica em torno de alguém que já pinta desde os 5 anos, que já fez muitas exposições e vendeu muitos quadros?

São questões que eu, defensor da arte que rompe com as tradições e as leis conservadoras (até fiquei admirado com esta designação), não consigo responder. Lá por Cecília não ter a mesma projeção que Picasso ou até que o criador original Elias Garcia Martínez, não significa que a sua arte seja menor.

Quando o Picasso fez os seus traços e rabiscos o mundo da arte e dos críticos abriram a boca de espanto; quando Dali pintou aqueles abstratos exagerados (frutos da sua loucura) a admiração e a tentativa de encontrar um significado é um trabalho filosófico; Leonardo D Vinci pintou a pobre Mona Lisa e agora o Louvre é motivo para milhões de visitantes; quando Paula Rego expõe as suas obras de mulheres grosseiras, eis que se torna na crítica e exposição das realidades sociais; quando a grande Cecília restaura uma imagem de Cristo com uma arte mais moderna, abrem-se as bocas da crítica como se ela fosse uma herege.

O que dirá o Cristo no meio de tudo isto?
Quem nunca pintou mal que atire a primeira pedra.

Vou tentar entrevistar Cristo para ver o que pensa sobre tudo isto.


(Escrito de forma irónica e de acordo com o novo acordo ortográfico)

MARIA KEIL UMA JÓIA DA ARTE PORTUGUESA

Manuel Pereira de Sousa, 11.06.12

A eterna menina Maria Keil morreu aos 97 anos é o título de um artigo na página da Fundação José Saramago, sobre a morte de uma grande senhora da arte e da cultura do nosso país, que trabalhou por amor à arte, nos mais variados campos.

Perdoem-me a ignorância, mas assim que me lembre, nunca ouvi falar deste nome a não ser no anúncio da sua morte. Procurei saber quem era e fiquei deslumbrado com a sua obra e todo o seu acervo deixado no nosso país.
Pode ter sido ignorância minha, falta de atenção, mas por terras do Norte este nome soa muito pouco. É pena que assim seja, que nomes de pessoas tão ilustres sejam apenas pronunciados com frequência quando morrem - será um sinal tardio da falta que nos faz? Acredito que muitos portugueses também não tenham ouvido falar deste nome e desta pessoa, nem mesmo aqueles que viajam com frequência no metro de Lisboa - lugar onde está parte da sua obra.

Continuo a dizer que em Portugal existem pessoas extraordinárias, que tornam este país rico, culturalmente rico. Existem pessoas de valor à quais deveríamos estar mais atentos.

Que vos parece?