PÃO NÃO QUERO! AINDA FICO DOENTE...
Eu sei que a vida não é fácil, mas há respostas que me deixam furioso e revoltado.
Um destes dias saí do trabalho em direção a casa, parei no supermercado para comprar pão fresco e novamente no carro fui para casa. Ao chegar estacionei e, enquanto tirava as coisas do banco de trás, veio um arrumador ter comido, ainda longe já estava a falar. Eis o nosso diálogo:
- Ó doutor (não sei de onde desencantou o titulo dr.), ó doutor, dê-me uma moedinha para comer qualquer coisa.
- Não tenho moedas.
- Qualquer coisinha para eu comer.
- Não tenho moedas; mas tenho pão. Quer pão?
- Oh! Pão não quero; ainda fico doente – virou costas e foi embora chateado e a correr atrás de outra pessoa.
Fiquei furioso. Se tem fome aceitava o pão. E desculpem este desabafo – mas anda uma pessoa a trabalhar, chega ao supermercado e repara no preço dos produtos, a ver se estão mais caros ou mais baratos, conta o dinheiro que tem e gere da melhor forma o orçamento para não faltar nada, repara no preço do pão (que, por vezes, não é muito barato) e depois acontecem estes episódios caricatos.
A vida custa a todos e uns estão melhores que outros, mas com toda a certeza que fico furioso.