OS INFILTRADOS
No artigo anterior do meu blogue refiro-me ao filme "12 Anos Escravo", tendo referido que neste filme é retratado algo intemporal - que ainda hoje se pratica -, quando poderia pensar que a sociedade já evoluiu o suficiente, para que tais atos fossem condenados e eliminados.
Os infiltrados, assim chamam os Israelitas aos africanos oriundos da Eritreia e do Sudão, que chegam os milhares a Israel, para fugirem á fome e à miséria. A reportagem da SIC, da autoria de Henrique Cymerman, retrata bem a forma como os africanos são tratados - são presos, trabalham de dia, mas a partir das 22 horas são obrigados a permanecer na prisão construída para o efeito. Na própria reportagem faz referência que são os próprios africanos que constroem a prisão e as vedações que os separam da restante comunidade. Na rua israelitas dizem aos africanos que não são dali.
O século XX deixou marcas muito profundas, que por vezes se apagam da memória. Os Israelitas estão a fazer o mesmo que os Nazis fizeram com os Judeus, por altura da II Guerra Mundial. Os judeus deixaram de ser livres, passaram a viver em guetos, andavam com marca no corpo para serem identificados como Judeus e depois passaram para campos de concentração onde foram mortos aos milhares, em câmaras de gás. Podem dizer que não existe qualquer comparação entre as épocas e os atos, mas a ideia é a mesma e o sentimento de exclusão e repulsa começa por aqui - se não fosse a comunidade internacional não saberíamos que outras medidas seriam tomadas.
Não se pretende que Israel acuda a todos os problemas de África, mas a solução encontrada não terá sido acertada aos olhos da comunidade internacional - Israel tem um grave problema de integração com diversos povos. A História dá as suas voltas e esperava-se que israelitas não fizessem o mesmo que aos seus antepassados.