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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

SOMOS O MELHOR POVO DO MUNDO?

Manuel Pereira de Sousa, 14.12.13

O fim do ano está a chegar e muitos estarão ansiosos por entrar em 2014 – pelo menos o Governo que anuncia o crescimento para esse ano. Apesar de todas as dificuldades e do brutal aumento de impostos, o país está a ressuscitar – ainda que de forma muito ténue – e os sinais de melhoria são a nossa esperança em relação ao futuro – a nossa esperança, a do povo que tem sofrido sem dó nem piedade esta crise.

Se o desemprego baixou porque muitos emigraram, a pedido do Governo, ou porque o emprego subiu; se os portugueses estão a poupar, a controlar o consumo; se algumas empresas acreditam no alívio das suas contas, aumento da produção e encontro de novos mercados; se tudo isto de bom acontece não se deve a este Governo ou a este Estado, mas sim a toda a massa de gente trabalhadora, que está no terreno, que procurou adaptar-se e arranjar novas alternativas viáveis para o futuro.

O Estado e este Governo está contra as empresas e trabalhadores, estudantes e reformados - está contra as pessoas. Por vezes, deixo de acreditar em alguns analistas de bancada e economistas teóricos que pululam em torno do Governo e desconhecem o país real – desconhecem a vida das pessoas.

Como dizia um político pouco apreciado: “Os portugueses são o melhor povo do mundo”. Pois são, mas só tem capacidade de ver isso mesmo aqueles que vivem e trabalham no meio desse povo e sabe o reconhecimento que merece.

Ainda me custa acreditar que existe a ideia que os portugueses são preguiçosos – que os há todos sabem, mas generalizar é o maior erro que se pode cometer. Os portugueses são e serão  um povo magnifico; por vezes, necessita de ser mais unido porque, quando o é, consegue fazer um trabalho formidável e a recuperação do país é um trabalho de gente fantástica.

INVERSÃO DO CAMPO MAGNÉTICO DO SOL OBRIGA A MEDIDAS DE CONTINGÊNCIA

Manuel Pereira de Sousa, 09.08.13

O Sol vai sofrer uma inversão dos seus pólos nos próximos três a quatro meses. Este é um acontecimento que ocorre a cada onze anos, altura em que o sol completa um ciclo solar. As consequências deste acontecimento propagam-se pelo Sistema Solar inteiro – mesmo até ao planeta Plutão – porque nesta altura as explosões e erupções solares são mais fortes e serão emitidos raios cósmicos mais fortes.
O planeta Terra será gravemente afectado com este acontecimento e isso terá implicações no imediato nas frequências de satélite e rádio. A ser assim, as comunicações terão quebras muito fortes e quando os nossos telefones deixarem de funcionar ou o facebook ficar com deficiências na actualização é porque está debaixo de mais um raio cósmico, que provocará uma forte instabilidade.

Estima-se que, nos EUA, o programa de espionagem terá alguns momentos de quebra no controlo de comunicações de voz e SMS, assim como há uma forte probabilidade que alguns e-mails escaparão ao lápis azul informático existente para sinalizar informação potencialmente sensível. Além disso, prevê-se que a Rússia durante estas quebras no sistema de espionagem consiga fazer trocas de informação sem que sejam detectadas pelos EUA.

Baraka Obama já fez uma declaração pública ao povo dos EUA para que fiquem descansados e não se sintam vulneráveis a qualquer tipo de ameaça terrorista porque tudo está a ser feito para que os efeitos dos raios cósmicos sejam minimizados.

 

Em Portugal estão a ser tomadas medidas de precaução para evitar danos de maior. Será decretado recolher obrigatório das praias, para que as pessoas não sejam atingidas pelos raios cósmicos e corram o risco de ficarem queimadas. No Governo, serão suspensos os briefings com os jornalistas de forma a evitar que as quebras de comunicação causem distorções nas notícias ou que as mesmas sejam adulteradas. Na Presidência da República estima-se que o Sr. Presidente apenas publicará opiniões no facebook nos intervalos das explosões cósmicas.

Ainda não se conhecem mais pormenores acerca das medidas que estão a ser ultimadas para evitar consequências graves. 

(qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência). 

SWAPS - UMA NOVELA DE ESTADO PARA ESTE VERÃO

Manuel Pereira de Sousa, 08.08.13

Já aqui escrevi sobre swaps e sobre a confusão que tudo isto me causa enquanto contribuinte cumpridor dos meus deveres; mas, mal eu sabia que esta novela política ainda estava em fase de desenvolvimento para chegar ao caricato – um caricato que entristece a política e descredibiliza por completo os políticos.

Se o assunto já de si é complicado de gerir - assunto que o Ministério das Finanças procurou usar como forma de acusar o anterior governo de José Sócrates, pelos contratos ruinosos celebrados com empresas públicas e com o intuito de esconder dívida pública e um défice problemático.
Como as arquitecturas económicas feitas até ao momento não se traduziram em resultados positivos para o país, a descodificação de tudo o que está em torno dos swaps é bem o reflexo dessa arquitectura contabilística e financeira – cujas pernas do polvo não sabemos bem onde terminam, apenas podemos ter em ideia que o cérebro está no sistema financeiro que ludibriou o Estado em proveito próprio.

Depois de, em praça pública, se ter questionado a idoneidade de Maria Luís Albuquerque para liderar o Ministério das Finanças e após a crise política que condicionou o país, surgiu esta semana mais uma crise em torno do Ministério das Finanças, causada por Joaquim Pais Jorge – a pessoa que, em 2005, tinha um cargo na direcção do Citigroup e foi responsável pela apresentação da proposta ao Governo de então e actualmente desempenha funções como Secretário de Estado do Tesouro.

Por muito que este Secretário de Estado se justifique e não se lembre se esteve presente na reunião, existem documentos que provam que terá sido o responsável pela proposta – ou então a teoria da conspiração do Ministério das Finanças confirma-se e os documentos divulgados pela Visão e pela SIC são falsos, ou seja manipulados só para denegrir ainda mais a imagem do Secretário de Estado. Se o mesmo documento foi fornecido pela residência do Primeiro-Ministro, então existe quem dentro do governo manipule informação em prejuízo próprio. Se o documento foi criado pela SIC e Visão, tal era apenas um acrescento ao guião das sucessivas trapalhadas dadas em público.

Estas criaturas devem querer passar um atestado de ignorância aos portugueses complicando o que é simples de perceber pelos acontecimentos dos últimos dias.
Além disso, gostaria de entender se o Sr. Presidente da Republica tem algo a dizer sobre o que está acontecer, dado que afirmou no seu último discurso que estaria atento e que os seus poderes não estariam diminuídos ao manter a continuidade política do actual governo.

A equipa do Ministério das Finanças parece que está longe de ter a sua credibilidade assegurada, pelo menos enquanto todos os lugares não forem remodelados. Para já temos um secretário de Estado demissionário, que não sabemos em que grau de irrevogável está a sua decisão.

SWAPS, SWAPS E SWAPS

Manuel Pereira de Sousa, 31.07.13

Swaps, swaps e swaps – a polémica do momento, em que se encontra envolvida a Ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, que a obrigou a várias deslocações à Comissão parlamentar de Inquérito à Celebração de Contratos de Gestão de Risco Financeiro por Empresas do Sector Público, para sucessivas justificações ao que foi dito e não dito, passado e ignorado entre o Dr. Costa Pina, secretário de Estado no Governo de Sócrates, e o actual Governo, na pessoa da Sra. que agora é Ministra das Finanças. Para o comum dos portugueses, que assiste à polémica espelhada e espremida nas notícias, fica a sensação de uma confusão, a ponto de deixar de se saber o que está em discussão e o que está realmente em causa. De um lado dizem que passaram toda a informação existente numa troca de e-mail ou numa pasta, aquando a passagem de tarefas entre governos, outros afirmam que nem toda a informação foi passada e os swaps foram omitidos porque o assunto BPN se sobrepôs. Fico confuso, muito confuso.

Fiquei com a ideia que este assunto ganhou dimensão na praça pública quando a então Secretária de Estado Maria Luís Albuquerque falou publicamente que existiam contratos tóxicos nas empresas públicas, descobertos com atraso pelo actual Governo por omissão do anterior executivo. Esses contratos tóxicos lesavam o Estado português em largos milhões de Euros (mais uma factura para os contribuintes). Não sei se, na altura do anúncio público, seria intenção do Governo resolver esta grave situação, se seria acusar o partido da oposição, como que de um ajuste de contas se tratasse. Se assim foi, o feitiço virou-se contra o feiticeiro. Custa-me a crer que a Sra. Ministra não tivesse conhecimento destes contratos quando, segundo notícias, terá
também celebrado enquanto colaboradora da Refer – saberia com toda a certeza destes contratos especulativos, que não salvaguardam os interesses do Estado.

Custa-me a crer que, perante a dimensão deste assunto, a polémica se tenha centrado em que informou ou deixou de informar e essa tenha sido a razão para que a desorganização nas Empresas Públicas continuasse sem qualquer controlo – acredito que cada governo que tome posse tenha o genuíno cuidado de chamar a si todos os gestores públicos, para que prestem contas do seu trabalho e da sua gestão, independentemente dos prejuízos ou dos lucros.

Por mais vezes que a Sra. Ministra vá prestar declarações às Comissões Parlamentares terá sempre a sua reputação marcada e a sua palavra será de dúvida, mesmo que perante o assunto tenha realizado um trabalho que
se traduza em poupança para os cofres do Estado. Segundo o pormenor da notícia do Expresso Online (http://expresso.sapo.pt/maria-luis-a-memoria-do-dr-costa-pina-tem-falhas-graves=f823686 ) entre as 18:25 e as 22:42, de hoje, na Comissão de Inquérito, existiram sucessivas justificações entre questões e ataques que vão ter poucos resultados práticos nas finanças públicas ou na resolução de qualquer problema. Toda esta perda de tempo poderia ter sido evitada se a gestão do assunto fosse de outra forma?

Será sempre por estas e outras razões que os portugueses têm razões para desconfiar da gestão praticada pelo Estado nas Empresas Públicas.

E AGORA?

Manuel Pereira de Sousa, 20.07.13

Durante alguns dias permaneci no silêncio político, simplesmente para tentar perceber e digerir a decisão do Sr. Presidente da Republica – decisão que terá deixado muita gente estupefacta e uns quantos revoltados.
As sucessivas reuniões entre a troika da política à portuguesa terminou com um final pouco desejado para o Sr. Presidente – não há acordo.

E agora?
Vamos para eleições antecipadas?
Continuamos a ter o Governo actual com uma remodelação?
Será possível que o Presidente mude de ideias e opte por um Governo de iniciativa Presidencial?

Por momentos pensei que um governo de “salvação nacional” era pouco convincente - poucas alterações poderia trazer. Seria sempre um governo a prazo, ainda que a um prazo alargado até 2014 e onde os consensos seriam difíceis - cada partido teria de defender a sua posição, através do ataque e ajuste de contas, para que o eleitorado não se confunda.

E agora? Continua a ser a grande questão.

A POLÍTICA DE MÃOS DADAS COM O CALOR - EM BREVE VÃO OS DOIS EMBORA!

Manuel Pereira de Sousa, 09.07.13

O calor dos últimos dias está a passar com a mesma velocidade com que a actividade política vai arrefecendo; voltaremos em breve a um dos Verões mais frios dos últimos anos – isto quando o Senhor Presidente anunciar a continuidade do Governo e depois forem todos de férias.

Nem sei o que pensar neste momento acerca do estado da política nacional e quando se pensava que os ministros começariam a demitir-se em duodécimos, assistimos a um estanque nas diminuições no momento em que Portas e Passos conversaram e conversaram, para ser delineada uma nova estratégia para uma solução de governo mais estável. Portas mudou para sempre o significado do verbo irrevogável na política com a queda do “i” e passou a ser uma decisão revogável, mas com mais poder de decisão nas grandes linhas estratégicas do Governo.

O Sr. Paulo Portas a vice-primeiro-ministro; Pires de Lima na pasta da Economia; Jorge Moreira da Silva será o novo Ministro do Ambiente; Nuno Brito para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Assim se compõe o novo Governo a que o Sr. Presidente dará todo o apoio porque não me parece que, nestas condições, esteja interessado em eleições antecipadas.

Tudo deu uma grande volta, é certo, mas os portugueses ainda estão indecisos da decisão que mais desejam, pois têm medo de uma mudança, quando a mesma será necessária porque necessitados de outras políticas tão opostas quanto a necessidade de alterarmos radicalmente o estado em que estamos.

A Europa deve estar tão ou mais confusa que os portugueses, mas terá a sua culpa porque parte do estado actual é causado pelas suas políticas, que admitem ser exageradas e erradas. Mais importante que a Europa, somos nós que deveremos estar mais esclarecidos, para decidir bem e sem medo, mesmo que a decisão possa nem chegar ao povo.

Tenho dificuldades em compreender o povo português porque temos manifestações que condenam o Primeiro-Ministro e são entoadas “Grândolas” e na hora da missa sejam aplaudidos por muitas pessoas.

A política está em suspenso até ao próximo capítulo. Aguardemos.

UM GOVERNO ENTALADO - ELEIÇÕES ANTECIPADAS?

Manuel Pereira de Sousa, 08.07.13

A política portuguesa está tão quente quanto o Verão que vivemos – se não fosse esta crise governativa nem teríamos Verão – e, ao que parece, o calor vai continuar enquanto Presidente da Republica não se pronunciar ou enquanto o Governo mantiver em funções.
Em nome da estabilidade política, honrar os compromissos internacionais e manter a credibilidade externa do país, Pedro Passos Coelho decidiu que este Governo deve manter funções e, por essa razão, foram muito importantes as reuniões com Paulo Portas – o Ministro demissionário.

Confesso que tenho dificuldade (muitos também a terão) em perceber que estratégia tem o Primeiro- ministro e onde consegue ver essa credibilidade internacional e mesmo nacional, da mesma forma que não percebo a dita estabilidade política quando o que vivemos é uma verdadeira crise política.

Paulo Portas, independentemente de se gostar das suas ideias ou opções, foi um Ministro muito importante na governação; assumiu o papel da economia que o Ministro da pasta não assumiu e soube vender a imagem do país no estrangeiro (o caso mais recente dos negócios acordados com o México) – foi uma diplomacia económica. Porém, discordava da falta de política económica no Ministério das Finanças – mais preocupado com as medidas de austeridade.
Vítor Gaspar tinha a ideia da austeridade, de aumentar a receita por via de impostos a todo o custo, tinha a obsessão do défice e poucas ideias ou nenhumas para melhoramento e lançamento da economia.
Pedro Passos Coelho estava ao meio, aceitar o trabalho de Paulo e agradado com o trabalho de Vítor porque era este que mantinha a credibilidade externa – a troika gosta de austeridade, logo gostava de Gaspar. Chegados ao ponto, em que duas das mais importantes peças do actual governo se demitem e sem outras substituições de peso, mais uma crise à mistura como pode o governo apelar em nome de estabilidade –os mercados não acreditaram e isso notou-se na queda da Bolsa e no aumento dos Juros, para não falar dos níveis que descemos nas queridas empresas de rating. Temos um governo entalado, que continua a querer ser entalado pelos partidos no poder para tentar chegar ao fim sem desmoronar – ao governo faz-se o mesmo às casas em devoluto.

Nesta situação de crise política, vamos para eleições antecipadas? Aceitam? Querem?

Os partidos da oposição estão desejosos por essas eleições (é preciso ter coragem para governar o país); muita gente receia porque Portugal fica ingovernável até lá e porque se gasta muito dinheiro – uma má opção.
Tudo isto são falsas questões – teremos mais prejuízos se não existir um rumo seguro. A queda das cotações na bolsa atingiram num dia os milhares de milhões de Euros de perda para as empresas – mais que o dinheiro gasto em campanhas -; o valor dos juros já aumentou, muito mais se o governo tivesse demitido e o cenário de eleições fosse garantido; a credibilidade interna e externa não existe porque ninguém (mesmo que está fora) percebe o que se passa na política. Além do mais, vivemos numa democracia e terá chegado à altura do povo também expressar em voto o que pretende para o seu futuro (se quiser manter vota em quem está).

Existe o medo dos portugueses em eleições porque não existem alternativas – uma verdade; porém, jamais se poderá pensar desta forma ou então a democracia perde o seu sentido. Existem pessoas em Portugal capazes, tudo depende da capacidade das forças políticas chamarem essas pessoas para que se criem essas alternativas, em vez da preocupação com os lugares de destaque e a distribuição dos tachos. Teremos que pensar sempre numa solução de coligação com definição clara de objectivos e de estratégia para país.

Perante estas ideias, será a melhor solução eleições antecipadas? – Assim evita-se um impasse muito grave que nos leva para a falência do país.

AFINAL O PASSOS COELHO FICA! - A DECLARAÇÃO

Manuel Pereira de Sousa, 03.07.13

Afinal, o Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho fica, pelo menos até ao próximo Orçamento de Estado ou até ter garantias das intenções do CDS, dado que os restantes ministros centristas ainda se mantêm no cargo. Com que condições? O Presidente da República pouco disse até ao momento - o seu silêncio continua a ser o do costume com a justificação que o Primeiro-Ministro deve responder sobre a Assembleia e não perante si.

O Presidente jamais fará a criação de um governo de iniciativa presidencial, por maior que seja a crise do momento.

O Primeiro-ministro entrou há momentos para a sua - tão esperada - declaração ao país, cheia de recados ao partido de coligação.

No seu discurso considera que "seriam dois anos atirados por terra" quando existe uma recuperação já a ser vislumbrada ao fim de tantos sacrifícios. 
Pedro Passos Coelho indica que não se pode pôr em causa a governação com uma demissão, a não ser que fossem por coisas graves - o que poderemos entender por coisas graves?


Considera que estes são momentos que apelam à serenidade do governo e de todos e apelam à existência de "lucidez em momentos de crise". Não escolherá o caminho para um "colapso político, económico e social" - quando a grande maioria dos portugueses acredita que nesse caminho já estamos há muitos anos, não apenas durante este governo.


Considera também ser uma "decisão de consciência e convicção" por se representar "a esperança de todos os portugueses" no caminho para uma "sociedade mais próspera e justa" - coisa que os portugueses já não acreditam pelas imensas desigualdades que se criaram.


Porém, deixa a responsabilidade no ainda parceiro de coligação ao afirmar que "não depende da minha vontade de resolver os problemas" - quando a vontade do CDS é recusar este governo e esta política, pois nem estes acreditam.


O Primeiro-Ministro pretende cumprir os compromissos internacionais por ser "fundamental para manter a clareza e estabilidade internacional" - a ideia de que deveremos continuar a ser o "bom aluno", mesmo que de fora venham apenas pedidos de austeridade.


"Dar sentido ao sacrifício de todos" é um lema de continuidade como se, neste momento, os portugueses se sentissem compreendidos, mesmo que tente ultrapassar as dificuldades "em nome do interesse nacional".

 

"Não me demito", "Não abandono o meu país", "Abraço ao meu país com dedicação e esperança", "Os portugueses podem contar comigo" serão expressões aceites pelos portugueses e capazes de gerar consenso, numa altura em que está sem credibilidade e sem moralidade?


"Como poderia desesperar quando à minha volta vejo exemplos de coragem e experiência" é o seu reconhecimento aos sacrifícios impostos aos portugueses e que estes tentam aguentar da melhor forma; quando diz "Nós os políticos e governantes temos de estar à altura" sabemos que já o deveriam estar desde o momento em que foram eleitos para evitar estes males crónicos de que padecemos.


"Todos esperamos um regresso à prosperidade"- todos esperamos, mas para quando?



http://www.publico.pt/politica/noticia/passos-nao-se-demite-nem-aceita-emissao-de-portas-1599055

 

O FALHANÇO DE PEDRO, O PASSOS COELHO

Manuel Pereira de Sousa, 02.07.13

Por vezes não se percebe como funciona a comunicação dentro do Governo; então o Primeiro-Ministro falou com Paulo Portas acerca da nomeação da nova Ministra das Finanças? Poderiam ter chegado a acordo antes desta nomeação, de forma a ser evitada uma crise política? Apesar de Pedro Passos Coelho poder “cortar e riscar” no seu Governo, tem de saber como lidar com uma coligação e prezar pela comunicação interna (não apenas pensar na comunicação externa como no novo modelo de comunicação diário). 


O falhanço de Pedro faz crescer a ideia e a razão para que sejam convocadas eleições antecipadas porque não há estratégia, políticas, credibilidade, moralidade para que o Executivo continue o seu mandato.

O falhanço de Pedro não é recente, os empresários e trabalhadores, desempregados e reformados estão contra o que foi feito até aqui e quando o consenso social deixou de existir, o governo deixou de fazer sentido.

O falhanço de Passos Coelho foi a falta de sentido – orientação.

Manuel Joaquim Sousa

PORTAS BATEU COM A PORTA - O PIOR CONFIRMOU-SE

Manuel Pereira de Sousa, 02.07.13

No meu artigo anterior - "Volta Gaspar, estarás perdoado?" - escrevi: Acho que poderia continuar por aqui a fazer mais questões para o futuro que se avizinha - que é incerto tal como era antes -, e que agora corre o risco de ficar no silêncio de Belém em nome de uma estabilidade política que pode estar condenada – não sabemos se amanhã um outro ministro toma a mesma iniciativa e o Governo se revele ser um castelo de cartas.

Não era intensão ser arauto da desgraça alheia, mas aquilo que escrevi acabou por concretizar-se. Poderia ter escrito: amanhã um outro ministro tomará a mesma iniciativa e o Governo torna-se num castelo de cartas que desmoronará a qualquer momento. Era uma hipóteses remota, mas real e que muito foi avançada nos muitos comentários que se fizeram sobre o assunto.

 

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, demitiu-se, bateu com a porta - mais uma surpresa a acrescentar às anteriores. Num breve comunicado deixa entender que a decisão esteja relacionada com a decisão do Governo em nomear Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças. Goste-se ou não das opções deste Ministro, sabemos o quanto é importante para manter a coligação e mesmo o Governo unido, e compreensível é a sua decisão quando tem toda a legitimidade para discordar da opção tomada pelo Primeiro-Ministro - todos, mesmo no Governo, sabem da importância de uma política de finanças diferente para um rumo diferente.

E agora? Que conclusões tirará o Primeiro-Ministro desta crise política? Quais a cenas do próximo capítulo? O que terá Pedro Passos Coelho a anunciar ao país às 20h?