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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

AS EMOÇÕES NO AEROPORTO

Manuel Pereira de Sousa, 15.08.16

Eu percebo. Muitos percebem. Felizmente ou infelizmente – depende da ocasião. Os aeroportos são lugares de fortes emoções – alegrias e tristezas – separadas pelos lugares de partidas e chegadas. Nas chegadas há a alegria dos que regressam para junto das suas famílias e amigos. São os locais onde aqueles que esperam estão ansiosos, inquietantes, observadores do céu até o avião aterrar. As alegrias, os festejos, os sorrisos, os abraços, os beijos e as lágrimas festivas. É a longa espera que agora se concretiza em realidade. Nas partidas estão as emoções opostas. São lugares que apertam o coração, que dão o nó na garganta e abafam qualquer palavra que se queira expressar. Nas partidas os minutos passam rápido, como se o tempo ali fosse diferente dos outros sítios. Tenta-se adiar a despedida, mas o tempo obriga ao último abraço, ao último beijo, como se fosse a despedida definitiva dos familiares e dos amigos. Tantas lágrimas são absorvidas pelo ar das partidas - está carregado delas. São famílias inteiras, de todas as idades com o mesmo sentimento. Não vale a pena ficar ali cravejado a ver a partida das pessoas que mais amamos; há que partir e deixar para trás, para que aquele nó se possa desfazer lentamente nos minutos ou horas seguintes. Não há momentos, em que os aeroportos se libertem das emoções; talvez sejam os locais mais emotivos a par dos locais sagrados ou daqueles em que se faz a despedida definitiva, para uma viagem em direção a outro lugar que não aquele que pisamos.

CRÓNICA DE UM VERÃO NEGRO

Manuel Pereira de Sousa, 12.08.16

Acho lindo a publicação de imagem em homenagem aos nossos bombeiros – os heróis da tragédia -, mas não quero publicar essa homenagem no meu mural do facebook ou outra rede social porque cairei no risco, como os restantes: não lembrar destes heróis após a tragédia, nos outros meses do ano.

 

Para qualquer lugar que vá, nestes últimos dias, e olho para o horizonte reparo no céu carregado, no fumo que o vento espalha por todo o lado. Observo as montanhas à minha volta e vejo "fumarolas" aqui e ali, umas mais medonhas que outras. Confesso que sinto uma dor ao assistir a este cenário; tristeza por saber que as florestas deste país vão sendo delapidadas pelas chamas. As nossas florestas são indefesas, ficam muito à mercê de quem lhe quer mal – afinal muitos dos fogos são ateados por pessoas a meu ver sem qualquer escrúpulo. Em vários momentos do dia acedo ao site dos Fogos para perceber o panorama nacional – nem sempre estamos a ganhar a batalha porque o tempo não ajuda – calor, vento, falta de humidade -; quem dera que viesse uma chuva para apagar os fogos, molhar os solos, acalmar esta tormenta; quem dera, era um maná dos céus. Evito ler as notícias ou até o telejornal porque sei bem que o panorama não está fácil e ainda há muito que resolver. Até as redes sociais evito de aceder porque os incêndios passaram a ser as partilhas do dia e por lá circulam opiniões e comentários arrepiantes dos mais diversos lados – incendiários de opinião entre os que querem penas de morte, penas pesadas, os que defendem os bombeiros, os que acham que deve arder tudo na Madeira, os que acusam o governo e mais alguns -; a liberdade de expressão é um direito que assiste a todos e que me permite escrever estas palavras, mas no calor do momento há palavras e opiniões escritas sem ponderação – já chega de falta de ponderação em relação à gestão do património natural do nosso país, que é da responsabilidade de todos sem exceção. Acho lindo a publicação de imagem em homenagem aos nossos bombeiros – os heróis da tragédia -, mas não quero publicar essa homenagem no meu mural do facebook ou outra rede social porque cairei no risco, como os restantes: não lembrar destes heróis após a tragédia, nos outros meses do ano. Sim, esses bombeiros estão lá sempre, por vezes, a sobreviver e a manter as corporações com dificuldades financeiras e humanas e poucos serão os que terão o gesto de contribuir. Quantos compram aquelas rifas que os bombeiros vendem nas filas de trânsito? O governo que pague, dirão. Faço parte desses que olha com indiferença. Quando a tragédia passar, as vozes, que agora se levantam, vão-se calar e voltará tudo à mudez do costume até à chegada do próximo verão.

TER SOL PAGA MAIS IMPOSTO!

Manuel Pereira de Sousa, 01.08.16

O sol quando nasce é para todos. Quem tem mais sol vai pagar mais? Desculpem se a minha casa tem sol a mais. Mas eu não tiro sol a ninguém. Uma nova cláusula para o IMI. Ah, pelos vistos se tiver boa vista também é factor a ter em conta. Que se entende por boa vista? A rua ou a vizinha de deixar cair o queixo? Se estiver próximo de um monumento também tem a agravante. Agravante é quando o património está a cair em pedaços e quem determina regras para o IMI não tem isso em conta. Mais alguma regra? Se precisarem de algo que agrave o imposto à gente eu ajudo. Se a casa tiver água e electricidade deve-se cobrar mais. Se tiver tv paga acho que isso é factor a ter em conta. Já agora se entrar ar em casa agrave-se o imposto que uns têm mais ar que outros...