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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

HUMANISMO PODRE

Manuel Pereira de Sousa, 23.04.16

Qual a diferença de impacto entre: um atentado em espaço Europeu, onde morrem algumas dezenas de pessoas, e um naufrágio no Mediterrâneo, onde morrem centenas de refugiados? As diferenças começam na importância que os media dedicam a cada um dos acontecimentos – emissões e repetições intermináveis sobre os atentados europeus; notas de rodapé sobre os naufrágios. A diferença continua na resposta das autoridades aos acontecimentos – segurança máxima em aeroportos, estações, espaços públicos quando se sucede um atentado; barreiras de segurança que impedem os refugiados de continuarem a sua caminhada e que os obriga a campos de concentração, que bem poderiam ser de extermínio se o poder fosse nazi. A diferença continua até à reação do comum europeu – manifestações de apoio às vítimas dos atentados que concentram aos milhares nas ruas, ou milhares de partilhas nas redes sociais recheadas de revolta e coragem e de slogan como “je suis Charlie”; ignorância e indiferença às centenas que morrem às nossas portas sem ajuda e uma mão para conseguirem sobreviver.


Onde está o Humanismo que a Europa defende? Não existe. O pouco que existe é cínico e podre. Não há muito humanismo na Europa e nos decisores políticos; se existisse este problema teria solução imediata e consensual. Somos assim – seletivos. Triste sou eu se as minhas fronteiras se limitam a olhar para apenas um lado do problema. A Europa precisa de ser melhor. Se não é melhor é podre, insignificante e sem necessidade de existir como União Europeia.

TODOS SABEM DOS OFFSHORES E VIVEM BEM COM ISSO!

Manuel Pereira de Sousa, 09.04.16

Ainda não li a investigação do Expresso acerca do escândalo Panama Papers, mas há uma conclusão a retirar - os offshores são a parte podre da economia, mas aquela que dá poder. Uma economia que se tenta regular, mas que fica impedida de fazer mais. A culpa é do capitalismo e da globalização - verdade. Os capitais circulam pelo mundo em teias complexas, para que se perca o rasto. Assim vive maior parte do dinheiro deste mundo - escondido. Lá diz o velho ditado: "o dinheiro onde está não fala". A investigação é apenas baseada numa sociedade de advogados que criava as empresas em paraísos fiscais. Quantas outras empresas de advogados existem com a mesma tarefa? Nunca saberemos. Nunca saberemos quanto dinheiro vive escondido. Nunca um Estado saberá quanto poderia ter arrecadado em impostos e com estes apoiar as suas sociedades. Vi estes dias um cartoon em que tinhamos um barco de refugiados em direção à Europa e ou outro a sair da Europa com capitais, dinheiro. Podemos dizer que a globalização e o capitalismo têm culpa, que contribuem para a existência destes esquemas de offshores; porém, se não existissem offshores existiria outra coisa qualquer - verdade. Enquanto o Homem tiver a ideia de esconder dinheiro para fuga a impostos, haverá sempre forma e esquemas na lei para que tal aconteça. Lembrem-se que offshores existem por todo o lado, até em Portugal, na Madeira e todos são coniventes com a sua existência e terão a tentação em os utilizar se tiverem essa oportunidade.

QUEM PODE SER UM TERRORISTA?

Manuel Pereira de Sousa, 02.04.16

Eu poderia ser um terrorista. Não sou, graças a Deus. Graças a Deus porque é em nome Dele que banhos de sangue acontecem ainda nos dias de hoje, sem razões racionais - pelo menos à luz da cultura ocidental. Poderia ser terrorista, embora eu não tenha traços de quem vem de oriente - como se só no Oriente e do Oriente viessem os terroristas e como se fossem todos árabes. Mas poderia ser um terroristas porque os terroristas dos nossos dias estão dentro da Europa, são Europeus - não são os tristes refugiados que fogem à guerra e poder do terrorismo.

Acabaram-se os estereótipos de quem tem perfil para ser terrorista. Existem os mais estudados, os marginalizados, os que foram para países árabes, os que nunca de cá saíram, os que agem por amor a um Deus mau, os que se detonam por simples loucura ou desejo de morte, os que chamam por Alá, os que nos chamam infiéis. Terrorista pode ser um qualquer que tenha em mente provocar o mal entre os demais. Já não se trata apenas de uma questão religiosa, mas também política, de poder, supremacia ou simplesmente de coisa nenhuma.

A única coisa que move esta gente é a estupidez. Estupidez ao desejar que o mundo ocidental deixe de ser livre. Terrorista é aquele que é contra a liberdade. Abnegados seremos se aceitarmos esssa condição.