VOTAR CONTRA A ABSTENÇÃO
É importante que, nas próximas eleições, a realizar a 4 de Outubro, os portugueses usem o seu direito de voto. Vivemos num regime democrático, em que votar é fundamental para a manutenção dessa democracia. Se o português contribuir eleição a eleição para o aumento da abstenção está a contribuir para o enfraquecimento da democracia e estará a aceitar a ditadura como melhor regime político para o país. Serão cada vez menos os que viveram no regime de ditadura que existiu há 41 anos e que durou 48 anos. Foi a melhor opção para o povo? Não. Viveram em liberdade de escolha? Não. Viveram em liberdade de opinião? Não. Desejamos que isso volte a acontecer? Eu não. Por estas razões, faz sentido votar. Faz sentido usar do direito conquistado com a revolução de Abril e que faz, neste ano de 2015, 40 anos sobre as primeiras eleições livres da democracia portuguesa. Muitos não votam porque perderam a consciência da importância do seu voto ou talvez nunca a tenham ganho. Perderam a noção que por um voto se ganha e por um se perde e que o voto é uma confiança muito importante que se dá a um candidato. Uma confiança…. Os portugueses andam desconfiados dos políticos que se apresentam? Sim. Têm as suas razões. Porém, a desconfiança em momento algum deve ser utilizada como argumento para se abster. Vale mais um voto em branco que uma abstenção. O voto branco provoca medo na classe política e leva a que esta tenha noção do descontentamento. A abstenção faz a classe política a assobiar para o lado e a continuar a cavalgar rumo ao poder, sem qualquer importância para o estado do país e dos portugueses. Não faço apelo a voto em branco, mas apelo a que as pessoas se interessem pela política e busquem pelas alternativas à alternância de poder que fomos sendo condenados sucessivamente ao longo dos anos. É fácil sentar na mesa de café e criticar as caravanas políticas e os que passam a apregoar as suas ideias. Esses, seja pelo bem próprio, de uma classe ou do bem comum fazem alguma coisa. Os que meramente criticam tudo e todos são passivos e nada estão a contribuir para a mudança da classe política, para o desenvolvimento de massa critica e para a criação de alternativas eficazes à mudança do país. É importante lembrar que os maiores culpados pelos políticos que temos somos nós os eleitores que entregamos o voto; depois o eleito faz aquilo que não desejamos e, mais tarde, voltamos a entregar o voto. Fica a questão: De que valem as manifestações de milhões de pessoas nas ruas contra os governantes, se mais tarde lhe é entregue o poder? Se esses que nos governam não sabem gerir o poder que lhes foi confiado, saberemos nós gerir o poder do voto? Sim, seremos capazes se tivermos massa crítica e formos livres de pensar sem condicionar o pensamento sempre nos mesmos.