PENSAMENTOS VAGOS
É noite de Verão. O tempo é incerto. Umas vezes está calor. Umas vezes está frio. Não há ninguém que entenda o tempo. O tempo é como as pessoas – inconstante. A inconstância mata. Da mesma forma que o tempo mata pela forma mais simples – passa. Ninguém o impede de cometer o crime. Ninguém o consegue. Mais vale que assim seja – evita-se o que escreveu José Saramago, em Intermitências da Morte. Não vale a pena prender o criminoso. São palavras incoerentes de quem tenta segurar o sono como uma criança que tenta fazer um esforço para demonstrar que está em alerta e atenta. O sono que me invade e me faz esquecer o café que me puseram na mesa, pedido certamente de forma inconsciente. Talvez este ainda me desperte – ou não.
Não fossem os olhares reprovadores das pessoas e dormiria um pouco, aqui sentado no sofá. Foi um sono repentino que me deu e do qual não me apercebi como chegou até mim.