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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

A CORAGEM DE LAURA FERREIRA NA LUTA CONTRA O CANCRO

Manuel Pereira de Sousa, 19.07.15

Há dias vi de passagem uma imagem de Laura Ferreira, esposa do nosso Primeiro-Ministro, em público sem cabelo. Sabia já que esta senhora estava numa luta contra um cancro e facilmente percebi a razão de estar sem cabelo. A notícia queria no fundo questionar até que ponto deveria Laura aparecer publicamente sem um lenço, uma cabeleira, para tapar a nudez do crânio. Questionava-se até que ponto poderia faze-lo sendo ela uma personalidade pública e, por isso, ter intenções de retirar proveitos políticos para o seu marido. Ao princípio ignorei porque a liberdade de cada um aparecer em público com uma determinada aparência é inquestionável, qualquer que seja a importância social dessa pessoa.

Mas, como em tudo, fizeram-se diversas leituras a gosto de cada oportunidade e pelos vistos o caso continuou a ser escrutinado como se qualquer cidadão tivesse direito de o fazer – assim ditam as regras da liberdade de expressão. É importante distinguir o que é público e o que é privado. O que é público deve ser questionado, escrutinado, investigado e justificado porque diz respeito a todos; o que é privado deve assim ser aceite. Não se preocupem os arautos da crítica quanto à consequência política que o caso de Laura pode provocar nas legislativas que se aproximam. Querer afirmar que há um aproveitamento político é um pensamento, no meu entender, mesquinho. É difícil quantificar os votos que a coligação conseguirá angariar fruto da pena e da desgraça de alguém. É utópico. É uma perda de tempo. A batalha política deve centrar-se noutros rumos, noutros dados, noutras propostas. Assusta-me quando as máquinas partidárias tentam, a qualquer custo, ao de leve e de forma inocente lançar lume na vida privada de alguém, para que o povo acorra a incendiar ainda mais.

 

Acima de tudo, é importante referir que: Laura Ferreira é uma mulher forte. Não tem que sentir vergonha, constrangimento, por publicamente mostrar as cicatrizes de uma doença que deixa marcas e muito sofrimento. A revista “Visão”, desta semana, fala das mulheres que negam ter de andar com uma cabeleira ou com um lenço para tapar aquela nudez, a falta de longos e belos cabelos que é muito característico da mulher. Vergonha que as outras pessoas olhem? – pois que olhem. De chocar? – pois que choque. A realidade não pode, nem deve ser escondida. Acredito que para um homem seja fácil estar sem cabelo, muitos até o rapam, muitos são carecas. Para uma mulher, a perda de cabelo é um desgosto e uma marca que deve ser profunda, assim como profunda é a falta de um seio – difícil de recuperar. Cabelos, seios e tudo o resto que se extrai são partes delas e deles que sofrem com o cancro. Sofrem – talvez ainda poucos tenham a noção do sofrimento. Quantas mulheres sentem a vergonha de si? Quantas têm dificuldade de se olhar ao espelho, para encarar o seu corpo marcado por uma doença que quer matar aos poucos? Quantas só sentem que podem ser elas em casa, longe dos olhares alheios? Quantas escondem com as roupas o sofrimento, que se manifesta em casa, sozinhas e, muitas vezes, sem apoio? Porquê vergonha de mostrar a careca?

Lembro-me do artigo de Henrique Raposo, no semanário “Expresso”, desta semana, quando diz que não têm que sentir vergonha as mulheres alvo da desgraça que lhes aconteceu. Não se deve ter vergonha de algo que não foi desejado, nem tão pouco provocado por elas. Ficar sem um seio, o cabelo ou ter qualquer outra cicatriz é sim um sinal de: CORAGEM. Coragem porque se luta pela vida. A estas pessoas deseja-se coragem, força, energia e que não deixem de acreditar que podem voltar a viver com qualidade de vida e felizes. Não se perde a beleza com a falta de cabelo, mas conquista-se o reconhecimento pela força. Não olhem para alguém que usa o lenço com pena; SORRIAM. Não façam festinhas com lágrimas: agarrem com força e digam: ÉS UM(A) GERRUEIRO(A). Ainda bem que Laura Ferreira tomou esta atitude. De algo que é pessoal e da vida privada, tornou público, falado e comentado, para que o assunto não fique só em pequenas conversas, mas seja exposto, para que as mulheres e os homens sintam a coragem de trazer para a rua o sofrimento que escondem em casa - só para fingir que está tudo bem quando não está.

 

Laura Ferreira é uma mulher com coragem e ainda bem que os holofotes ficaram sobre si, para que também de fora venha o conforto das palavras e das pessoas para sentir otimismo na luta contra esta doença. Parte da luta contra o cancro vem da energia positiva que os outros possam dar; nem que seja para minimizar um pouquinho o sofrimento; nem que seja para acreditar e para ter esperança; nem que seja para se ter força para aquele tratamento tão doloroso. O que pensará um doente com cancro quando toda a gente está ali a dar força, naqueles momentos dolorosos? VOU VENCER!

MAIS VELHO QUE A SÉ DE BRAGA!

Manuel Pereira de Sousa, 14.07.15

 

Andava pelo Youtube e tropecei num documentário que tive oportunidade de ver em tempos, na RTP2 - o primeiro episódio do programa "Visita Guiada".

Aqui se desvenda um pouco da história da Sé de Braga - templo de culto desde há mil anos. Neste programa, desvenda-se também a história do cálice de São Geraldo (padroeiro da cidade de Braga) com mil anos e que se encontra no Museu do Tesouro da Sé. A mais antiga peça de ouro destinada ao culto fabricada em Portugal.
Neste episódio percebemos um pouco do enquadramento Histórico da região que mais tarde se chamaria Portugal - tudo à volta da história do cálice.

A Sé de Braga tem uma série de correntes artísticas, que representa uma retrospectiva da arte ao longo da História, devido às inúmeras intervenções que foram sendo realizadas ao longo dos tempos.

GREXIT? PARECE QUE NÃO.

Manuel Pereira de Sousa, 13.07.15

Ultimamente temos sido muito prós nas opiniões sobre economia - macroeconomia. Sentimos que nos licenciamos muito rapidamente, a ponto de lançar previsões sobre o que a Grécia deve fazer neste cenário em que vive mergulhada. Informação não tem faltado. Cenários são muitos, embora o desfecho esteja ainda em fase de negociação e que poderá chegar aos 400 mil milhões de ajuda. Durante as longas horas de negociações sem fumo branco, pareceu-me que foram muito tecnocratas, voltada unicamente para o défice, prestações, montantes de ajuda, crescimento, dívida, PIB, liquidez, juros e mais uma "mão cheias" de inúmeros termos técnicos. Assim se foi fazendo a avaliação da Grécia, que merecia a existência de outros termos, mais abrangentes como: povo, pessoas, política, união, progresso, solução e integração. Podemos achar que são mais indefinidos, pouco concretos, no entanto são essenciais à coesão. Necessitamos de uma visão mais política e humana da Grécia. Só assim se podem resolver problemas e consequente melhoria de números. A União Europeia foi criada para manter a paz, cooperação, desenvolvimento dos países que foram aderindo ao longo da História. A UE foi criada com valores muito mais nobres e, por isso, naquele tempo a visão a aceitação da opinião pública era muito superior aos dos dias que correm. Os políticos e economistas necessitam de ser mais humanistas. Sem humanidade não temos nem precisamos da UE.

VIDA AGRESTE

Manuel Pereira de Sousa, 13.07.15

 Imagem de Manuel Joaquim Sousa

 

A vida pode ser agreste,

Na realidade até o é,

Mas a natureza dá a força,

E assim pode existir vida,

Para um resistente sobressair,

Mostrar ao mundo que existe,

Sem nunca deixar de sorrir.

 

São flores que encontro pelo caminho,

Que nascem das plantas por entre as rochas.

São mimos que a vida dá

Aos que teimam em subsistir.

Manuel Joaquim Sousa

 

VIR AO CIMO DA SERRA

Manuel Pereira de Sousa, 12.07.15

Imagem de Manuel Joaquim Sousa

Vir aqui ao cimo da serra

permite estar mais perto do céu.

Quanto mais subo

mais lhe posso tocar.

Mas, a meio do caminho

paro,

olho,

que bela paisagem daqui vejo.

Não quero mais subir,

Apenas quero aqui ficar.

Olhar o horizonte e sorrir

Porque me consegui encontrar.

Manuel Joaquim Sousa inspirado pela beleza do Gerês

 

- Se queres que te ponha de pé, bem que te fod... - Fala de uma mãe para o seu recém-nascido, quando este se tenta pôr em pé, enquanto a mãe está alapada numa pedra de uma lagoa na serra. Não foram as únicas expressões delicadas utilizadas para comunicar quer com o bebé, quer com os presentes - depois admiram-se que as crianças não têm modos de falar.
Pessoa que vai para a serra tem de caminhar e caminhar por meio de pedras, pois não é suposto que haja caminhos, quando falamos de zonas de proteção. Por não ser suposto, não percebo que pessoa sem qualquer noção do que é andar na serra diga coisas como: para quê andar tanto tempo para estar aqui? Ainda por cima deve estar cheio de bichos. Ou: "Ai que filhos da put..." porque os companheiros decidiram andar à descoberta das lagoas.

Assim continua em alto e bom som - que é impossível ignorar - a criticar e dizer mal de sua vida por ali estar. Além disso, o medo de estragar um telemóvel de 700 euros que ainda está a pagar às prestações é mais importante que desfrutar da natureza, da água, do ar puro, da beleza sublime que não temos quando queremos. São prioridades na vida, opções e valores que distinguem aqueles que procuram a natureza para relaxar ou os que lá andam por engano - só pode.

Há medo de cobras e bichos que andam livremente no seu espaço. Desejei tanto que aparecesse uma cobra pequenina ali em cima da pedra onde estavam estendidas ou então um inofensivo inseto para as assustar e, quem sabe, correr com elas dali.

Estava tão bem sozinho na minha toalha, no silêncio, a ler um livro até aparecer estas pessoas que não param de se queixar. Ainda aguentei uns minutos a escrever este desabafo que vos transmito; mas vesti-me, peguei na mochila e serra acima.

Enfim...

 

 

 

CRÓNICA DE UMA GUERRA ANUNCIADA

Manuel Pereira de Sousa, 06.07.15

O povo continua na mesma corrida aos multibancos para levantar os 60 Euros diários a que têm direito. Muitos nem isso devem ter para levantar. Falamos dos que engrossam as filas, mas esquecemos dos invisíveis que não têm essa possibilidade e que serão muitos mais que os das filas. Ter 60 Euros para levantar é uma sorte nos dias que correm, para os gregos. Uma tragédia grega.
A Grécia está em guerra. Contra quem? Contra a Europa que de amiga passou a inimiga. A Europa esmaga de um lado, o governo do Syriza tenta usar o escudo e esmaga do outro. Os encurralados são sempre os mesmos: o povo. Tristes os humildes porque deles é o reino da desgraça terrena. Pagam com miséria as teimosias de ambas as partes.
A Grécia está em guerra. Por causa de quem? Dos meninos que brincam às reuniões. Falam de dívidas, empréstimos, tranches, pagamentos, mas não parecem pensar no povo desesperado com a situações de estrangulamento económico a que estão condenados.
A Grécia está em guerra. De onde vêm os combates? Não há balas ou exércitos a tomarem posições de ataque, mas os efeitos continuam a ser os mesmos - e serão se o impasse continuar. Estaremos perante um desastre económico, humanitário de proporções que não poderemos prever. Estou a ser catastrófico? Sim. Em exagero? Talvez, mas não tenho outra visão mais positiva em relação ao que está a acontecer.
A Grécia está em guerra. Há consciência disso? Poucos lideres europeus parecem conscientes disso. Os testemunhos dos jornalistas demonstram a realidade que alguns podem tentar negar ou simplesmente ignorar. Os multibancos começam a ficar sem dinheiro; as bombas de gasolina sem combustível; os supermercados com as prateleiras vazias; as farmácias sem medicamentos para aqueles que têm doenças crónicas.
A Grécia está em guerra. E? Há quem esteja longe da realidade dos que vivem na miséria e a ela estão condenados. Os políticos facilmente atirarão culpas aos gregos por tudo o que lhes está a acontecer - é fácil culpar quem pouco ou nada tem como se defender.
A Grécia está em guerra. O que vai acontecer? Não me admiro que estejamos perante uma guerra civil.
A culpa será sempre daqueles que esmagam o povo de um lado ou do outro.

GRÉCIA: A VITÓRIA DO NÃO SIGNIFICA O QUÊ?

Manuel Pereira de Sousa, 05.07.15

Procuro acompanhar de perto a situação da Grécia por ser Europeu e porque portugueses e gregos estão na União Europeia e têm como moeda única o Euro. Estamos no mesmo barco. Dizem que não somos a Grécia - como queiram - mas tudo o que lá acontecer terá implicações futuras para Portugal. Podemos estar alheios aos acontecimentos, mesmo que não se perceba ao certo o que lá está a acontecer? Não podemos. Estamos próximos demais e o país é melindroso demais para se tentar alhear de tudo.

Perdoem-me a ignorância. Não percebo o porquê deste referendo. O que é o sim e o não? O que representa no futuro e qual o caminho a seguir quando se conhecerem os resultados? Neste momento, as urnas estão fechadas. O "Não" irá ganhar com pouca vantagem sobre o "Sim". O povo está dividido porque não sabem o que vai acontecer a seguir qualquer que seja a votação.

 

Quando a União Europeia (UE) foi criada - ainda se dizia CEE - não foi pensado o cenário de expulsar, convidar a sair um dos seus membros porque do momento em que aderiam ficariam juntos para o resto da História. Naquele tempo, havia outro pensamento estratégico em relação ao futuro da União, daí que não se tenha pensado na saída dos países. Não se equacionou crises tão profundas como aquelas que se existem atualmente. O sentido da palavra "irrevogável" é mesmo que aquele que existia antes de Paulo Portas lhe ter mudado o sentido. Paz, segurança, prosperidade foram os ideais de criação da CEE. Hoje os ideais são bem diferentes e a falta de política e visão futura condena-a ao seu fracasso. O fracasso que começa obviamente pelos mais frágeis.

 

Neste momento, a expectativa dos lideres Europeus deve ser grande perante os resultados que se encontram a ser apurados e os meninos voltarão a reunir-se para debater o futuro - debates que ao longo dos dias se tornam cada vez mais improdutivos.

 

Não percebo o porquê do referendo, mais uma vez me perdoem a ignorância. Qual a sua intenção? Em que condições se pode referendar "à última da hora" o futuro do país, sem que exista um amplo debate na sociedade grega? Que esclarecimentos tem o povo em seu poder para escolher a melhor opção? Que efeitos práticos para a Grécia e para a Europa tem a decisão do povo - o mesmo que está a ser encurralado? Tsipras pretende o quê para o seu país? Acha mais fácil negociar quando o povo está dividido em relação às escolhas que tem a fazer? É o referendo que vai dar liquidez aos bancos? Que vai parar a sangria dos depósitos? Que posição tomará o Banco Central Europeu? Estaremos prestes a assistir à agonia e à miséria dentro da UE?

 

Eu como Europeu assisto passivamente aos acontecimentos que se seguem porque só tenho questões e não tenho respostas. Acredito que uma larga maioria está na mesma posição.

Que se conheçam os resultados.

  

Em ambos os cenários podem existir novas negociações, em ambos os cenários poderão existir eleições antecipadas, em ambos os cenários a Grécia estará em crise e endividada.

O MIMARTE ESTÁ NA RUA

Manuel Pereira de Sousa, 04.07.15

 

 

 

O Mimarte é o Festival de Teatro de Braga. Começou no dia 2 de Julho e terá duração até ao dia 11 de Julho. Todos os dias à noite há um espetáculo de teatro diferente no Rossio da Sé com entrada gratuita. Só o último, a realizar no Teatro Circo de Braga terá entrada no valor de 5 Euros.

Espetáculos a não perder: "Bonequinhas de Ópera", pelo Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga; "Este(s) Auto(s) que ora vereis...uma viagem com Mestre Gil", pelo CENDREV; "Caídos do Céu", pelo Teatro Montemuro; "Morgado de Fafe Amoroso", pela Nova Comédia Bracarense; "Wangari La niña árbol", pela La nave del duende; "American way", pela Jangada teatro; "Loa, Xácara e bigiganga", pelo Teatro das Beiras e "Agora", pelo PIF'H. Todos no Rossio da Sé, pelas 21h45.

Programa em pormenor: no Site Badio.

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