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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

O BES EXIGE MÃO PESADA…

Manuel Pereira de Sousa, 31.03.15

Terminaram as audições. Agora é tempo de fazer o relatório final. É tempo do balanço político do que aconteceu. Ainda há muito trabalho pela frente, mas o mais importante, as audições dos responsáveis, já terminou. Assim se caminha para o final mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Assim se tenta chegar à conclusão do que aconteceu com o BES, melhor, com o Grupo Espírito Santo. Entender o que se passou no BES é pouco porque detrás há muitos envolvidos que levaram à queda do império e do que consideravam o Dono Disto Tudo.

Terminaram horas e horas, dias e dias de audições de elementos importantes para o processo, de onde se poderão retirar imensas conclusões para que no futuro se evitem situações semelhantes. Com esta comissão, os políticos saíram valorizados e prestigiados pela forma como conduziram os trabalhos sempre concertados, bem fundamentada e com irrelevância para as ideologias políticas. Assim devem funcionar as instituições para prestígio do voto que o cidadão deposita nas urnas.

Ricardo Salgado não é o Dono Disto Tudo, mas o grande responsável pela queda do grupo, do banco. Creio que ficou demonstrado que sempre foi resistente ao poder e sempre desejou estar no lugar de Presidente do Grupo para controlar todas as jogadas que levaram à exposição do BES ao GES. Foi a ideia de ser o controlador que o levou a cometer as decisões menos positivas para o banco. Não aceitou que o poder fosse partilhado com o Estado, negando a capitalização Estatal como as restantes instituições financeiras. Acreditou que a almofada existente seria suficiente, para engano dos seus clientes.

Ricardo Salgado é o principal causador de todos os estragos, a quem terá dado ordens para a venda de papel comercial do GES aos clientes do BES, comprometendo as economias sob a garantia de um bom investimento. Até grandes gestores como os da PT foram enganados em centenas de milhões de Euros condicionando assim o seu futuro e a consequente desvalorização da empresa. Até o Banco de Portugal e a CMVM pouca atuação tiveram, para evitar este descalabro, tendo aconselhado o aumento de capital por parte dos clientes. Se estas entidades ou empresas foram enganados, muito mais facilmente seria enganado o comum cliente sem qualquer conhecimento sobre os produtos tóxicos que estava a comprar. CMVM e Banco de Portugal não conseguiram conter a atuação de Ricardo Salgado e não tinham poderes para o afastar do Banco. A medida de resolução foi aplicada porque o BCE informou que iria impedir o BES de se financiar e solicitou a devolução de 3 mil milhões de Euros no prazo de 48 horas – valor que não estava disponível na dita almofada que Ricardo disse existir.

É fácil que se atirem culpas a Carlos Costa pelas decisões que tomou, mas sem poderes para fazer mais seria difícil avançar para uma alternativa melhor.

O caso BES é uma lição para as instituições que têm o dever de regular o mercado e em último recurso deveriam ter poderes para tomar a atitude, seja ela qual for para salvaguarda dos clientes e cidadãos – caso contrário de nada vale existir supervisão, que fica à mercê de relatórios que as consultoras apresentam em concordância com o que é pedido pelo cliente.

O que se espera em todo este caso é que a matéria produzida na Comissão Parlamentar tenha dados suficientes para apuramentos na justiça de verdadeiros culpados e sobre esses exista uma punição, para que desta história existam responsáveis. Custa a crer que perante as evidências não existam prisões permitindo que responsáveis tenham o seu tempo para destruir provas e preparar o terreno adequado à sua defesa. A mão tem de ser pesada.

A EDUCAÇÃO VAI NUA!

Manuel Pereira de Sousa, 25.03.15

Esta história dos professores terem de fazer exame para avaliar competências é algo um tanto ou quanto ridícula. Que, tal como em empresas ou outras profissões, tenham de ser avaliados até concordo - como forma de validar as suas competências e capacidades para ensinar os alunos. A avaliação tem mais lógica se realizada no ambiente diário de trabalho e não num mero exame. O que conclui o Ministério de Educação com os resultados? Nada de útil para a qualidade do ensino e educação dos jovens.
Os exames que são realizados enquanto um professor tira o seu curso ou o seu mestrado parecem-me suficientes para sabermos que capacidades um professor tem. Um exame quando este está no mercado de trabalho a exercer a sua função? Duvido desta prática e dos benefício para a Educação. Além disso, fico sem perceber os critérios por apenas realizarem exames os professores contratados. Que diferenças em relação aos restantes colegas?

Para completar o ridículo a que o Ministério da Educação se tem tornado nos últimos tempos - com atropelos atrás de atropelos - havia na zona do Porto uma série de escolas em que o número de professores para assistir à prova era superior ao números de professores sujeitos a exame - 33 professores para vigiar e 6 a realizar prova. Esta situação aconteceu em 9 escolas. Ridículo, absurdo - faltam adjetivos para definir esta peripécia a que este ministro está a condenar o estado da educação do país. Depois esperam que os docentes tenham condições desempenhar o seu papel e os alunos e pais acreditem num ensino de qualidade e de futuro - que belo exemplo dá o ministério aos mais novos.

 

Ficamos à espera das próximas peripécias.

BRAGA BENFICA: QUESTÕES QUE O FUTEBOL LEVANTA

Manuel Pereira de Sousa, 14.03.15

Por vezes duvido que algumas pessoas saibam viver num país democrático. Talvez não saibam o que é liberdade de expressão. Talvez a idade que têm pouco lhes deve ter ensinado na vida. Esta tarde, num café, onde estava descontraidamente a gozar da minha pausa reparei que à minha frente estava um grande número de pessoas com os olhos postos na televisão: era o jogo do Braga e do Benfica. Situação que ocorreu na cidade de Braga. Ao que consegui perceber, o Braga estava em desvantagem por um golo. Alguém mais atrás da plateia deixa sair um ai ou uma tentativa de manifesto de quase golo por parte do Benfica - normal num apreciador da bola. Eis que a situação incendiou: um senhor de meia idade, sentado à frente, num tom irado e de gestos nervosos contestou a manifestação. Não aceitava que alguém se manifestasse contra o Braga, a favor de outro clube; que alguém de outro clube estivesse no mesmo espaço que ele; mostrou-se mais cliente e mais digno que os demais. Felizmente que muita gente se manifestou contra, a favor do direito à livre manifestação independentemente do clube. Valeu a pronta intervenção da funcionária para acalmar os ânimos. O homem de tão irado queria acertar contas com várias pessoas que o contestaram, como se a sua opinião fosse a verdade absoluta. Em que mundo vive este senhor? Será que sabe o que é viver em sociedade aberta com respeito pelos outros, da mesma forma que ninguém lhe faltou ao respeito? No meio desta confusão ridícula provocada por um irado, perderam a continuação do jogo, que deveria ser mais importante. Será que este senhor tem uma ira tão forte em relação às injustiças que se vivem por esse mundo fora? Certamente que valia mais a pena o gasto da sua energia coisas úteis.

O ASSASSINIO PREMEDITADO. FOI PUTIN?

Manuel Pereira de Sousa, 12.03.15

Era meia-noite, um casal de namorados caminhava pela rua, até que se ouviram, seis disparos. O homem caiu de costas no chão. Teve morte imediata, atingido por quatro tiros, três deles fatais por alguém que terá atacado por trás sem que ninguém desse conta. O atirador fugiu, correu para um carro branco, sem matrícula, que arrancou a alta velocidade pelas ruas de Moscovo para parte incerta. Passados alguns momentos, ainda o corpo jazia no local da morte, o telefone da casa da mãe da vitima tocou; quem era? Era O Presidente da nação a prestar os sentimentos pelo sucedido e a realçar o apreço que o país tinha pelo seu filho. A chamada terminou. Assim ficava consumado o plano.

O crime foi premeditado e a pedido de alguém muito influente, que a maioria não tem dúvidas de quem foi: Vladimir Putin. A vítima atingida pelas costas: Boris Nemtsov. O local do assassínio: na ponte em frente ao Kremelin.

Terá sido imprudente a caminhada descansada de Boris pelas ruas aquela hora, sem qualquer tipo de proteção, depois de saber que seria um alvo para abater e de sentir receio de ser assassinado por Vladimir Putin – neste caso a mando de. Outras histórias podem ser contadas que envolvem o mesmo desfecho, na Rússia, sempre com o mesmo suspeito nos assassínios. Tem sido assim desde de que Putin está a comandar os destinos do país. Tem sido o método utilizado para silenciar jornalistas, empresários, políticos e todos aqueles que se manifestam contra o regime e que começam a ter alguma projeção pública no país. As últimas notícias dizem que já terão encontrado o assassino e que o mesmo terá confessado o crime sob tortura – sob tortura confessasse até o que não se fez. Porém, continuam a chocar a opinião pública em todo o mundo porque ninguém acredita que a investigação tenha sido transparente e real. Nunca poderá ser uma investigação credível se quem a dirige foi a pessoa que ordenou a execução do crime.

Será Putin o responsável por este assassinato? Poderá ter sido a seu pedido direto com a preparação de um plano cuidadoso sem que existam quaisquer provas. Poderá ser da sua responsabilidade e não por ordem direta; há pessoas que o fariam livremente em troca de uma recompensa do governo – uma cultura que tem sido difundida e apoiada pelo Kremlin, de forma a “lavar as mãos” dos acontecimentos, mas com proveito direto dos mesmos.

Claro que o principal interessado na morte de Boris Nemtsov terá outras teorias para justificar os acontecimentos e despistar as atenções da opinião pública. Faz-se passar na Rússia, de forma insistente, que a morte terá resultado das disputas entre a oposição; como Boris era de descendência judaica, embora batizado como Cristão Ortodoxo, o motivo estará relacionado com terrorismo por radicais islâmicos; questões pessoais e até relacionadas com o namoro; assassínio cometido por radicais pró-russos na Ucrânia, em resultado da sua oposição à guerra na Ucrânia, algo que é aceite como justificação válida por grande maioria dos russos. No entanto, esta teorias não são coerentes com os acontecimentos daquela noite, onde a única prova existente terá sido de imagens de um limpa-neves que estava na zona – mais nada. O Kremlin, onde ocorreu o assassinato (foi ali mesmo ao pé), é uma zona fortemente vigiada como é mais que natural, contudo, nessa noite, as câmaras de vigilância estavam desligadas para manutenção, não existiam seguranças no local e foi permitida a circulação de um veículo a alta velocidade e sem matrícula. Neste caso, ou é premeditado ou existe uma gravíssima e monstruosa falta de segurança no Kremlin a que o assassino tinha acesso porque a conjugação destes fatores é muito improvável numa situação normal. Por com estes dados é mais que certo que tudo estava premeditado e que as ordens vieram do Kremlin.

Boris Nemtsov foi sempre considerado um político carismático que nunca foi apontado como corrupto – foi um homem integro -, embora o seu poder de influência tenha vindo a perder-se porque sendo opositor ao regime o seu lugar nos media deixou de ser importante. Terá nascido em Sochi e foi um dos homens de confiança de Boris Ieltsin que o nomeou para Governador de Nizhny Novgorod. Em 1998 foi nomeado vice-Primeiro-Ministro, lugar de onde saiu pouco depois, por divergências com o Presidente. Em 1999 fundou, juntamente com Anatoly Chubais, a Coligação Liberal Democrata, que não teve grande sucesso político a longo prazo. Boris continuou a ter influência na Rússia através das manifestações que organizava e nas intervenções nos media. A sua carreira política termina como membro do Parlamento Regional de Yaroslavl. Na sua carreira política há um acontecimento que o poderá manchar, que foi o apoio ao bombardeamento do Parlamento Russo, em 1993, onde se encontravam barricados deputados conservadores.

A motivação para o seu assassinado está relacionado com a sua intervenção cada vez mais crescente, ainda que com tentativas de ser silenciado nos media, e que estaria a incomodar o Kremlin. Boris descreveu Putin como sendo um mentiroso patológico, corrupto, que usa a violência para atingir os seus fins. É responsável por apoiar grupos de fascistas que cometem crimes com o livre consentimento do governo e das autoridades e posteriormente abafados da opinião pública. Denunciou que foi Putin o responsável pela guerra na Ucrânia e tinha provas para divulgar publicamente do envolvimento militar russo em Donbass.

Presentemente a opinião Pública ainda é muito favorável a Vladimir Putin e a maioria não ignora que os assassinatos sejam da sua responsabilidade com o argumento que se existem é porque há razões que os justifiquem. Não se sabe ao certo qual o futuro da sua presidência e dos contornos que este caso poderá ter, pois a opinião pública um pouco por todo o mundo desdenha de Vladimir Putin. A Rússia está a passar por dificuldades profundas em termos económicos resultantes das sanções económicas que estão impostas por causa da guerra na Ucrânia e a questão da Crimeia e a baixa do preço do petróleo afetou gravemente um país habituado a vender a um preço muito caro. Acredita-se que o país esteja a entrar em recessão e a opinião pública poderá não estar ainda consciente das dificuldades que terá no futuro, fruto de um presidente tão pouco inteligente e que pensa apenas na ampliação do império Russo a qualquer preço e sem qualquer escrúpulos. A par desta dura situação a própria Igreja Ortodoxa parece viver conivente com esta situação e está a ajudar na propaganda política de Putin ou então está a comportar-se desta forma por medo ao que lhe possa suceder.

O assassinato de Boris Nemtsov não foi o único e não será, infelizmente. 

OS AUMENTOS COM AS PPPs...

Manuel Pereira de Sousa, 11.03.15

 

Ia julgar que uma das bandeiras deste governo era a renegociação das rendas excessivas com as famosas PPP; mas segundo o Expresso diário, ouve um crescimento de encargos - 60%, em 2014. 60%? O que são 60%? São apenas mais 1500 milhões de Euros. Pouco? Hum… é relativo.

COMO ME IRRITAM OS GRITINHOS NA TV

Manuel Pereira de Sousa, 11.03.15

Nestes últimos dias decidi tirar umas férias para acompanhar umas obras lá em casa e, de vez em quando, ao meio da manhã, vou tomar o meu cafezito ali ao lado. O que eu tenho reparado é na fantochada de programas que passam na televisão generalista portuguesa - já tinha uma noção, mas agora fiquei com a consciência disso mesmo. Aqueles talkshows são tão fraquinhos. As pessoas atrás batem palmas porque lhes pagam para isso e é a sua função ali - não têm outra utilidade. Mentira, também cantam em coro o número 760 para onde os espetadores devem ligar para ganhar o prémio.

A piorar a situação é que a Estação Pública segue a mesma linha. O Canal 1 também tem o mesmo tipo de programas, quando deveria primar pela diferença do setor privado. Ou estarei errado?

Poderão sempre argumentar que o público que está em casa a esta hora não quer outra alternativa e a prova é que as audiências comprovam a preferência das pessoas. Pois, a questão das audiências até mesmo na RTP tem a sua importância. Audiências não implicam qualidade, mas serviço público implica diferença de conteúdos. A minha sorte é que facilmente desligo do que está a passar na televisão - exceto quando se ouvem aqueles gritos em coro ensaiados. A sorte é que em casa tenho alternativas da TV paga, onde encontro muitas opções para ver, ms há muitos que não têm.

ATÉ QUANDO CONTINUAREMOS A COMER CARNE?

Manuel Pereira de Sousa, 10.03.15

A propósito do tema que aqui abordei em relação à alimentação saudável, que é possível ter sem que se isso represente um peso para o orçamento familiar, e sobre a questão de que estaremos a consumir mais que as nossas necessidades, vale a pena falar do impacto ambiental que o consumo excessivo de carne e peixe pode trazer para o nosso planeta. Este assunto não é novo, tem sido debatido recentemente, por razão do "Cowspiracy" - um polémico documentário norte-americano. É certo que se pode duvidar dos dados revelados nesse documentário e sobre isso seja necessário haver mais investigação que o comprove. Certamente que não existe o contraditório necessário para que as pessoas tomem as devidas opções, entre visões diferentes de uma questão que pode ser grave - a sustentabilidade dos recursos alimentares no planeta. 
 
Nenhum recurso é inesgotável, para se valorizar determinados recursos outros terão de ser eliminados por questões de seleção natural - mas com intervenção humana (uma variável que Darwin necessitaria de acrescentar à sua teoria se a desenvolvesse nos dias de hoje). A acreditar em alguns dos dados revelados nesse documentário estaremos perante um devaste ambiental que é necessário travar. 
A pegada ecológica de uma alimentação carnívora poderia ser eliminada em 50% de emissão de CO2 se a nossa alimentação fosse vegetariana; cerca de 91% da floresta amazónica foi destruída para pastagens de gado; dezenas de espécies de animais e plantas são extintos diariamente devido à destruição das florestas tropicais; 1/3 da água potável existente no planeta é gasta na indústria da carne e de lacticínios; 2500 vacas leiteiras produzem tantos resíduos que uma cidade com mais de 400 mil habitantes; 6000 metros quadrados permitem produzir 170 quilos de carne, mas a mesma área consegue produzir quase 17 000 quilos de vegetais. Poderíamos continuar a falar da quantidade de água absurda que é gasta para produzir um hambúrguer, na quantidade de gases poluentes que o gado liberta para atmosfera, na quantidade de peixe capturado e desperdiçado novamente para o mar já morto (condenando as reservas de peixe e obrigando à fixação de cotas de pesca). 
 
Vamos deixar de comer o nosso Bife Grelhado ou aquele Cozido à Portuguesa ou aquelas Tripas à Moda do Porto? Vamos ter de repensar em comer o bacalhau à Zé do Pipo e a Sardinha na Brasa? 
Não teremos com toda a certeza de deixar de comer o que de tão bom nos oferece a gastronomia portuguesa (que é fantástica); teremos sim que pensar no número de vezes e com que frequência comemos carne e peixe, assim como produtos de origem animal. Teremos que optar, com mais frequência, por uma alimentação mais diversificada e cada vez mais vegetariana. É a única alternativa para que exista alimentação disponível a todos e capaz de corresponder ao ritmo de crescimento da população mundial e de forma a travar o abate/destruição de recursos naturais.

Além das opções mais diversificadas na alimentação - como a vegetariana que tem muitos benefícios para a saúde - é necessário ter em atenção a quantidade de comida para evitar desperdícios - comer em exagero ou deitar fora quando se pode aproveitar para outra refeição (algo que nos formos habituando felizmente). 
 
A ser verdade o que este documentário nos pretende transmitir, ainda podemos retroceder e permitir um equilíbrio maior na forma como nos alimentamos. Também é preciso ter em atenção ao tipo de agricultura que deve ser sustentável para não ser condenada aos mesmos exageros que a produção de carne e captura de peixe.

CANSADA - O NOVO HINO

Manuel Pereira de Sousa, 10.03.15

(Fonte:Youtube)

"Estou cansada" assim é a música, o novo hino da APAV interpretado por oito vozes - Aldina Duarte, Ana Bacalhau, Cuca Roseta, Gisela João, Manuela Azevedo, Marta Hugon, Rita Redshoes e Selma Uamusse -, letra de Rodrigo Guedes de Carvalho e arranjos, produção musical, piano de Filipe Melo e com participação da Orquestra Sinfonietta de Lisboa.

O Dia da Mulher foi lembrado ontem - concordando ou não  -, mas é importante que continue a ser lembrada todos os dias porque todos os dias há vítimas de maus tratos, violência doméstica e mortes. Muitas mortes que poderiam ser evitadas, não fossem muitas mulheres sujeitas à estupidez de companheiros e apaixonados.

Há um duro caminho para evitar mais violência e mais mortes. Há que transmitir apoio e força a estas mulheres que não sabemos se conhecemos porque muito se passa dentro de portas à margem da sociedade. Esse silêncio é perigoso e infelizmente chega a ser definitivo.

SABER COMER É UM EXERCÍCIO FUNDAMENTAL PARA VIVER!

Manuel Pereira de Sousa, 09.03.15

Uma sugestão de leitura: comer de forma saudável é caro? do blogue: Aprender uma coisa nova por dia.

Este texto fala sobre o custo de uma alimentação dita saudável comparativamente a outros produtos mais usados (se assim lhe posso chamar). Está escrito de forma simples e adequado à realidade que bem podemos alterar. É simples e prática a forma como nos mostrou que comer bem e saudável fica bem mais barato do que se diz por aí - as contas são a prova clara de que não tem que se gastar muito dinheiro para se comer bem.
Posso dizer que ao longo dos anos fui adaptando a minha alimentação - tenho essa facilidade porque não faço compras partilhadas ou para um agregado familiar.

A boa alimentação associada aos custos e à manutenção do peso (a pensar nos que participaram nesses programas de perder Quilos), requer mais que comer bem - saber usar as quantidades certas, associar a uma alimentação variada e a exercício físico regular. Simples? Tem o seu trabalho, mas para quem deseja manter a linha e uma alimentação saudável, tem de o fazer.

Eu, tirando um dia ou outro da semana em que gosto de comer a minha natinha, reduzi e quase eliminei os açucares da minha dieta diária (tirando aqueles que já vêm nos alimentos, mas que procuro evitar) - passou a ser muito raro comprar açúcar, dispenso o adoçante e faço questão de optar por alimentos que não contenham açucares. E depois de me habituar não quis outra coisa. É certo que compro as bolachas sem açúcar mais caras que as com açúcar; porém, quando se perde o hábito desse veneno como muito menos bolachas que anteriormente - se aproveitar as promoções das bolachas sem açúcar acabo por gastar menos dinheiro que antes. O vício do açúcar fazia com que comesse mais bolachas do que o que o corpo pedia.

Em relação ao pão, falaram aqui do pão de sementes, que faz muito bem, é caro - de facto é. Eu adoro pão de sementes. Solução: tenho uma máquina em casa para fazer pão. Compro farinha já de sementes ou então para ainda ficar mais barato compro farinha branca sem fermento, farinha integral, fermento de padeiro (nas padarias é mais barato) e compro pacotinhos de sementes de sésamo, linhaça, etc e vou pondo um pouco de tudo. Rende muito e fica a bom preço. Porém, também não tem que se comer pão de sementes todos os dias e a toda a hora.

Em relação ao leite, por exemplo, nem sempre tomo de soja (raro), mas também não é por aí que se cometam grandes pecados ao consumir leite normal.

Massas e arroz utilizo o normal porque se comermos em quantidades pequenas e optar menos arroz e massa por mais legumes ainda melhor.

Legumes e frutas há muito por onde escolher e a variados preços - por vezes, aquelas frutarias de bairro ou nos mercados encontra-se qualidade e bom preço. Uma boa sopa com variedade de legumes às refeições compõe o estômago e depois já se pode dispensar de mais massa ou arroz ou quantidades de peixe e carne desnecessárias. O grão, feijão de tantos tipos dá para fazer inúmeros pratos diferentes e muito nutritivos - é só ter vontade para tal.

Desde que comecei a variar muito nos legumes (salteados, cozidos, etc), usar a soja granulada, comecei a dispensar muito da carne e do peixe, que não tem que se comer todos os dias. Aí vão notar a diferença no orçamento alimentar. Mesmo que usem carnes, se optarem por carnes brancas como frango e o peru são mais em conta que carnes vermelhas mais prejudiciais e que devemos consumir com menor frequência.

Utilizar a fruta para substituir pão em excesso. Utilizo a fruta para evitar colocar sempre manteiga. Substituir manteiga por queijo fresco magro para obter cálcio são outras as opções que utilizo.

Ainda em relação aos açucares, para os mais gulosos que gostam de uma compota, sai muito mais barato fazer marmelada em casa ou com outras frutas e assim sabermos qual a quantidade de açúcar que podemos cortar na altura de as adoçar. Não tem que se fazer todas as semanas ou meses porque bem conservadas duram imenso tempo (tenho marmelada que dura muita mais que uma ano).

Deixar o fritos de lado vai compensar para comprar azeite, que rende muito na cozinha porque se utiliza em quantidades residuais e mais para dar sabor aos cozinhados ou às sopas.

Há muitas alternativas para ter uma alimentação variada, cuidada e que permitam ter uma saúde equilibrada dentro do possível. Comer várias vezes ao dia e pouco de cada vez faz toda a diferença para o nosso organismo. Mas, para ter um corpo em forma é muito importante o exercício físico e mente sã.

Posso estar errado, mas, por vezes, desperdiçamos mais do que devíamos. Será?

PARA QUÊ O DIA DA MULHER?

Manuel Pereira de Sousa, 08.03.15

“Ena! Uma mulher a conduzir o autocarro” – expressão que tive no pensamento, quando estes dias, parado no semáforo, vi uma senhora motorista. Não sei se a empresa de transportes públicos tem mais mulheres motoristas, mas fiquei surpreendido.
A minha surpresa é claramente pela positiva porque não faz sentido, nem nunca fez, existir profissões exclusivas dos homens – haverá sempre aquela atividade profissional em que as mulheres estarão fora por falta de argumento. Ao pensar nisto vem-me à memória que lá em casa quem pintava as paredes e tetos ou até assentar tijoleira era uma mulher: a minha mãe. Usava as mesmas técnicas que qualquer pintor ou trolha. Quantas vezes a ajudei, era eu miúdo, a dar-lhe as tijoleiras para a mão para medir, cortar e assentar, com a máquina de corte e um nível que o vizinho nos emprestava. Na pintura era igual. É claro que hoje a idade, os materiais e as técnicas mudaram um pouco e a deixam para trás comparativamente a outras épocas. Ainda me lembro do tempo em que, escadote atado em escadote, a minha mãe pintava a fachada lá de casa desde lá de cima do telhado. Outros tempos.
Por ter esta memória e por ter convivido com esta realidade lá em casa, nunca minimizei em lado algum o trabalho de uma mulher seja qual for; nem acreditei em qualquer teoria da sua inferioridade. Também nunca percebi tamanha distinção ainda existente em termos de direitos e regalias, quando aquilo que determina se é masculino ou feminino é algo que existe a meio do corpo e mais um ou outro pormenor físico.
É certo que muita coisa mudou ao longo dos tempos e que a mulher seja sempre e cada vez mais importante na sociedade pelo seu poder criativo, aprendizagem, multitarefa e determinada, que lhe permite ser uma peça fundamental no mundo como o homem que pelas suas capacidades também o é.
O Dia da Mulher não tem assim tanto valor no calendário, pois apesar da sua existência continuam a existir atropelos contra a mulher e a sua emancipação na sociedade. A mentalidade machista não se altera neste dia porque continua a discriminação entre sexos. As dificuldades em aceder a certos lugares de carreira; os maus tratos de que continuam a sofrer têm de ser lembrados constantemente e não apenas no dia oito de Março.
A mentalidade tem de continuar a mudar, apesar de grandes passos já terem sido dados. Não têm que se criar leis que obriguem à paridade porque a igualdade de indivíduos já está consagrada; tudo tem que ser feito com espírito de abertura e boa vontade, em vez da força legal que nunca dará o resultado mais positivo. Também não é necessário existir discriminação positiva como os descontos e as entradas nos bares, mais acessíveis para o sexo feminino – parece que as consideram como coitadas.
O papel da mulher é fundamental e por isso, nós homens, temos de compreender, até pelo simples principio que o homem não pode dar à luz.
É importante que a sociedade evolua e que as admirações que tenho atualmente só porque vi uma mulher a conduzir um autocarro deixem de existir porque a sociedade é cada vez mais igualitária.

 

(O meu texto no dia da mulher, que poderia ser publicado em qualquer outro dia. Cresci e vivi muito próximo delas e no meu dia-a-dia continuam a estar presentes porque o que seriam dos homens sem elas? Trabalho numa equipa com mais três mulheres, onde por vezes tenho os meus monólogos ou então fico em silêncio enquanto falam de vestidos, unhas, penteados, etc.. Mas, à parte disso, são umas jóias de pessoas.)

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