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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

JÁ CHEGAVA DE CHUVA!

Manuel Pereira de Sousa, 22.02.14
Este tempo chuvoso está a ser cansativo e muito maçador, já não há paciência para mais chuva. De manhã ainda parece existir um raio de sol, mas rapidamente é escondido por entre nuvens carregadas que nos sobrevoam deixando chuvadas fortes e prolongadas. As tempestades passaram a entrar na rotina dos nosso tempo.

Já chegava de chuva. O clima está a mudar e com ele chegam invernos rigorosos e verões excessivamente quentes - o clima vive de extremos - e as tempestades da América são cada vez mais propicias do lado de cá do Atlântico.

Temos de conviver cada vez mais com isso, assim como, existem hábitos a mudar porque estas variações do clima são muito provocadas pela ação do Homem sobre o mundo e os seus hábitos deveriam alterar radicalmente - dizem os especialistas.

Enquanto isso, os lamentos em relação à fúria do tempo são constante diária nas conversas - a roupa nunca mais seca, a minha casa está cheia de humidade, enfim, é isto que se ouve com a maior naturalidade.

A CULTURA DA MARQUISE

Manuel Pereira de Sousa, 21.02.14
Tomo café e olho pela montra para o outro lado da rua, para os diversos prédios desta avenida Bracarense e reparo que em quase todas as fachadas há marquises - a cultura da marquise.

Sim, chamo a isto a cultura da marquise que marcou uma época na construção das habitações - talvez anos 70 e 80. Atualmente é algo que entra em desuso e está fora de moda - há movimentos contra as marquises que pululam nos prédios. Contra mim falo, que também tenho uma marquise lá em casa - e que falta que me faz - para as mais diversas utilidades como ter roupa a secar sem que os vizinhos ou os transeutes vejam o que tenho a secar - fica tão mal a roupa a secar a ser vista da rua.

As marquises foram pensadas como a alternativa também a casas pouco funcionais como lugar para guardar coisas que não podemos em outras divisões ou então como sala de estar para os dias frios e chuvosos - agora há uma senhora que passeia ao longo da sua marquise, a toda a extensão da fachada a ver as suas plantas; Sim, a marquise pode ser simplesmente para guardar as plantas.

E vocês que dizem das vossas marquises?

REFERENDAR CO-ADOÇÃO OU ADOÇÃO PARA QUÊ E PORQUÊ?

Manuel Pereira de Sousa, 19.02.14

O referendo da co-adoção e adoção por parte de casais do mesmo sexo foi chumbada pelo Tribunal Constitucional; razão: “O Tribunal considerou que a cumulação no mesmo referendo das duas perguntas propostas dificulta a perfeita consciencialização, por parte dos cidadãos eleitores, da diversidade de valorações que podem suscitar, sendo susceptível de conduzir à contaminação recíproca das respostas, não garantindo uma pronúncia referendária genuína e esclarecida".

Realmente tratam-se de assuntos totalmente diferentes aqueles que a maioria parlamentar pretendia levar a referendo, além disso, o esclarecimento da população em relação a cada um deles pode levar a interpretações incorretas e resposta a uma questão levaria uma tendência de resposta na mesma linha em relação a outra – ou sim às duas ou não às duas respostas, quando sendo assuntos diferentes um sim numa resposta dá liberdade de um não numa outra resposta.

A democracia prevê a realização de referendos, para os quais não deverá existir uma regra sobre o tipo de assuntos, mas tal não significa que se realizem em qualquer altura e para qualquer assunto ou então esta opção democrática fica sujeita à vulgaridade. O referendo nem sempre significa a abertura da democracia e do poder de decisão à sociedade porque essa abertura e discussão leva às radicalização de posições centradas unicamente entre o sim e o não e a discussão pode ser dominada por outros poderes, para além do poder político – por exemplo, a religião é um forte condicionador e com um poder de mobilização muito grande, capaz de exercer uma pressão sobre a sociedade como força moral a seguir.
Além disso, referendar pode ser uma forma do poder político “lavar as suas mãos” das suas responsabilidades de decisão para evitar culpabilizações futuras que possam ser feitas contra si em altura de eleições.

Sabem os eleitores que ao elegerem deputados para a Assembleia da Republica, estão a depositar a sua confiança nestes para tomada de decisões importantes aos mais diversos níveis, seja para matérias previstas nos programas eleitorais, seja para matérias que não estão previstas, mas para as quais existe uma orientação que vai de encontro à identidade partidária.

 

O referendo é medida interessante na medida em que o povo tem uma força de opção em relação ao assunto em debate; porém, em Portugal, a vitória foi sempre a abstenção, que diminuiu e relativizou a importância do referendo e a importância que a sociedade lhe atribui para o futuro do país – reclama-se a participação na democracia, mas na prática existe um comodismo que não justifica os montantes gastos numa campanha e toda a montagem da máquina eleitoral.

 

Há questões importantes a serem tratadas, há assuntos urgentes que preocupam muito mais as pessoas e este referendo pode desviar atenções desses assuntos desnecessariamente; existem deputados que podem muito bem tomar uma decisão e evitar que em Portugal existam movimentos morais a favor ou contra estas questões da co-adoção e adoção, da mesma forma que na Assembleia da Republica se legisla para assuntos de justiça e também eles morais.

A moralidade nesta questão é o que se pode fazer pelas crianças e de que forma é que elas podem ser felizes, independentemente dos pais que possam ter.


Mais informação:

http://www.publico.pt/politica/noticia/tribunal-constitucional-declara-ilegal-referendo-a-coadopcao-e-adopcao-por-casais-do-mesmo-sexoao-1624391

O ENCONTRO NA ESTAÇÃO DE COMBOIO: O AMOR VIVE DA SAUDADE.

Manuel Pereira de Sousa, 15.02.14

Caminha em passo acelerado pela rua fora com uma determinação que ninguém lhe tira, nem os buracos do passeio a fazem tropeçar como às outras pessoas, nem as pessoas que caminham em sentido contrário lhe travam a rota que mentalmente traçou para si com o objetivo de chegar a um lugar; continua a andar em passo decidido e quando alguém caminha mais à frente, em passo mais lento, desce para o alcatrão e acelera para voltar a subir para o passeio e continuar o seu caminho. Já caminha há longos minutos, por uma cidade apinhada de gente e onde o barulho dos carros, dos autocarros, das ambulâncias jamais são capazes de tirar do seu momento de concentração. Chega a um largo, onde os automóveis fazem fila num para e arranca constante, os táxis chegam e partem a toda a hora e os autocarros são contantes a trazer e a levar pessoas, como se tratassem de mercadorias. Num largo tão movimentado apenas há um pequeno espaço, no passeio, com uns bancos onde se encontram os velhos reformados do costume que passam o seu tempo a admirar toda aquela corria de pessoas que entram e saem daquela estação de comboios. Sim, a mulher caminha em direção à estação de comboios, era aqui que queria chegar neste seu andamento tão apressado.
Passa a entrada principal da estação e olha de frente para o painel dos horários de partidas e chegadas, olha para o seu relógio porque o velho relógio da estação parece ter parado no tempo e só está certo duas vezes ao dia, de seguida olha para as linhas e: não está nenhum comboio – chegou a tempo. Caminha novamente em passo mais lento, chega até ao pé da linha e senta-se num banco à espera, não sabemos do quê - também nós temos de aguardar para perceber qual o motivo desta espera.
O tempo vai passando e a cada minuto mais pessoas vão chegando ao mesmo sítio e ficam na mesma espera. Falta um minuto para as oito da noite e lá ao fundo vem um comboio, ela levanta-se num ápice e acompanha com o seu olhar a sua chegada, sente-se a sua inquietação e um certo estado de ansiedade, como se o coração saltasse por dentro. O comboio chega, abranda o seu ritmo até parar e rapidamente se abrem as portas.

Horas antes, numa outra estação, num outro lado do país, um jovem  está sentado num banco com uma mochila a seus pés; está calmo, com uma aparência tranquila olhando para a linha de comboio e acompanhando com o seu olhar até ao horizonte e a perdê-la de vista. Ao seu lado está um homem com alguma idade, denunciada pelos cabelos brancos, que lê o seu jornal de forma descontraída como se nada passasse à sua volta – de facto nada se passa. O local é calmo, poucas pessoas ali permanecem naquela estação. Entretanto, no sentido oposto, ouve-se um barulho de um comboio que se aproxima e para diante daqueles dois que estão no banco. O jovem e o outro homem levantam-se e entram no comboio. A tarde ainda está a começar e para o jovem há longas horas de viagem pela frente e muitas paragens em vários apeadeiros. O comboio arranca e segue a sua viagem com passagem por diversas terras, lugares cheios de gente e outros em que não se vê viva alma, atravessa por campos, rios e uma série de sítios que a voz do comboio vai mencionando a cada aproximação de paragem e em cada paragem, mas, o jovem deixa de aperceber por onde passa porque fecha os olhos e faz grande parte do trajeto a dormir com os phones nos ouvidos, a ouvir uma música qualquer. Entretanto acorda e repara que já passou algum tempo porque o sol já está a desparecer no horizonte; olha para o relógio e repara que falta pouco para a chegada; movimenta-se no banco para ajeitar as costas e nota-se que a sua tranquilidade vacilou um pouco e um ar de ansiedade está patente no seu rosto. Ao fundo da carruagem está o revisor que vem na sua direção. Boa tarde, o seu bilhete, por favor, há pouco não o quis acordar. O jovem sorriu, agradeceu, meteu a mão ao bolso e tirou o bilhete para o revisor picar. Obrigado – disseram em coro. O revisor lá foi, até à outra carruagem.
A noite já caiu, o destino está muito próximo, já se vê as luzes da cidade lá ao fundo. O jovem fica ansioso, nota-se que agora acordou mesmo. A voz anuncia a chegada da última estação e todos se preparam para sair. Chega o comboio ao destino, numa estação cheia de gente à espera daquele comboio. O jovem pega na sua mochila e ansiosamente espera que a porta abra, que o comboio pare – estes últimos momentos parece que nunca mais terminam. As portas abrem e todos saem.

A mulher vê tanta gente a sair, estica-se em bicos de pés, para encontrar alguém. No meio das pessoas estava um rapaz a fazer a mesma coisa. De repente, os olhares do jovem e da mulher cruzam-se e fixam-se por momentos, segundos, que se tornam uma eternidade, e sente-se a passagem de uma corrente entre os dois, que ambos caminham na direção um do outro como se entre eles não existisse mais ninguém. Chegam ao pé um do outro e abraçam-se intensamente, beijam-se com uma vontade tão grande como se esse estivesse guardado há tanto tempo, para este momento e encontro deste jovens namorados, na estação de comboio. Entre beijos sucessivos curtos e longos, nota-se um crescente alívio da ansiedade que ambos estavam a sentir com a chegada à estação; as suas faces unidas pelos lábios esboçam um grande sorriso e uma grande ternura entre os dois - não há palavras que o consigam descrever este momento e este sentimento que os une, imaginem e sintam.
O mesmo homem de cabelos brancos que estava na paragem, no mesmo banco que o jovem, a ler o jornal é a única pessoa que está a ver este momento e a aprecia-lo com uma grande admiração e um sorriso de saudade como se em outros tempos também tivesse vivido um momento assim. Todas as outras pessoas estavam apressadas demais para reparar neste momento – acham isto muito vulgar. Aquele momento entre os jovens durou ainda algum tempo, tanto tempo que o comboio partiu novamente para trás, para outra viagem e, com a sua ida, aquela linha estava a ficar despida de gente, a ponto de ficarem poucas pessoas para além dos três. O homem de cabelos brancos que apreciava tudo aquilo estava novamente sentado com o jornal na mão, desta vez com ele dobrado, pois ainda estava contagiado pela cena. No momento em que os jovens param de beijar e começam a dizer as primeiras palavras, o homem de cabelos brancos começa a falar: Agora percebo a sua ansiedade meu jovem; quem não estaria ansioso sabendo que iria viver um momento tão intenso como este; recordem sempre deste momento para o resto das vossas vidas, pois será este que vos fará sentir bem, mesmo naqueles dias em que tudo corre mal e andamos caídos; este momento faz ressuscitar muita coisa na relação de duas pessoas e na vida de cada um; o amor é coisa rara nos dias que correm, mas onde existe manifesta-se de uma maneira tão pura e tão simples. Os jovens coraram, mas não esconderam um sorriso de aprovação meio desajeitado. Perguntou o jovem: o senhor estava comigo na outra paragem a ler o jornal e aqui está sentado novamente a ler o jornal, o que espera? O homem, voltou o rosto para o horizonte, sorriu, ficou em silêncio uns instantes e com umas lágrimas escondidas disse: há anos que espero em muitas estações deste país por alguém que julgo não vir mais; aquilo que vocês vivem hoje, vivia eu na minha juventude, esperava três vezes por ano pelo comboio que trazia a mulher da minha vida, mas um dia esse comboio teve um acidente muito grave, morreram todos, e eu perdi-a para sempre; quanta amargura e saudade desde esses tempos; hoje o comboio traz a saudade para que eu ainda consiga viver, pois dela me alimento; o amor vive da saudade.



SALVE O SEU TELEFONE OU SMARTPHONE

Manuel Pereira de Sousa, 12.02.14

Alguns de nós já tiveram a infelicidade de deixar cair o telemóvel ou smartphone em sítios com água, desde piscinas, charcos de água ou então aquela surpresa de o ver na sanita porque o pequeno lá de casa decidiu fazer a experiência para ver o que acontece.

Tirar o telefone da água e colocar ao sol, seca-lo com um secador de cabelo, colocar no forno ou junto à lareira é daqueles truques que muitos recorrem de imediato: secar a humidade de forma mais rápida. Correto ou incorreto? Incorreto.

A resposta vem hoje no site da Visão e pareceu-me importante partilhar.

Para evitar curtos-circuitos o melhor a fazer de imediato é desligar o telefone. Depois optar por:
- secar com uma toalha, de seguida enrolar em papel de cozinha e colocar o telefone num recipiente em arroz e deixar durante umas 24, 36 ou mais horas;
- alternativa é mergulhar em sílica gel (que vem com móveis, carteiras ou roupa em pequenos sacos e também usada para a higiene dos gatos) e fechar o recipiente porque este material absorve tudo à volta.

Soluções parecem existir, os métodos como secador ou forno são agressivos e podem estragar os componentes eletrónicos, por isso, é que nos manuais recomenda não deixar os smartphones expostos a temperatura elevadas.

Na pior das hipóteses o telefone pode não ressuscitar e aí, o melhor é assistência técnica se compensar o valor de reparação.

FUTEBOL, A CONTEMPLAÇÃO DO MOMENTO

Manuel Pereira de Sousa, 11.02.14

Num espaço comum, onde jantou ou almoço – no meu local de trabalho -, estão sete pessoas em absoluto silêncio – entram e saem e continuam em silêncio – coisa que não é normal em dias comuns, em que entram a conversar e comunicam com os que estão nessa copa. Coisa que não é normal em dias comuns - foi o que escrevi -, mas agora, neste momento, não é um dia normal? É, mas é diferente porque na televisão está a passar o dérbi Benfica-Sporting. Essas pessoas, mesmo colegas, estão em silêncio por isso, a sua atenção é para o jogo que passa na televisão.

O silêncio continua, não há troca de palavras – Golo, manifesta um no preciso momento em que o Benfica marca o primeiro – porque o jogo assume a maior importância que qualquer conversa pode ter neste momento. Acho que perante o futebol, qualquer conversa perde qualquer interesse, assim como, a refeição nem parece ser saboreada com o devido interesse que lhe merece porque entre garfadas há espasmos e bocas abertas para a televisão.

O único que parece alheio ao jogo seu eu, que vejo de fora esta cena e tento compreender o interesse das pessoas neste momento. Entram mais pessoas, mas o silêncio continua a reinar e a ser imposto mentalmente por quem já cá está – uns sorrisos contidos, uns murmúrios e nada mais.

Poderia achar que a só a religião pede silêncio ou mesmo o fado que são dignos de contemplação, porém, num país de três “efes”, todos merecem ser interiorizados e venerados da mesma forma, pela importância que têm na genética do nosso povo.
Sim, o futebol é um dos nossos fados, nele está a esperança do país e até a alegria generalizada do povo (não fosse a única cura da depressão coletiva em que vivemos). Sim, o futebol é a religião de muitos, que devotamente rezam em silêncio pelos golos e pela vitória do seu clube. As reações são sempre muito apaixonadas – seja para o bem ou para o mal.

O jogo continua, parece que pouco emocionante, porque o silêncio apenas é quebrado pela conversa de duas colegas que falam do seu dia.

QUAL O TEU OBJETIVO PARA HOJE?

Manuel Pereira de Sousa, 11.02.14

O nosso dia-a-dia tem de ter sempre um objetivo, que deve ser traçado a cada dia que começa, só assim conseguimos que no final possamos ter a sensação de dever cumprido – assim se pode lutar contra a monotonia ou contra o desleixo em que nos deixamos ir na vida, e no final nos deixa sentir fracassados ou impotentes.

Esta foi uma lição que deixei no meu dia de trabalho a um colaborador, que manifestou a dificuldade em fazer mais e melhor e com isso de provar que é bom, que quer manter o seu lugar e sentir-se útil na empresa. Notei nesta preocupação uma falta de orientação e um rumo a seguir – poderia eu dar-lhe esse rumo, dizer-lhe todo o caminho, mas sabia que só isso não chegava. Se eu lhe mostrasse o caminho e a meta lá ao fundo e o deixasse ir sem mais qualquer orientação, sei que esse colaborador iria chegar a meio vencido pelo cansaço, com desalento e cairia na mesma monotonia de sempre – enquanto isso, os outros continuariam a passar-lhe à frente.

Mas, qual a solução a dar-lhe? Como o fazer chegar ao fim desse caminho? Para além de algumas dicas para a caminhada, sugeri que estabelecesse um objetivo no início de cada dia de trabalho – algo que seja real e seja possível de atingir. Cada dia que passa um novo objetivo deveria ser definido, sempre mais e mais exigente, mas de forma que o trajeto seja feito de forma consistente e seguro. Tal como no desporto, em cada dia se estabelece mais uns quilómetros, mais um exercício, para que o recorde pessoal seja um estímulo a avançar.

A vida é mesmo assim, caminhar com um objetivo que nós estabelecemos e que só nós somos capazes de definir e atingir por muito que nos digam qual o caminho a percorrer – só assim resulta.

E tu, qual o objetivo para hoje?

OS MIRÓS SÃO O RETRATO DA FALTA DE CULTURA NA POLÍTICA!

Manuel Pereira de Sousa, 10.02.14

Os governos de direita foram sempre vistos como governos pouco cultos, ou melhor, pouco voltados para a cultura – a economia é o seu forte e os orçamentos são as suas prioridades. A atual polémica dos Mirós é isso mesmo, uma prova de que não existe uma cultura ou um programa cultural, ou melhor ainda, uma estratégia cultural. Basta para isso ter como exemplo a extinção do Ministério da Cultura, reduzido a uma Secretaria de Estado. Não pretendo com isto dizer que a esquerda é que é dona da cultura; porém, tem outra sensibilidade, ainda que as suas prioridades sejam questionáveis.
Mas, senhores do governo, uma boa política cultural pode ser um excelente motor económico, a começar pelo turismo que encontra na cultura uma boa forma de sustento.

Poderíamos considerar que os 85 quadros de Joan Miró são o mesmo que os restantes ativos do BPN e que a Parvalorem tem de vender, para que seja recuperado algum dinheiro?
O que têm as obras de excecional para terem toda esta proteção e destaque contra a sua venda?
São obras representativas do valor cultural do país, sendo que estas nem sequer são de um pintor português?
O dinheiro da venda das obras revertia em favor de quem? Do Estado? Não. Da Caixa Geral de Depósitos? Sim. Então, que tal entregar as obras ao cuidado do banco público, permitindo que este as utilize para valorização do seu espólio em arte ou tratar de uma venda futura?

Retomo ao ponto inicial, a falta de uma política cultural leva a que se gerem estas polémicas tão desnecessárias - na ideia do governo nada se pondera, tudo se vende, independentemente do valor que tenha. A entrega ao banco público levaria a uma gestão diferente que o destino a um armazém. A CGD sempre poderia apostar em exposições e posterior venda das obras por um valor superior ao de uma venda em conjunto que acaba por desvalorizar no seu todo. Eu que de nada percebo de arte penso nesta solução, embora possa existir alguma outra mais válida que a estratégia do governo – deu para perceber que não é muito benéfica.

O mais polémico de toda a história dos Mirós, é a forma como as obras saíram de Portugal rumo a Inglaterra sem licença de expedição temporária exigida pela Lei de Bases do Património Cultural. Que tipo de garantias foram dadas à transportadora, para que não existissem inspeções e problemas com a autoridades fronteiriças? Que garantias foram dadas à seguradora que se disponibilizou em colaborar e assegurar este transporte, por ter sido de certa forma ilegal – só não foi ilegal se a expedição foi em mala diplomática.

A parte política da história faz-me ainda confusão. O PS que agora faz de todo o caso aproveitamento político e manifesta-se de vivo tom contra a venda, no tempo em que era governo, com Sócrates como primeiro-ministro, teria iniciado o acordo de venda com a leiloeira – nessa altura, na posse do Estado apenas estavam 17 dos 85 quadros.

Falta de uma política de cultura é o que se passa no nosso país, com o argumento da crise e da falta de dinheiro. Mas, uma boa política cultural poderia ser um excelente motor económico.

FACTORX: D8 ELIMINADO

Manuel Pereira de Sousa, 09.02.14

Ainda há pouco escrevia sobre os 3 finalistas e rapidamente um deles foi eliminado: o D8.


Numa luta renhida com grandes talentos como os que estão em concurso qualquer um deles poderia sair. D8 abriu um grande porta para a sua carreira e tem a possibilidade de crescer muito. Já tem o seu público e poderá a continuar a conquistar ainda mais se continuar a crescer como até aqui.

Parabéns pelo desafio, nem eu acreditava que podia ir tão longe, mas mereceu esta chegada à final. Não é um derrotado mas um vencedor.

 

 

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