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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

MARGARIDA REBELO PINTO PODERIA BRINACR AOS POBREZINHOS

Manuel Pereira de Sousa, 11.11.13

1. Margarida Rebelo Pinto volta a dar que falar nas redes sociais pelos comentários feitos, a 2 de Novembro deste ano, na RTP Informação, durante o comentário das notícias da semana. Fiquei com a ideia que a escritora não gosta das manifestações que se têm feito à porta da Assembleia da Republica, no dia em que estava em discussão do Orçamento de Estado, assim como outras concentrações noutras alturas. Deu a entender que, as pessoas têm de se convencer de que têm de viver com menos e que têm de perder a mania de quererem viver como os ricos, como acontecia em tempo de vacas mais gordas. Entende também que, os portugueses independentemente da sua condição económica devem pagar os cuidados de saúde, através de taxas moderadoras.
São opiniões, existe liberdade para que qualquer um possa expressar publicamente, e eu respeito a opinião de Margarida Rebelo Pinto – pois não deve ser agradável deparar com manifestações ruidosas, quando se defende que a crise tem de ser aceite por todos.

2. Estamos em crise, os hábitos têm de mudar, os portugueses há muito que se ajustaram a outros tempos, a tempos de incerteza e até tem poupado muito, segundo dados fornecidos pelas entidades financeiras. Porém, os portugueses, sobretudo a classe baixa e a classe média há muito que estão a pagar uma factura dolorosa da qual não tem culpa da sua existência. Sabemos que o Estado tem de ser reorganizado, sabemos que parte dos défices acumulados são resultantes de má gestão em empresas públicas, organismos desnecessários com sobreposição de funções, regalias que nem deveriam de existir. Sabem os portugueses que o caso BPN é um fardo pesado para o Estado e que todos nós temos de pagar. Resumindo, o português que paga os seus impostos e vive do seu trabalho não deveria ser responsabilizado por irresponsabilidades de outros, nem deveria ter de se sacrificar anos e anos seguidos sem qualquer perspectiva de futuro.

Por muito que as manifestações sejam dolorosas para aqueles que estão contra elas, são compreensíveis e justificáveis porque nelas estão aqueles que não deveriam pagar por uma crise.

 

3. Se a Margarida Rebelo Pinto tivesse um salário que rondasse o salário mínimo ou até que fosse mais alto, por exemplo 600 Euros, e reparasse o quanto se desconta para IRS e Taxa Social Única, pensaria que é justificável que exista um serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito. Se o Estado não lhe dá nada em troca e tudo tem de ser pago, para quê pagar ter tamanhos descontos na folha de salário (?); para quê pagar impostos no IVA em todos os produtos que compramos, impostos nos combustíveis, taxas de IMI, entre outros? Certamente que pagando menos impostos ainda sobraria uns trocos para comprar um exemplar dos seus livros.

 

4. Não podemos dizer que os portugueses viveram acima das suas possibilidades, alguns sim, mas não podemos generalizar porque a crise que pagamos está no Estado e esta é responsável pela austeridade das famílias. Ao Governo interessa sempre mais e mais impostos – os portugueses não têm salários ou regalias de ministros. Admiro a capacidade de muitas famílias em conseguir o seu sustento com salários que são baixos e que têm de ser esticados para que cheguem ao final do mês. Não sei se a escritora alguma vez viveu como o comum dos portugueses; se não, brinque aos pobrezinhos para saber o que é a vida de muitas famílias.

 

 

Desculpe Margarida Rebelo Pinto, mas as suas palavras levaram-me a ter esta reacção. Eu não mereço esta auteridade. Eu nunca vivi acima das possibilidades. Eu sempre paguei os meus impostos e lhe digo que, por vezes, evito de olhar para a folha de salário, para evitar sentir-me irado com aquilo que pago ao Estado, sabendo que daqui a 35 anos não irei ter uma reforma digna.

 

FIQUEI SOB ESCUTA E PAGUEI POR ISSO

Manuel Pereira de Sousa, 07.11.13

Acredito que ao escrever neste texto palavras como NSA, PRISM, terrorismo, EUA, espionagem, CIA, entre outras, o tornem num alvo de análise por essa entidade de (in)segurança interna dos EUA – a NSA. Muito maior será o seu interesse ao saber que estão concentradas nestas poucas linhas de escrita.

 

Assim vai o mundo que se quer mais seguro e tendencialmente se torna muito inseguro, não por culpa dos criminosos tradicionais, mas por culpa de entidades oficiais, que deveriam preocupar-se com a segurança dos cidadãos – dos norte-americanos –, em vez de espiar outros Estados, para obterem dividendos políticos e económicos – esta é a justificação que posso dar para a existência do PRISM. Para mim, Snowden é a maior vítima desta história, que acaba por ser rejeitado por diversos países que não lhe dão asilo (não sei por que motivo), mesmo que estejam contra a atitude dos EUA em espiar os chefes de estado de vários países. Creio que estas excessivas atenções sobre Snowden sejam para desviar atenções da existência de um programa de espionagem global, que continua em franca exploração.

 

O acesso a dados do Google, Facebook, Apple, Microsoft, entre outras empresas dos EUA, das quais nos tornamos cliente com muita facilidade, torna-nos a todos, ou quase todos, alvos de espionagem - como se cada cidadão fosse um potencial perigo para a América. Pela razão inversa, cada um de nós tem o direito de ter sérias dúvidas em relação a estas empresazinhas, nossas amigas, mas que aos poucos recolhem dados confidenciais e os fornece a alguém que não sabemos ao certo quem é. Temos o direito de não nos sentirmos seguros da privacidade de dados, ainda que existam os termos e condições que garantem a privacidade.

 

Por aí se diz que estamos a viver tempos semelhantes à Guerra Fria, mas desta vez de uma forma mais global e em que todos estamos sujeitos a sermos espiados.

Porém, apesar desta consciência e do debate gerado em torno da banalidade em que se tornou grande parte da nossa vida, quase todos continuamos a ter a nossa conta no Facebook, a comprar Android (Google), Apple, Microsoft, a quem pagamos e corremos o risco de ser espiados.

Eu paguei para ser espiado.

K DRIA MGEL TORGA SE VISS OS SUS TXTS SCRITS CMO SMS?

Manuel Pereira de Sousa, 06.11.13
Há tempos, e que por curiosidade tentei ler: o Diário XII, de Miguel Torga, escrito em linguagem de SMS. Esquisito? Estranho? Chocante? Curioso? Atentado à língua? Sei lá…

 

"

A lngua port tm mt k se lh dga e em tmpo d acord ortogrfic ha dsafios k superm a lei e os gov: sao os dsafios d pvo e as mdanças K sts faxem a lngua port - Modas ou mnias sab-s la. Pra mim stas plavrs sao dfceis d scrver ms pra mt st e a scrit nrmal, scrit d tmpos mderns pra poupr letrs."

 



Não sei se perceberam o que tentei escrever no parágrafo anterior, mas podem crer que foi difícil e demorou tempo, o que para muitos é uma forma simples e rápida de escrita porque os tempos assim o ditam – dirão os que escrevem desta forma.

 



Não há acordo ortográfico que valha para a escrita de SMS, nem regras para a utilização dos x e dos k; tudo serve para se “dizer” muito em 160 caracteres de um SMS. O certo é que existe a tendência para que exista a massificação desta forma de escrita em todos os contextos, num mundo social cada vez mais voltado para as redes sociais e com necessidade contínua de querer contar tudo o que passa ao seu redor.

 



Quantas voltas dará Camões na sua sepultura cada vez que se escreve desta forma ou cada vez que se fala num acordo ortográfico - que já nem se sabe se sai ou se é obrigatório? O que pensariam escritores dos clássicos que se estudam na escola sobre as novas tendências da escrita?

 



Pois… Nem sei o que pensar de tudo isto, mas partilho convosco o que partilharam comigo, há tempos, e que por curiosidade tentei ler: o Diário XII, de Miguel Torga, escrito em linguagem de SMS. Esquisito? Estranho? Chocante? Curioso? Atentado à língua? Sei lá… Pode-se pensar muita coisa, mas é importante que faça pensar toda esta massa critica de leitores e escreventes. E se esta forma a melhor forma de se chegar ao público mais jovem?

 



Deixo-vos a pensar nesta ideia, se já não pensaram antes, e partilhem a impressão que vos ficou. Eu continuo a preferir a forma corrente da língua porque a falta da regra para a escrita é a desorganização do pensamento do Homem. No entanto, quem constrói a língua é quem a fala ou a escreve por muito que existam directivas e acordos onde o consenso não é geral.