CAÇA ÀS BRUXAS NOS PARTIDOS
Passadas que estão as eleições autárquicas, estamos em maré de reflexão sobre os resultados e as leituras dos resultados – leituras nacionais e partidárias.
As leituras nacionais podem ser efectuadas, mas existe sempre a dúvida se é coerente fazer análises de escolhas locais e comparar com o estado do país e o desgaste/desagrado do governo. Na realidade, a votação deveria ser sempre em relação à pessoa e não em relação ao partido porque são as pessoas que irão governar as autarquias e freguesias. Porém, a escolha de independentes para os lugares de destaque revela o desgaste dos partidos políticos e isso é a realidade nacional da política (aí a análise nacional faz sentido).
Quanto às leituras partidárias, estas tratam-se de ajustes de contas e acções vingativas contra militantes que não concordam com a orientação dos partidos e dos aparelhos – um mau perder, uma forma pouco humilde de reconhecer fraquezas e falta de orientação para a política de utilidade pública e mais orientação para o aparelho. Obviamente que cada partido tem a liberdade de fazer o que bem entender aos seus militantes . Os militantes sabem que serão sempre mais importantes aos olhos do eleitorado que o partido e, por isso, nada têm a temer sempre que concorrerem sozinhos – a nomeação de independentes é a confirmação.