A POLÍTICA DE MÃOS DADAS COM O CALOR - EM BREVE VÃO OS DOIS EMBORA!
O calor dos últimos dias está a passar com a mesma velocidade com que a actividade política vai arrefecendo; voltaremos em breve a um dos Verões mais frios dos últimos anos – isto quando o Senhor Presidente anunciar a continuidade do Governo e depois forem todos de férias.
Nem sei o que pensar neste momento acerca do estado da política nacional e quando se pensava que os ministros começariam a demitir-se em duodécimos, assistimos a um estanque nas diminuições no momento em que Portas e Passos conversaram e conversaram, para ser delineada uma nova estratégia para uma solução de governo mais estável. Portas mudou para sempre o significado do verbo irrevogável na política com a queda do “i” e passou a ser uma decisão revogável, mas com mais poder de decisão nas grandes linhas estratégicas do Governo.
O Sr. Paulo Portas a vice-primeiro-ministro; Pires de Lima na pasta da Economia; Jorge Moreira da Silva será o novo Ministro do Ambiente; Nuno Brito para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Assim se compõe o novo Governo a que o Sr. Presidente dará todo o apoio porque não me parece que, nestas condições, esteja interessado em eleições antecipadas.
Tudo deu uma grande volta, é certo, mas os portugueses ainda estão indecisos da decisão que mais desejam, pois têm medo de uma mudança, quando a mesma será necessária porque necessitados de outras políticas tão opostas quanto a necessidade de alterarmos radicalmente o estado em que estamos.
A Europa deve estar tão ou mais confusa que os portugueses, mas terá a sua culpa porque parte do estado actual é causado pelas suas políticas, que admitem ser exageradas e erradas. Mais importante que a Europa, somos nós que deveremos estar mais esclarecidos, para decidir bem e sem medo, mesmo que a decisão possa nem chegar ao povo.
Tenho dificuldades em compreender o povo português porque temos manifestações que condenam o Primeiro-Ministro e são entoadas “Grândolas” e na hora da missa sejam aplaudidos por muitas pessoas.
A política está em suspenso até ao próximo capítulo. Aguardemos.