NÃO TEM DE SER PAPA ATÉ À MORTE
Fonte: Santa Sé
O mundo Católico vive o dia de hoje com a inesperada notícia de renúncia de Bento XVI ao seu cargo de Sumo Pontífice. Pelo que se pode perceber, para a generalidade dos Católicos é pacífica esta decisão, ainda que seja uma decisão fora do comum - Bento XVI foge à tradição de manter-se no cargo até à morte.
Num período histórico relativamente curto temos dois Papas com percepção do destino bem diferentes:
- João Paulo II, homem de grande carisma e modelo para muitos Católicos, manteve a sua posição de Sumo Sacerdote até à morte, ainda que estivesse perante um grande sacrifício público, mas que sempre o aceitou como a cruz que levaria até ao fim. O mundo comoveu-se, mesmo que da sua boca não se percebessem palavras.
- Bento XVI, homem de grande capacidade teológica - mais voltado para a estrutura interior de uma Igreja desarrumada porque o seu antecessor procurou mais as pessoas - entende que a sua saúde, idade avançada, não lhe permitem fazer frente a um magistério exigente como o governo da Igreja Católica.
Tomar um decisão que rompe com a tradição é de coragem e humildade de quem não se quer manter agarrado ao poder, mas que o entrega a quem possa conduzir a Igreja por caminhos que são muito exigentes. Os Católicos precisam de um líder com carisma e com capacidade de fazer frente aos desafios actuais e futuros do mundo. Mais importante que o poder, é fazer frente aos poderes que dizimam o mundo, sem quaisquer escrúpulos e sem qualquer sensibilidade pelos Homens e pelos que menos podem.