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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

A DISPUTA NOS EUA - O PRESIDENTE QUE EU NÃO DESEJO

Manuel Pereira de Sousa, 06.11.12

As eleições nos EUA já estão a decorrer a todo o vapor e, ao que parece, estão muitos renhidas – será uma disputa por poucos votos. Estas são as mais disputadas e mais mediáticas eleições de que há memória por aqueles lados.

O oceano que nos separa dos EUA separa-nos de uma forma muito diferente de prática democrática ou eleitoral - por lá, não existe dia de reflexão; a campanha continua sem qualquer paragem, nem mesmo no dia das eleições, onde os candidatos se desdobram nos últimos comícios para tentar convencer os que ainda estão indecisos – uma verdadeira luta contra o tempo.

Estou expectante com o que vai acontecer no lado de lá do Oceano porque, por muito longe que os EUA estejam, a minha vida vai ser influenciada pelo vencedor destas eleições - as crises que vieram do lado de lá afetaram a todos, não somos imunes.

Eu não desejo um Presidente que aposta na desregulação dos mercados, que desinveste nas energias alternativas e que vai explorar todos os recursos naturais dos EUA, que vai investir na compra de armamento e no reforço militar. Eu não desejo um Presidente que não gosta da Europa e que nos considera indesejáveis. Eu não desejo um Presidente sobre o qual existem sérias dúvidas sobre os direitos das pessoas. Eu não desejo Mitt Romney.

Público: http://www.publico.pt/Mundo/para-os-estados-unidos-o-melhor-ainda-esta-para-vir-diz-obama-1570384 

IVO E HÉLDER - O CASAMENTO. SÃO MOMENTOS DE MUDANÇA

Manuel Pereira de Sousa, 05.11.12

 

(Fonte de imagem da Página do Facebook de Momentos de Mudança)

 

Portugal é um país de brandos costumes, muito ligado às tradições e conservador nos seus princípios, mas evoluído na forma como deseja tratar a dignidade das pessoas em alguns desses princípios. Portugal, é um dos poucos países no mundo que permite o casamento de pessoas do mesmo sexo perante a lei e a Republica Portuguesa.

Com isto, não significa que se viva num “mar de rosas” de uma sociedade desenvolvida e com uma mentalidade aberta, mas a abertura para novas forma de casamento ou organização familiar começa a ser encarada como uma normalidade – ainda bem que assim é.

Escrevo estas palavras momentos após ter assistido à reportagem de “Momentos de Mudança”, na SIC (que não perco desde o início), que, de forma simples, retrata o dia-a-dia de um casal homossexual – Ivo e Hélder. Foi importante esta desmistificação em torno da vida de um casal como este. Têm uma vida normal, de luta, com os seus empregos, dificuldades económicas, sonhos e projetos. É notável e louvável a coragem deste casal ao expor publicamente a sua vida pessoal, numa sociedade que na realidade ainda vive mergulhada em preconceitos, conscientes dos riscos que infelizmente correm (foram convidados a sair do rancho folclórico que frequentavam).

Interessante também saber que existem famílias que enfrentaram qualquer preconceito da sociedade e apoiaram os seus, estando presentes na cerimónia do casamento, preparado de forma simples e humilde.

Outra mensagem importante, não só para a sociedade, mas também para instituições de moral e fé como a Igreja Católica - que se encontra fechada à evolução das mentalidades e, por causa da recusa do amor de pessoas do mesmo sexo, vê perder fieis que durante muito tempo dedicaram a sua vida às obras da Igreja e à fé. Este jovem casal afastou-se da Igreja, mas não da fé e a prova está no momento de partilha, com a equipa de reportagem e agora com os espetadores, de um dos momentos mais emocionantes e importantes para eles, em Fátima. Uma outra crente que se apercebeu que Ivo e Hélder se casaram recentemente foi ao pé deles desejar felicidades – significa que no seio de muitos crentes existe aceitação, a mesma que a Igreja não aceita. Por vezes, confunde-se quem é dono da moral e das doutrinas e o desfasamento entre instituições e crentes provocam rotura, afastamento e desejos de fé em sentidos opostos.

Esta era uma reportagem que faltava sobre o tema - apesar de muito já se ter falado sobre ele. Estivemos perante um testemunho íntimo, despreocupado, real e que constituiu uma verdadeira lição de moral e de vida para todos os que assistiram. Resta deixar felicidades a este casal e uma vida cheia de conquistas pessoais.

REFUNDAR O SPORTING?

Manuel Pereira de Sousa, 05.11.12
                                                                                                         (fonte Google)

 

Numa altura em que se fala tanto em refundação fico a pensar que até o Sporting precisa de passar por esse processo.

Eu não percebo quase nada de futebol, muito menos da gestão de clubes; porém, não me é indiferente na forma afundada em que se encontra o Sporting Clube de Portugal - perdoem-me os sportinguistas por esta opinião, não é pessoal, mas os factos falam por si.
Se não estou em erro, em catorze jogos da Liga venceu dois, já se encontra afastado da Taça de Portugal e está em perigo de ser eliminado das competições europeias. A somar a estes resultados, talvez por consequência, existe instabilidade de uma equipa técnica que já deve ter visto três treinadores neste início de campeonato.

Existe alguma solução possível para este Clube, que a continuar assim corre o risco de sair da Primeira Liga? Há refundação possível para que este clube volte aos tempos de outrora? Alguém apresenta uma solução possível?
 

O PODER DO SANDY SOBRE AS ELEIÇÕES AMERICANAS. O QUE PODE O PRÓXIMO PRESIDENTE ELEITO MUDAR NA NOSSA VIDA?

Manuel Pereira de Sousa, 04.11.12


Será o Sandy uma força da natureza tão poderosa para além dos estragos causados em diversos estados dos EUA? Será que a força do Sandy pode ser decisiva para as eleições americanas, da próxima Terça-feira? Há quem acredite que a atuação do Presidente Obama nesta crise, causada pelo furacão, foi muito positiva e isso constituiu uma grande vantagem em relação ao seu rival Mitt Romney – apagado durante dias por causa da suspensão dos atos de campanha eleitoral, mesmo que pelo meio tenha organizado comícios para juntar fundos a serem entregues às pessoas afetadas pela devastação.


O Sandy tem uma força tão poderosa, a ponto de se acreditar em teorias da conspiração que responsabilizam Obama pela criação do furacão (mais uma nova perspetiva da forte capacidade de imaginação de muitos americanos, que tentam justificar os acontecimentos como obra de quem tenha mais a beneficiar como forma de manipulação da opinião pública).

Apesar do destaque de Barack Obama nestes últimos dias, ainda não existe um candidato garantido, a dispunha será renhida. Mitt Romney mostrou-se um candidato com força e sucessivamente bem preparado nos últimos tempos, apesar dos sucessivos atropelos em algumas declarações públicas (Bush também cometeu as suas gaffes e, mesmo assim, esteve durante dois mandatos no poder) verdadeiramente arrepiantes, sobretudo para quem acompanha o desenrolar da campanha fora do país – acredito que uma grande maioria dos americanos tem um pensamento tão conservador que não contesta ou desvaloriza algum tipo de afirmação do candidato Republicano.

Os EUA estão mergulhados numa crise económica e enfrentam uma taxa de desemprego muito elevada, uma situação que complica a reeleição de Obama. Apesar de ser um líder mais pacífico não cumpriu com a retirada do Afeganistão ou do Iraque, assim como, não encerrou Guantánamo - reprovável aos olhos internacionais. Pode reclamar vitória pela captura de Bin Laden. Pode reclamar uma vitória ao conseguir a criação de uma Sistema Nacional de Saúde, que permita o acesso a cuidados de saúde a muitos americanos desfavorecidos e sem seguro.

Barack Obama foi a esperança de milhões de pessoas, que acreditaram num Presidente diferente que fosse uma viragem na história dos EUA; muito para além de ser o primeiro Presidente negro, mas aquele que defendia uma América única, independentemente da cor ou proveniência. Para muitos, deixou de ser o herói; para muitos outros, continuará a ser.

 Terça, nas próximas eleições, teremos a noção de qual a força de Obama para continuar ou para dar lugar ao Republicano, conservador, defensor de uma atitude de reforço da força militar e do orçamento militar e com uma atitude de neoliberalismo económico forte e anti ambientalista.

No momento em que escrevo estas palavras, faço zapping entre RTP2, SIC Notícias e TVI24 e, por todos eles, passam documentários sobre os dois candidatos, sobre as suas origens e sobre os seus percursos até à atualidade. A atualidade americana continuará a fazer parte de espaços noticiosos no nosso país (como o será em muitos outros países do mundo). Para além do grande interesse cultural e político que a atualidade política tem para nós, é certo que o próximo Presidente dos EUA terá uma grande responsabilidade porque as suas decisões também podem influenciar o nosso mundo – afinal, vivemos na aldeia global.

AS NOSSAS TRADIÇÕES PERANTE A MORTE

Manuel Pereira de Sousa, 02.11.12

Por vezes, penso que as nossas tradições são um pouco mórbidas e deprimentes, por muito respeito que tenha pelas mesmas.


Dia 2 de Novembro, lembramos os fiéis defuntos, aqueles que partiram deste mundo e, segundo a tradição Católica, estarão noutra vida, a eterna.

Em Portugal existe o costume de, nestes dias, se visitar os entes queridos ao cemitério. Estes locais tornam-se sítios de peregrinação e azafama para os familiares. É comum verem-se pessoas a limpar as campas e os jazigos a fundo e a ornamentar com as mais belas e caras flores e com velas, de forma a tornar aquele espaço em algo cuidado e belo - como se os mortos estivessem ali para apreciar e aprovar toda aquela dedicação festiva.


Por vezes penso: se vamos para uma outra vida significa que não estamos ali, então porquê tudo isto? Talvez por ter sido o último local em que vimos ou depositamos aquele ente querido.

Porém, também penso que aquele embelezamento possa ter outra razão de ser porque há quem deseje mostrar que o seu jazigo ou campa esteja bem cuidada e se compare com os demais. Há muito quem goste de passear pelo cemitério, só para ver as campas dos outros e para depois tecer os seus julgamentos morais.

Se existe tanto cuidado, nesta data, com o tratamento dos espaços, que cada um tem no cemitério, qual a razão para que durante o ano estejam ao abandono, sem uma flor, uma vela ou mesmo uma visita?

As nossas tradições apegam-se muito ao luto e ao sofrimento, ainda que se queira acreditar num outro mundo melhor.

BUSCA DE LUZ NO SEIO DA MORTE

Manuel Pereira de Sousa, 01.11.12

 

 

 

Entender o sentimento do Homem e aquilo que lhe vai na alma nem sempre é tarefa fácil, quando este se confunde entre desejos opostos e verdades nem sempre provadas, que imanam do interior, fruto de uma crença, nem sempre interrogada ou interrogada até à exaustão.

Hoje, 1 de Novembro, é dia de todos os Santos, para a crença Católica, um dia em que todos os seres que contribuíram para o bem da humanidade são lembrados de uma forma comum como servos de Deus, orientadores, inspiradores e salvadores do Homem nas suas maleitas. Lembramos a luz e a esperança. A religião cria naqueles que acreditam ou desejam acreditar que existe algo superior e que existe um outro mundo do qual todos farão parte amanhã.

Porém, na noite passada comemorou-se o Halloween, a noite das bruxas, uma noite em que se lembra o lado negro do sobrenatural, ainda que seja uma tradição mais comercial e com predominância das brincadeiras em determinadas sociedades.

Vivemos o bem e o mal de forma tão próxima que se chega a confundir o desejado e a forma como se deseja – costuma-se dizer que os extremos tocam-se (verdade). Porque será que somos assim, tão bipolares? - mais do que julgamos. Desejamos a paz, a luz, sem nos afastarmos das trevas, do negro, da tristeza e do sofrimento. Será que a saudade é a ligação a tudo isto, ou pelo menos a uma parte?

Independentemente da crença que se tenha ou não, todos temos sentimento de saudade, sofrimento por perda, choro perante a morte, velamos o corpo segundo o que acreditamos e temos rituais que dignificam aqueles que partem. Se hoje é dia de todos os Santos, amanhã é dia dos Fieis Defuntos, o dia em que lembramos aqueles que partiram e nos deixaram porque chegou a sua hora. Dia de saudade, de lembrar e puxar o sentimento que ainda existe e que o tempo não conseguiu curar (não deixamos que o tempo cure tudo, para que a essência e a memória dos que partem continue a ser imortal).

Acreditamos na imortalidade do Homem. Crentes ou não crentes acreditam. Os crentes porque acreditam que existe um outro mundo, uma vida diferente da que vivemos cá pela Terra e que é fruto dos nossos atos. Não crentes acreditam na imortalidade do Homem pela memória que fica e pela obra que deixam. Conceitos de imortalidade diferentes, tão próximos porque ambos mantêm viva a alma dos que partem.

Somos seres complexos que criam, idealizam, desejam paz, imortalidade sem nunca esquecerem o lado escuro das trevas, ainda que essa paz seja vivida com sofrimento. Buscamos a luz, sem querem sair da escuridão. Será?

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