COGITARE V: NÓS SOMOS PERFEITOS?
O mundo é perfeito, assim como nós somos perfeitos; a nossa liberdade é que condiciona a perfeição e estraga o que de perfeito existe na busca incessante da perfeição extrema.
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O mundo é perfeito, assim como nós somos perfeitos; a nossa liberdade é que condiciona a perfeição e estraga o que de perfeito existe na busca incessante da perfeição extrema.
Nos dois últimos posts dediquei uma especial atenção à vida do Sr. Orgasmo - que até a mim me fascinou depois desta exaustiva e cansativa pesquisa à procura dele e de tudo sobre si (não sejam maliciosos quando escrevo à procura dele...) - e sobre o qual existiram muitos curiosos que acederam ao meu blogue (se calhar à procura de outras coisas quando pesquisavam nos motores de busca - desculpem a desilusão de não ter publicado umas fotos ou uns vídeos calorosos). Por esta razão, decidi dedicar-me um pouco mais sobre o assunto e pensei:
Que tal uma entrevista com o Sr. Orgasmo?
Traze-lo a público de forma a podermos conhece-lo melhor, com mais profundidade e mais calma (já que naqueles momentos não dá grande tempo para conversas, apenas para outras coisas). Foi difícil encontrá-lo, por causa das inúmeras viagens que faz pelo mundo fora, mas foi possível arranjar um tempinho na sua agenda (perdoem-me aqueles que tiveram de ficar à espera, mas é por uma boa causa).
O que pensa? Quais os seus sonhos? Que desejos? Os momentos que gosta de recordar? São tudo questões que gostaríamos de ver respondidas de alguém tão enigmático.
Se quiserem deixar algumas questões estejam à-vontade para o fazer. Vou fazer os possíveis para conseguir esta entrevista.
Ainda a propósito do Dia do Orgasmo, celebrado ontem, que já tive a oportunidade de falar aqui no meu blogue, continuei a pensar sobre a razão - inteligente ou não - de se ter criado um dia a si dedicado em alternativa a outras causas ou coisas quaisquer. Não quero pensar (já pensei) no que estavam a pensar ou a fazer as pessoas que dedicaram o 31/07 como um dia importante para a sexualidade mundial. Pensei sim, na razão de se terem lembrado do Orgasmo que tem andado bastante deprimido nos últimos anos.
A história de vida do orgasmo deve ser recordada nestas linhas e a si deve ser dedicada uma homenagem ao seu esforço e dedicação, em proporcionar o prazer de homens e mulheres deste mundo e de todas as vivências felizes que foi proporcionando - ainda que no final cada um tenha ido para cada seu canto (não todos, alguns). É louvável esta atitude gloriosa de guerreiro... de guerreiro talvez não... de Pai Natal da sexualidade (da mesma forma que o Pai Natal vai em todas as casas na noite de Natal, também o orgasmo corre por muitos sítios em pouco tempo; é em casa, no carro, na praia, no hotel, na tenda, no elevador, na casa de banho, no escritório, etc, etc, etc; é longa a liste de sítios onde o podemos encontrar). O orgasmo é um daqueles amigos recebidos sempre com uma vontade imensa, ora de forma silenciosa, ora de forma mais acalorada e estridente, a ponto dos vizinhos darem conta da sua chegada - é um amigo do peito e de outros sítios.
Mas, nem tudo são maravilhas (antes fosse). O orgasmo anda deprimido faz algum tempo e isso reflete-se na frequência das suas viagens pelo mundo. Com os cortes nos investimentos e nas mordomias, apenas pode viajar em classe turística e quando é estritamente necessário, tendo provocado um congestionamento de pares a desejarem o orgasmo. Os portugueses, pelo menos, tiveram de aprender a fazer o acto (o sexo) na mesma velocidade que o Ministro das Finanças fala, para dar tempo a que o orgasmo chegue. Por vezes, chega atrasado e bastante soado e sofrido.
Ele tem-se queixado muito da crise - é isso que o deixa deprimido. Cortaram-lhe o subsidio de Natal e de Férias - isso deixou-o estoirado. Actualmente vê-se confrontado com a deslocação para o quadro de mobilidade com horário zero (imaginem que desgraça aí vem se o horário zero lhe é atribuído) e confrontado com as contratações em regime de Outsourcing que poderão provocar a sua dispensa de funções de utilidade pública.
A agravante de tudo isto: o orgasmo não tem estabelecida idade de reforma, trabalha até que as gentes ainda tenham força e coragem para praticarem sexo. Trabalhar com a supressão dos feriados e diminuição dos dias de férias é o que lhe espera, para além de, receber um valor muito baixo pelas horas extraordinárias (já sabem que se o orgasmo não chegar naquele momento é porque fez greve às horas extra. Optem por fazer o serviço e chamarem-no a horas de expediente).
É uma vida f... esta de orgasmo mal amado e mal pago. Assim se tratam os heróis.
Há coisas que não percebo, então não é que ontem, 31/07, foi o dia do orgasmo! Fiquei surpreendido quando ouvi na rádio, pela manhã, os locutores a anunciarem-me esta novidade. Imediatamente pensei, criam-se dias para tudo e mais alguma coisa, para que nada na vida seja esquecido durante o ano.
Leram bem, nada na vida seja esquecido. O orgasmo está esquecido na vida para ser lembrado durante o ano? Hum... Há qualquer coisa de errado. O que seria se no sexo o orgasmo fosse esquecido? Não tinha piada nenhuma... Não faria sentido os parceiros andarem-se a comer durante um período de tempo para depois não dar em nada. É claro que o fim de uma relação é sempre o orgasmo, para que tudo fique em beleza (agora imaginem a cara de felizes que todos fazem, no final, quando realmente houve satisfação).
A propósito, lembram-se de, há uns anos, existir uma linha gratuita para esclarecimento de dúvidas sobre sexo? Sim, essa mesma... Malandros, devem ter ligado muitas vezes às escondidas. Eu confesso que também liguei. Lembro-me como se fosse hoje. Andava no 8 ano e liguei num dos intervalos das aulas. Na minha escola existia uma cabine telefónica ao pé da sala onde tinha aulas (estou mesmo a ver como se fosse hoje) e combinado com os meus colegas (eu é que era corajoso) liguei para lá, para perguntar o que era o orgasmo. Esperei algum tempo para ser atendido (se calhar a senhora estava longe do telefone ou andava ocupada com essas coisas do sexo) por uma senhora muito educada. Eu ganhei uma grande coragem e fiz a questão (com alguma vergonha, mas fiz). Qual foi a resposta? A resposta foi bastante convincente. Porquê? Porque foi dita com sensualidade.
Ah! a resposta, pois... O orgasmo é o maior prazer mutuo que um homem e uma mulher podem atingir numa relação sexual. Agora pensem na resposta dita de forma estrondosa e sedutora porque foi com essa percepção com que fiquei ou era um louco.
Poderia agora dizer e manifestar-me contra a descriminação positiva em relação à criação de um Dia Mundial do Orgasmo, quando se deveria pensar nele todos os dias e não pensar apenas, pratica-lo também. Se foi criado um dia para ele é porque tem sido profundamente mal tratado pela sociedade (acho isto daria um grande tema de conversa).
Bom dia e bons coisos... Desculpem foi ontem, mas hoje também pode ser.