A ordenação de mulheres continua a ser um assunto delicado para a Igreja Católica, sobretudo para os elementos mais conservadores do clero. As afirmações do Cardeal Patriarca de Lisboa, José Policarpo, não caíram bem no seio do Vaticano, a ponto de ser chamado a uma audiência com o Cardeal Tarcisio Bertone, o Secretário de Estado do Vaticano, segundoo notícia do Público Online de hoje.
Ainda me chocam estas posições da Igreja Católica, presa a tradições de nomeação apenas de homens para o sacerdócio, como se as mulheres não tivessem qualquer capacidade para desempenhar a sua vocação e como se esse impedimento pusesse em causa algum dogma de fé ou desencadeasse um problema teológico.
Não pode a Igreja fechar-se de um debate aberto entre os seus membros sobre esta questão, quando entre si não existe um concenso de posições, que geram sucessivos mal entendidos e que traduzem para o exterior uma imagem de tradicionalismo e conservadorismo infundado, que muitos crentes não entendem.
Os passos para a abertura a novas realidades são necessários e os príncipios de igualdade entre pessoas deve também ser aberto às mulheres, que durante séculos foram um pilar na construção e evolução do Cristianismo e que sempre estiveram presentes na Igreja sob outras formas e outros cargos demonstrando cumprimento de deveres insttituidos por uma instituição de liderança masculina.
Os tempos são outros e é necessário mais abertura e diálogo entre todos os que têm um papel activo na construção e evolução da Igreja e dos seus princípios.
Manuel de Sousa
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