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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

ADMIRADOS COM A SUPERNANNY?

Manuel Pereira de Sousa, 24.01.18

Supernanny. A dita senhora ou o dito programa que anda nas bocas da polémica. Era isto que a SIC estava à espera. O seu risco foi bem calculado. Reparem como as audiências dispararam do primeiro para o segundo programa. As audiências justificam os riscos a que a estação está sujeita. Os programas são criados para ter audiências, para criar opinião nos espetadores. A SIC sabia no que se estava “a meter”, tendo em conta os resultados deste formato noutros países; deve ter solicitado parecer junto da sua área jurídica. Os pais serão os culpados de toda a polémica? Afinal foi destes que partiu a decisão de exporem a vida da criança ao público televisivo e receberem aconselhamento, para saberem lidar com os seus filhos. Aceitaram a exposição e agora têm de assumir responsabilidades. Deveriam ter pensado na autorização que cederam em troca de uma ajuda, que pode ser encontrada sem recurso à exposição televisiva. Todos sabem que a televisão expõe, não serve para mais nada que exposição de casos e notícias. Dúvidas sobre isso? Onde estão os culpados da polémica?

SE A MODA DO BANHO PEGA...JÁ PEGOU.

Manuel Pereira de Sousa, 18.08.14

 

fonte: SIC

 

Pelos vistos é moda. Com este Verão estranho parece ser uma moda esquisita. Que seja por uma boa causa - pelos vistos é. O banho público ou o banho gelado estão na moda pelo Facebook entre os famosos e os anónimos que se associam à ideia, por diversão ou por diversão e causas humanitárias. Há quem ache isto uma vergonha, sem interesse e banal. Até pode ser. Mas, em tempos que a moralidade das pessoas anda tão baixa, a iniciativa é interessante tendo como ponto de vista o bem humanitário da ação. Tudo o que contribui para um mundo melhor é válido, por mais ridícula que possa parecer a ideia - se ela atinge o objetivo é sempre uma boa ideia.


FACTORX: D8 ELIMINADO

Manuel Pereira de Sousa, 09.02.14

Ainda há pouco escrevia sobre os 3 finalistas e rapidamente um deles foi eliminado: o D8.


Numa luta renhida com grandes talentos como os que estão em concurso qualquer um deles poderia sair. D8 abriu um grande porta para a sua carreira e tem a possibilidade de crescer muito. Já tem o seu público e poderá a continuar a conquistar ainda mais se continuar a crescer como até aqui.

Parabéns pelo desafio, nem eu acreditava que podia ir tão longe, mas mereceu esta chegada à final. Não é um derrotado mas um vencedor.

 

 

FINAL DE FACTOR X: A FINAL

Manuel Pereira de Sousa, 09.02.14

 

 

Mais um concurso de talentos que chega ao fim. O futuro deste jovens está na sua capacidade de decisão e de aproveitar a porta aberta.

A Mariana, é uma cantora e interprete muito boa com um potencial de crescimento inesquecível. Veio dos Açores e trouxe algo de novo e de fresco ao programa. Evoluiu e demonstrou ser capaz de dominar muitas áreas da música.

O D8, é outro fenómeno, de quem no início existiam muitas dúvidas sobre as suas capacidades e sobre o seu tipo de música. Porém, semana a semana este rapaz foi crescendo de forma excecional e com grande qualidade das suas letras. Como dizem os jurados, canta aquilo que as pessoas desejam ouvir e de forma simples. Terá uma grande carreira, mesmo que não seja o vencedor desta final.

O Berg é o cantor doce e muito perfeito no que faz e na forma que canta. Mais sedutor, mas com um talento escondido que se foi revelando ao longo dos programas. Um artista também muito completo a ponto de, em muitas das atuações, só lhe conseguirem pôr defeitos nos sapatos.

Todos têm potencial e acho que quanto a isso não existem grandes dúvidas.

D8 - A REVELAÇÃO DO FACTOR X

Manuel Pereira de Sousa, 03.02.14

Sabemos bem que os programas de talentos, dignos de grandes audiências, são uma incógnita para as carreiras daqueles que buscam neles a sua sorte – por vezes, são “sol de pouca dura”: acaba o programa, termina o sonho. O mercado português é muito pequeno para ser capaz de absorver todos os talentos vencedores destes programas, ainda que os prémios sejam uma carreira na música, ou pelo menos o lançamento para uma carreira.

Os formatos destes programas são diferentes, embora todos se resumem a um só objetivo: a música e o espetáculo. Engraçado como a globalização até aqui está presente; se antes nos contentávamos com os programas lançados por cá (cópias de formatos estrangeiros), atualmente grande parte dos espetadores são consumidores dos mesmos formatos realizados noutros países (coisas que a TV de subscrição nos oferece e no qual nos viciamos).

A razão de estar a escrever esta crónica, na madrugada de segunda, é inspirada num programa de talentos: o Factor X, da SIC. Este Domingo assisti à 10ª Gala, onde muito talento e grandes vozes marcaram presença (Pedro Abrunhos, Rita Guerra, Dengas e Áurea) para duetos com os concorrentes.

Porém, aquilo que me faz escrever neste momento é a segunda atuação de  D8 – o jovem de 16 anos – que vem conquistando o público com o seu RAP - um formato de música nem sempre apreciado pelas massas - e com as suas letras que espelham a sua realidade.
Se inicialmente este rapaz pouco me conquistou, a ponto de achar que a sua permanência no programa seria breve, pouco fugaz e ofuscada por outras grandes vozes e talentos, hoje “tiro-lhe o meu chapéu” pela forma como foi crescendo ao longo do programa e pela sua capacidade na escrita de letras com um grande sentido, conteúdo e capaz de transmitir a mensagem que deseja (independentemente da subjetividade dessa mensagem). Ao longo do programa comecei a achar que mesmo que ficasse pelo caminho e não chegasse à final, este jovem teria um dia uma carreira na música e uma carreira com sucesso porque as suas letras tocam as pessoas e são aquilo que elas querem ouvir.

As mensagens podem ser simples - mas é isso que a música precisa: mensagens simples para que todos sejam capazes de entender e discordar ou aceitar. As letras necessitam de ser coerentes – são elas que fazem as grandes músicas que perduram muito mais que umas semanas nos tops (custoso saber que existem letras de sucesso sem sentido algum, mas que servem para fazer as pessoas cantarolarem).

D8 nesta gala tocou muita gente, até os elementos do júri, com a letra “Feliz Dia do Pai”, onde fala da ausência sem porquê do seu pai na sua vida. Nem sempre se encontram palavras que possam descrever esta capacidade de exprimir uma vivência e a capacidade de contagiar o público com uma letra simples, mas tocante, mesmo para aqueles que não passaram pelas mesmas dificuldades que este jovem. Foi capaz de provocar nas pessoas a consciência da importância de um pai na vida de um filho. Foi uma letra dura.

Não encontro mais palavras que possam descrever o talento deste rapaz, que esteve em risco de não ser escolhido, mas o destino (sabe-se lá outra coisa) provocou a mudança de ideias e daqui saiu uma grande surpresa: um artista com o Factor X.

Independentemente do seu futuro no programa, muitos estarão curiosos com aquilo que este rapaz nos dará no futuro: esperemos que muito mais.

 

SWAPS - UMA NOVELA DE ESTADO PARA ESTE VERÃO

Manuel Pereira de Sousa, 08.08.13

Já aqui escrevi sobre swaps e sobre a confusão que tudo isto me causa enquanto contribuinte cumpridor dos meus deveres; mas, mal eu sabia que esta novela política ainda estava em fase de desenvolvimento para chegar ao caricato – um caricato que entristece a política e descredibiliza por completo os políticos.

Se o assunto já de si é complicado de gerir - assunto que o Ministério das Finanças procurou usar como forma de acusar o anterior governo de José Sócrates, pelos contratos ruinosos celebrados com empresas públicas e com o intuito de esconder dívida pública e um défice problemático.
Como as arquitecturas económicas feitas até ao momento não se traduziram em resultados positivos para o país, a descodificação de tudo o que está em torno dos swaps é bem o reflexo dessa arquitectura contabilística e financeira – cujas pernas do polvo não sabemos bem onde terminam, apenas podemos ter em ideia que o cérebro está no sistema financeiro que ludibriou o Estado em proveito próprio.

Depois de, em praça pública, se ter questionado a idoneidade de Maria Luís Albuquerque para liderar o Ministério das Finanças e após a crise política que condicionou o país, surgiu esta semana mais uma crise em torno do Ministério das Finanças, causada por Joaquim Pais Jorge – a pessoa que, em 2005, tinha um cargo na direcção do Citigroup e foi responsável pela apresentação da proposta ao Governo de então e actualmente desempenha funções como Secretário de Estado do Tesouro.

Por muito que este Secretário de Estado se justifique e não se lembre se esteve presente na reunião, existem documentos que provam que terá sido o responsável pela proposta – ou então a teoria da conspiração do Ministério das Finanças confirma-se e os documentos divulgados pela Visão e pela SIC são falsos, ou seja manipulados só para denegrir ainda mais a imagem do Secretário de Estado. Se o mesmo documento foi fornecido pela residência do Primeiro-Ministro, então existe quem dentro do governo manipule informação em prejuízo próprio. Se o documento foi criado pela SIC e Visão, tal era apenas um acrescento ao guião das sucessivas trapalhadas dadas em público.

Estas criaturas devem querer passar um atestado de ignorância aos portugueses complicando o que é simples de perceber pelos acontecimentos dos últimos dias.
Além disso, gostaria de entender se o Sr. Presidente da Republica tem algo a dizer sobre o que está acontecer, dado que afirmou no seu último discurso que estaria atento e que os seus poderes não estariam diminuídos ao manter a continuidade política do actual governo.

A equipa do Ministério das Finanças parece que está longe de ter a sua credibilidade assegurada, pelo menos enquanto todos os lugares não forem remodelados. Para já temos um secretário de Estado demissionário, que não sabemos em que grau de irrevogável está a sua decisão.

IVO E HÉLDER - O CASAMENTO. SÃO MOMENTOS DE MUDANÇA

Manuel Pereira de Sousa, 05.11.12

 

(Fonte de imagem da Página do Facebook de Momentos de Mudança)

 

Portugal é um país de brandos costumes, muito ligado às tradições e conservador nos seus princípios, mas evoluído na forma como deseja tratar a dignidade das pessoas em alguns desses princípios. Portugal, é um dos poucos países no mundo que permite o casamento de pessoas do mesmo sexo perante a lei e a Republica Portuguesa.

Com isto, não significa que se viva num “mar de rosas” de uma sociedade desenvolvida e com uma mentalidade aberta, mas a abertura para novas forma de casamento ou organização familiar começa a ser encarada como uma normalidade – ainda bem que assim é.

Escrevo estas palavras momentos após ter assistido à reportagem de “Momentos de Mudança”, na SIC (que não perco desde o início), que, de forma simples, retrata o dia-a-dia de um casal homossexual – Ivo e Hélder. Foi importante esta desmistificação em torno da vida de um casal como este. Têm uma vida normal, de luta, com os seus empregos, dificuldades económicas, sonhos e projetos. É notável e louvável a coragem deste casal ao expor publicamente a sua vida pessoal, numa sociedade que na realidade ainda vive mergulhada em preconceitos, conscientes dos riscos que infelizmente correm (foram convidados a sair do rancho folclórico que frequentavam).

Interessante também saber que existem famílias que enfrentaram qualquer preconceito da sociedade e apoiaram os seus, estando presentes na cerimónia do casamento, preparado de forma simples e humilde.

Outra mensagem importante, não só para a sociedade, mas também para instituições de moral e fé como a Igreja Católica - que se encontra fechada à evolução das mentalidades e, por causa da recusa do amor de pessoas do mesmo sexo, vê perder fieis que durante muito tempo dedicaram a sua vida às obras da Igreja e à fé. Este jovem casal afastou-se da Igreja, mas não da fé e a prova está no momento de partilha, com a equipa de reportagem e agora com os espetadores, de um dos momentos mais emocionantes e importantes para eles, em Fátima. Uma outra crente que se apercebeu que Ivo e Hélder se casaram recentemente foi ao pé deles desejar felicidades – significa que no seio de muitos crentes existe aceitação, a mesma que a Igreja não aceita. Por vezes, confunde-se quem é dono da moral e das doutrinas e o desfasamento entre instituições e crentes provocam rotura, afastamento e desejos de fé em sentidos opostos.

Esta era uma reportagem que faltava sobre o tema - apesar de muito já se ter falado sobre ele. Estivemos perante um testemunho íntimo, despreocupado, real e que constituiu uma verdadeira lição de moral e de vida para todos os que assistiram. Resta deixar felicidades a este casal e uma vida cheia de conquistas pessoais.

A LUTA DE SOBREVIVÊNCIA DE ALEXANDRA DELGADO

Manuel Pereira de Sousa, 23.10.12


                                       (Imagem SICAlexandra | Viver com HIV


«A coisa que mais me assusta é ficar sozinha. Os meus pais não vão durar para sempre. E se eu não encontrar alguém que me aceite como eu sou, eu não vou ter ninguém a quem me agarrar. Quando eles partirem, quem é que me vai dar colo e quem é que me vai dar força para continuar, se eu não encontrar alguém que me aceite e que saiba ver a Alexandra e não a portadora do HIV? Porque eu sou a Alexandra. Eu não sou o HIV.»
 

São palavras de Alexandra Delgado, uma jovem de dezanove anos, portadora de HIV desde que nasceu, à reportagem da SIC, em “Momentos de Mudança” – uma reportagem com uma qualidade excecional, quer no assunto, quer na fotografia, que demonstra a qualidade do jornalismo que se produz, mesmo em tempo de crise.

A Alexandra recebeu muitos apoios através do Facebook de espectadores que viram a reportagem porque, com dezanove anos, demonstrou ser uma jovem madura, lutadora, consciente dos problemas e dificuldades da vida e das dificuldades dos seus pais, também eles portadores do HIV. Uma jovem com plena noção do que é viver com um orçamento familiar de trezentos e poucos euros/mês (184 euros do pai e o restante da mãe) e do esforço que isso representa.
Vimos as dificuldades de uma família que vive isolada numa aldeia alentejana, onde o emprego não existe e para sobreviver tem de cortar no que se come – é raro entrar peixe em casa, sumo só no Natal e o jantar chega a ser ovos mexidos com café.

Este é o país real, duro, que os governos não conhecem ou preferem ignorar.

Viver com o HIV não é fácil, numa sociedade que ainda se fecha no medo, no preconceito e na ideia errada que só acontece aos outros e não nas famílias normais. O acesso à saúde não é o desejável – a Alexandra teve de optar quanto às vacinas a tomar por serem muito caras.

A Alexandra é uma rapariga forte, ultrapassou uma adolescência complicada com o sentimento que os seus pais tinham culpa da sua doença, mas cedo percebeu que pode acontecer a qualquer um. A vida continua e esta jovem é uma lição de vida para muitos e o orgulho para os seus pais, que desejam o melhor futuro para ela, apesar das dificuldades dos nossos tempos. Hoje está na Universidade, no curso de Assistente Social, mais uma vitória na conquista por um sonho.

Há testemunhos de coragem que merecem ser retratados, para que em muitas pessoas, famílias cresça a esperança que amanhã tudo pode ser melhor, mesmo que os tempos sejam difíceis.

Parabéns Alexandra! Força e coragem para o futuro. Como dizia o seu médico: Bom dia alegria!




QUANDO A SIC CHEGOU À TERRINHA

Manuel Pereira de Sousa, 08.10.12
Fonte: Blogue SIC

Eu conheci a SIC mais tarde, que o seu nascimento.
 

Vivia no Gerês, com 8 anos, quando surgiu esta frescura na televisão, mas que eu conheci anos mais tarde. Ainda me lembro de estarmos sempre a sintonizar o aparelho para ver se surgia alguma coisa na televisão; mas na realidade não se via mais nada que uma grande chuva na imagem e um fantasma do símbolo da estação.
 

Lá na Terrinha ninguém tinha ainda a SIC; todos viviam na ansiedade de um dia ter a alternativa à estática estação do Estado. Porém, muitos anos se passaram até esse sonho se tornar realidade. Até isso acontecer, o que se dizia da SIC? Muito pouco. Por incrível que pareça, ainda me lembro de ouvir os mais velhos lá do sítio, nas conversas de rua dizerem que este canal tinha umas cenas quentes à Sexta-Feira à noite (senas de sexo puro como nunca antes tinha passado na televisão) - já estou mesmo a imaginar o que se diria por esse país ainda conservador e fechado às novidades, acharem que este era o canal depravado que veio acabar com a moral e o sossego da televisão pública.

Um dia a SIC chegou à Terrinha. Lembro-me bem que em minha casa começamos a ver num Sábado à tarde. Tarde de azáfama. O pai no telhado para virar a antena para o sítio certo, o meu irmão a sintonizar o aparelho e a dizer-me se estava melhor ou pior ou se a antena se tinha de virar mais para a esquerda ou para a direita e eu a berrar lá para o telhado - sintonizar a televisão e coordenar a antena era algo complicado. «Mais prá direita, mais um bocado. Agora dá bem. Agora dá pior. Piorou. Volta a rodar. Não mexas mais. Está bem assim».

O que me lembra de estar a dar? Hum. Lembro-me do «Chuva de Estrelas», o «Mini Chuva de Estrelas» e a telenovela era «Irmãos Coragem» e sem esquecer do «Ponto de Encontro» (que o meu avô achava mágico as pessoas, separadas há anos, aparecerem no programa como se fosse magia; eu tentei explicar como tudo se fazia, mas ficou sempre aquela ideia de magia).
 

Apesar de fiel a alguns programas da Estação Pública e defensor da causa pública que sou, lá em casa a SIC passou a dominar durante todo o tempo em que se via televisão. Foi uma grande novidade. Foi uma nova forma de ver televisão. Por vezes estranhava aquele jornalismo fora do que estava habituado a ver, a ponto de o achar sensacionalista, mas tudo mudou.
 

Se a TSF foi a novidade para a rádio, a SIC foi a novidade para a televisão.
 

Posso dizer que os grandes acontecimentos do mundo e do país foram acompanhados através das emissões da SIC e SIC Notícias (11 de Setembro, Invasão no Iraque, Tragédia de Entre-os- Rios, Morte de Amália, emissões do tempo das eleições, etc).

No fundo, o meu avô tinha razão, a televisão tinha magia e a SIC trouxe uma magia diferente à forma como se lia o mundo.

O MILAGRE DA MEDALHA OLÍMPICA NA TV

Manuel Pereira de Sousa, 09.08.12

Depois de tantas tentativas, por parte dos atletas portugueses, na conquista de boas classificações nos Jogos Olímpicos de Londres chegam boas notícias: dois canoístas portugueses, Emanuel Silva e Fernando Pimenta, foram segundos na final de K2 1000m. Portugal consegue assim a sua primeira medalha.


Eis que tão saudosa notícia já permite que exista uma primeira página nos jornais de hoje ou que os telejornais já possam fazer a sua abertura com o anúncio da vitória destes jovens portugueses. Eis o milagre da medalha: a canoagem já pode fazer destaque nos media e os Portugueses desde hoje manifestam-se com regozijo e como grandes amantes deste desporto desde sempre – tinham era vergonha de dizer que gostavam.
Viva o milagre da medalha que fez com que o futebol fosse ultrapassado na sua importância – falta saber por quanto tempo este milagre durará.

Até eu, me manifestei fã deste desporto e acredito que grandes atletas da modalidade poderão emergir povoando os nossos rios na conquista de um lugar na canoagem. Temos futuro.

A vitória da medalha de prata trouxe ao de cima a sede e o jejum que se vivia há muito tempo, provocado pelos sucessivos desaires dos nossos atletas.

Vi um repórter da SIC mergulhado no Portugal profundo, rumo ao norte do país, a Braga, para entrevistar a avó e a irmã de um dos premiados. Vi a valorização do trabalho da senhora que estava a colher a couves no seu quintal para ganhar o “Pão nosso de cada dia” – sem a vitória do seu neto seria uma senhora como as demais, que fazem um trabalho duro tão pouco valorizado.

Um país tão pequenino, mas que conseguiu a sua medalha - o que já não é nada mau comparando com  aqueles países que não ganham nada ou aqueles que pouco ganham em relação à quantidade de atletas que enviaram para os Jogos Olímpicos.

Será que o milagre da medalha ajudará estes jovens a terem condições decentes para treinarem no seu dia-a-dia e terem patrocínios suficientes?


Será que o milagre da medalha vai permitir que exista uma cultura desportiva mais diversificada?

Abençoados sejam , Emanuel Silva e Fernando Pimenta, os novos orgulhos de Portugal.