Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

UMA VACINA PARA TI, UMA PARA MIM, OUTRA PARA QUEM APANHAR

Manuel Pereira de Sousa, 06.02.21

Bem, já deu para perceber que isto da vacinação em Portugal dá argumentos para todos os lados; uns dizem que está cheio de casos dos que se metem na frente da fila; outros dizem que estamos a vacinar bem e com percentagens acima da média da União Europeia.

Português que sou, embarco agora na primeira teoria (os que passam à frente) porque é sempre mais interessante que dizer que está a correr bem.

Vivemos em Portugal, sabemos bem a cultura que temos, sabemos, há tempo suficiente, de que genes fomos constituídos, para acharmos tão estranho que uns engraçadinhos, por se acharem, mais que os outros, tenham o seu nome na lista para serem vacinados primeiro que os prioritários.

A questão de ser prioritário é sempre relativa, o que é prioritário para mim não é para o Zé, muito menos para a Maria e assim por diante.

Quem elaborou o plano esqueceu redondamente esta particularidade portuguesa de estudar a regra e andar por entre suas lacunas para atingir o seu fim – ser vacinado. Isto é como pensar no confinamento – andamos a estudar as exceções para depois sair de casa para passear, ir para uma festa, estarmos em sociedade de qualquer forma. Criar regras que limitem é difícil; todos temos uma formação em advocacia que faz parte do nosso instinto para perceber por onde escapar. Acompanhado de tudo isto, temos sempre uma capacidade moralista perante a sociedade, mas com aquela dose de culpa na consciência. Afinal de contas só deve mesmo acontecer aos outros.

Em relação ao plano de vacinação eu, tal como a maioria dos portugueses, sou um especialista e acho que as regras estão mal. Esta estratégia de vacinação em massa está mal construída, quando na realidade há que vacinar duas vezes a população portuguesa.

Tenho duas possibilidades que poderiam contribuir para este processo ser de forma rápida e transparente, a bem da nossa saúde e da nossa economia. Por falar em economia, vamos envolver a economia local neste processo.

Espetar a agulha no braço demora pouco e tem pouco que se lhe diga. Por essa razão, já que somos um povo que adora ir aos supermercados porque é uma exceção ao confinamento e permite que se continue a ir em aglomerados familiares, a vacina podia ser administrada pelo operador de caixa no momento do pagamento. Ora ponha lá o ombro à mostra e espeta a agulha. No mês seguinte a outra toma. Para registo seriam os cartões de pontos e cupões. Além disso, juntar uns euros ou pontos em cartão ou mesmo um cupão para incentivar a segunda toma no mesmo estabelecimento comercial.

Se estivermos a pensar em apoiar o comércio local, também se pode convocar a rede de cafés e pastelarias do nosso país. Assim, cada vez que vamos buscar o pão ou tomar o café, no momento de pagar entregava-se o dinheiro e mostrava-se o ombro.

Considero estas formas mais igualitárias de vacinação.

Tendo em conta as poucas doses que chegam, as mesmas seriam distribuídas de forma silenciosa e aleatória nos cafés e supermercados para evitar os aglomerados como a promoção dos 50% do PD, no primeiro de maio de há anos, para evitar a cobertura noticiosa das televisões tipo CMtv, para evitar aquelas entrevistas ridículas às pessoas a perguntar como correu a toma da vacina.

A inexistência de regras seria a melhor regra porque assim, em vez de estarmos preocupados em descobrir qual a lacuna, ficamos bloqueados por não haver por onde “furar”.

 

Manuel Pereira de Sousa

RECEIO DE TRUMP

Manuel Pereira de Sousa, 22.01.17

O Donald Trump está aí a fazer das suas - provocar o medo.

Uma das conquistas de Obama está em causa - o ObamaCare. Milhões de cidadãos americanos vão deixar de ter acesso às políticas de saúde pública e vão ter de voltar a utilizar os sistemas privados e seguros de saúde. Nem todos os cidadãos terão acesso aos sistemas privados, por essa razão Obama criou um programa que agora está em risco. Em nome de quê? Em nome do benefício das empresas privadas que tinham os seus negócios penalizados, mas com a máscara de querer poupar a despesa do Estado. Onde vai usar o dinheiro destinado ao serviço nacional de saúde? No orçamento para a defesa?

A criação de um novo sistema antimíssil e o reforço das forças armadas são realmente as suas estratégias - medidas que o mesmo já assinou no seu primeiro dia de mandato. A segurança mundial está em perigo, pois não sabemos o que este tem em mente para o futuro da ordem mundial e quais as alianças que pretende fazer com os outros países.

Estamos perante um louco que está a colocar em causa a sustentabilidade do planeta ao ignorar os tratados do clima, permitindo que um dos países mais poluidores possa ser ainda mais em nome do crescimento desmedido dos impérios económicos que ele representa e beneficia. Argumenta com a criação de emprego - a custo de que salários e com que mão de obra se pretende expulsar emigrantes?

Não percebo como pretende devolver o poder ao povo, quando está a retirar condições para a melhoria da qualidade de vida dos Americanos e quando será responsável pela crescente divisão da população. Os EUA deixa de ser um país livre com união de raças e cores, pois Trump será o construtor de muros em todos os sentidos - está em marcha a construção do muro com o México, país a quem vai imputar os custos do mesmo.

Tenho medo dos tempos que se seguem com este homem a gerir os destinos de uma potência que se quer impor ao mundo, sem qualquer respeito pelos princípios e valores da própria constituição que deve cumprir.

POUPANÇA EM NOME DA PANÇA

Manuel Pereira de Sousa, 14.05.16

Vivemos num mundo puramente consumista. Sim, já sei disto há muito, não acordei agora para a realidade. Somos convidados ao desperdício. Também tenho noção disto, a par das realidades que existem no mundo e mesmo na pequena sociedade portuguesa. Vivemos numa sociedade de extremos, onde uns pouco têm e desejariam ter e outros têm e desperdiçam – falta saber se tudo o que esbanjam é à custa dos que nada têm. Isso daria uma grande discussão ideológica, mas é mais prático meter a cabeça debaixo da areia…

É tudo um contrassenso. Pedem-nos para poupar para os tempos difíceis porque a austeridade ainda não desapareceu das nossas vidas. Pedem-nos para termos cuidados com a alimentação porque estamos a tornar-nos cada vez mais obesos – andamos a comer para além das necessidades do nosso organismo. A quem agradar neste jogo? À carteira ou à saúde? Vejamos: fui a um shopping para comer qualquer coisa; no balcão tenho duas propostas; escolher dois hambúrgueres, uma bebida por 6 Euros e tal ou optar por um menu a rondar os 5,80 Euros com três hambúrgueres, batata frita de acompanhamento e bebida. Sou incentivado a gastar menos para comer ainda mais, tendo a noção de que não seria capaz de comer o menu todo por ser comida em excesso. Sou incentivado ao desperdício, em nome de algo maior para o nosso mundo económico: a carteira. Fazendo contas, com o desperdício ainda sobra dinheiro para o café. A lógica da economia é sempre ter mais por menos e esta é uma das provas em que isso acontece. Ficamos todos contentes quando conseguimos algo assim porque na cabeça só funciona a poupança em função de uma boa pança.

EUTANÁSIA, O QUE TE DIZ ESTE ASSUNTO?

Manuel Pereira de Sousa, 02.03.16

Será o momento? Estaremos prontos? Vamos a debate? O que fazemos? Ignoramos? És a favor ou contra? Eutanásia, o que te diz este assunto?
Uma petição recente lançou o tema para a ordem do dia. Durante muitos anos falou-se, mas desviou-se do assunto. Nunca esteve na ordem do dia. Assunto melindroso. Implica discutir, pensar, saber o que fazer. Assunto que abana a consciência individual, que não pode ser debatido de ânimo leve. Mais polémico se tornou com as recentes declarações da Bastonária da Ordem dos Enfermeiros – polémica, dizer e desdizer que em Portugal se pratica eutanásia no Serviço Nacional de Saúde. Verdade ou mentira? Estará apenas na consciência dos profissionais de saúde.
Se o assunto está na ordem do dia, vamos debater, ouvir, pensar sobre a opinião que possamos tomar sobre o assunto – sejamos abertos. Falam alguns que não estamos em tempo de debater o assunto, há outras prioridades – que outras prioridades maiores que o debate sobre a vida e a morte de um ser humano? Aberta a caixa de pandora, não basta enterrar a cabeça na areia para ignorar o assunto – é preciso enfrentar com seriedade e discutir. Não é fácil fazê-lo? Não. Será sempre um assunto onde existem dúvidas, onde as decisões não serão tão claras e evidentes. Há que ter cuidados em legislar porque a vida é um bem de valor incalculável para decisões fáceis.

A propósito deste assunto, recomendo a leitura atenta do artigo “Sim, matei quatro pessoas e defendo a eutanásia”, publicado na revista Sábado, (já com alguns anos, creio). O texto é forte, com uma elevada carga emotiva porque quem cometeu a eutanásia foi uma pessoa com valores, sentimentos, dúvidas, receios. Não quero com este texto convencer ninguém, nem a mim mesmo, quero é que sejamos convidados a pensar, a estar na pele de profissionais de saúde - que se confrontam diariamente com o sofrimento e o pedido dos doentes - e dos doentes na sua fase de desespero. Oxalá que não tenhamos que passar pelas mesmas situações.

HÁ SAÚDE NO SNS.

Manuel Pereira de Sousa, 27.05.15

A ideia que existe acerca do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nem sempre é a melhor. Consequência de algumas experiências menos positivas e mesmo das notícias que normalmente só abordam os casos mais graves e com desfechos tristes. Pena a imagem positiva seja tão pouco realçada e nas bocas do mundo existam as más memórias.

 

Há dias, fui contactado pelo Centro de Saúde da minha área de residência para informar que me tinha sido atribuído um médico de família. Pelo que percebi, tinha de ter uma consulta para manter este médico. Marquei a consulta de imediato por telefone - atendimento com qualidade e eficiência.

Ter um médico de família é importante para qualquer cidadão, para se sentir acompanhado pelo mesmo profissional, que já conhece o histórico do seu paciente - assim se evita as mesmas explicações e se tenha de repetir o historial vezes sem conta, cada vez que se senta na cadeira do consultório.

Chegado o dia da consulta fui atendido na secretaria com simpatia e boa disposição logo ao início da manhã. Pelo que reparei na minha curta espera até ser chamado ao consultório, é normal este atendimento com qualquer pessoa. A única diferença entre o Centro de Saúde e uma clínica privada são as rececionistas jovens e bonitas - as do Centro de Saúde não são menos profissionais. Na consulta o atendimento foi excelente. Uma médica ainda jovem, simpática, disponível, preocupada em perceber o historial pessoal e familiar do paciente; fez os exames necessários, sem preocupações em prescrever medicamentos só porque sim, disponível para analisar as situações e para fazer os encaminhamentos necessários para as especialidades.

A imagem que tinha do SNS era positiva, mas desta vez superou ainda mais as expectativas. No SNS sempre fui bem atendido, até bem melhor que no particular a quem já tive de recorrer no passado. Só tenho pena dos tempos de espera nos serviços de urgência dos hospitais, como recente experiência com um familiar que passou uma noite para ser atendido porque, apesar de poucos pacientes, existia apenas um médico de serviço na urgência num hospital central.

 

O que me parece que esteja mal do SNS é o corte de pessoal e outros recursos. Os profissionais, salvo exceções, são de grande competência e merecem ser valorizados por isso mesmo.

SABER COMER É UM EXERCÍCIO FUNDAMENTAL PARA VIVER!

Manuel Pereira de Sousa, 09.03.15

Uma sugestão de leitura: comer de forma saudável é caro? do blogue: Aprender uma coisa nova por dia.

Este texto fala sobre o custo de uma alimentação dita saudável comparativamente a outros produtos mais usados (se assim lhe posso chamar). Está escrito de forma simples e adequado à realidade que bem podemos alterar. É simples e prática a forma como nos mostrou que comer bem e saudável fica bem mais barato do que se diz por aí - as contas são a prova clara de que não tem que se gastar muito dinheiro para se comer bem.
Posso dizer que ao longo dos anos fui adaptando a minha alimentação - tenho essa facilidade porque não faço compras partilhadas ou para um agregado familiar.

A boa alimentação associada aos custos e à manutenção do peso (a pensar nos que participaram nesses programas de perder Quilos), requer mais que comer bem - saber usar as quantidades certas, associar a uma alimentação variada e a exercício físico regular. Simples? Tem o seu trabalho, mas para quem deseja manter a linha e uma alimentação saudável, tem de o fazer.

Eu, tirando um dia ou outro da semana em que gosto de comer a minha natinha, reduzi e quase eliminei os açucares da minha dieta diária (tirando aqueles que já vêm nos alimentos, mas que procuro evitar) - passou a ser muito raro comprar açúcar, dispenso o adoçante e faço questão de optar por alimentos que não contenham açucares. E depois de me habituar não quis outra coisa. É certo que compro as bolachas sem açúcar mais caras que as com açúcar; porém, quando se perde o hábito desse veneno como muito menos bolachas que anteriormente - se aproveitar as promoções das bolachas sem açúcar acabo por gastar menos dinheiro que antes. O vício do açúcar fazia com que comesse mais bolachas do que o que o corpo pedia.

Em relação ao pão, falaram aqui do pão de sementes, que faz muito bem, é caro - de facto é. Eu adoro pão de sementes. Solução: tenho uma máquina em casa para fazer pão. Compro farinha já de sementes ou então para ainda ficar mais barato compro farinha branca sem fermento, farinha integral, fermento de padeiro (nas padarias é mais barato) e compro pacotinhos de sementes de sésamo, linhaça, etc e vou pondo um pouco de tudo. Rende muito e fica a bom preço. Porém, também não tem que se comer pão de sementes todos os dias e a toda a hora.

Em relação ao leite, por exemplo, nem sempre tomo de soja (raro), mas também não é por aí que se cometam grandes pecados ao consumir leite normal.

Massas e arroz utilizo o normal porque se comermos em quantidades pequenas e optar menos arroz e massa por mais legumes ainda melhor.

Legumes e frutas há muito por onde escolher e a variados preços - por vezes, aquelas frutarias de bairro ou nos mercados encontra-se qualidade e bom preço. Uma boa sopa com variedade de legumes às refeições compõe o estômago e depois já se pode dispensar de mais massa ou arroz ou quantidades de peixe e carne desnecessárias. O grão, feijão de tantos tipos dá para fazer inúmeros pratos diferentes e muito nutritivos - é só ter vontade para tal.

Desde que comecei a variar muito nos legumes (salteados, cozidos, etc), usar a soja granulada, comecei a dispensar muito da carne e do peixe, que não tem que se comer todos os dias. Aí vão notar a diferença no orçamento alimentar. Mesmo que usem carnes, se optarem por carnes brancas como frango e o peru são mais em conta que carnes vermelhas mais prejudiciais e que devemos consumir com menor frequência.

Utilizar a fruta para substituir pão em excesso. Utilizo a fruta para evitar colocar sempre manteiga. Substituir manteiga por queijo fresco magro para obter cálcio são outras as opções que utilizo.

Ainda em relação aos açucares, para os mais gulosos que gostam de uma compota, sai muito mais barato fazer marmelada em casa ou com outras frutas e assim sabermos qual a quantidade de açúcar que podemos cortar na altura de as adoçar. Não tem que se fazer todas as semanas ou meses porque bem conservadas duram imenso tempo (tenho marmelada que dura muita mais que uma ano).

Deixar o fritos de lado vai compensar para comprar azeite, que rende muito na cozinha porque se utiliza em quantidades residuais e mais para dar sabor aos cozinhados ou às sopas.

Há muitas alternativas para ter uma alimentação variada, cuidada e que permitam ter uma saúde equilibrada dentro do possível. Comer várias vezes ao dia e pouco de cada vez faz toda a diferença para o nosso organismo. Mas, para ter um corpo em forma é muito importante o exercício físico e mente sã.

Posso estar errado, mas, por vezes, desperdiçamos mais do que devíamos. Será?

A LEGIONELA SAIU À RUA

Manuel Pereira de Sousa, 16.11.14

Nunca lugares de Forte da Casa ou Via Longa, em Vila Franca de Xira, tiveram a mesma projecção em todo o país e mesmo no mundo, após o insólito caso de propagação da Legionela. Dizem que se trata do terceiro maior surto de sempre desta doença. Uma bactéria que se desenvolve nas gotículas de água, que se espalhou pelo ar e alegadamente proveniente de torres de refrigeração. Há a lamentar as 8 mortes e as 311 pessoas infetadas até ao momento.
Conhecido o foco de contaminação resta agora saber se as responsabilidades serão apuradas e a justiça seja feita.

No meio da desgraça resta saber que felizmente o caso foi muito bem gerido por profissionais de saúde, investigação, Direção Geral de Saúde e Ministério de Saúde. O reconhecimento de todo o trabalho realizado nestes dias mais caóticos foi notável - permite-me acreditar que o nosso Sistema Nacional de Saúde funciona de forma eficaz, apesar dos seus defeitos.

Nos primeiro dias de deteção do surto foi notória a tentativa de especulação e de criação de alarme por parte de alguns meios de comunicação social, vocacionados para criar medo e pânico. Porém, quer o Diretor Francisco George, quer o Ministro Paulo Macedo, souberam estar à altura de coordenar e informar a opinião pública da evolução da situação. Na euforia das conferências de imprensa com muitas perguntas, souberam aconselhar, explicar e acautelar para os riscos de mais casos e mais mortes. Souberam passar uma imagem de rigor, credível e nos momentos adequados. Para os moradores destas localidades foi essencial existir todo este cuidado e aconselhamento, que evitou situações de alarme numa dimensão muito mais grave.

É importante criticarmos o que está mal conduzido, mas é muito importante felicitar e reconhecer o bom trabalho feito seja ele por quem for.

ATCHIM!!! O ESPIRRO E A RELAÇÃO COM A PSICOLOGIA

Manuel Pereira de Sousa, 11.10.12

Atchim!!! Viva! Santinho! Saúde! Que seja o último!... Mais um sem número de expressões que a nossa cultura e a nossa boa educação nos ensinam a dizer a tão saudosa pessoa que se vê embaraçada por andar aos espirros (andar aos espirros?) porque o espirro incomoda.
Incomoda a quem espirra porque a pessoa fica desconcertada e, por vezes, com a máquina lá dentro meia baralhada; incomoda a quem está por perto, que corre sério risco de levar com uns pingos e um “enchente” de bactérias virais, que se espalham pelo ar e que infetam a quem está por perto.

Eu acabei de espirrar quando comecei a escrever este texto (senão não me tinha lembrado de escrever sobre este ato tão pouco digno para se falar) e agora tenho que estar sempre a recorrer aos lenços de papel porque, entretanto, chegou o pingo e sei lá o que vem a seguir.

Atchim!!! Santinho! Saúde!  Viva!
Por vezes, é engraçado ouvir os espirros. São sons únicos em cada ser humano. Cada um espirra à sua maneira e isso revela muito da sua personalidade. Os que evitam os espirros ou fazem para que não se oiçam são as pessoas envergonhadas, simples e que gostam de passar despercebidas. Os que espirram de forma sólida, convicta e livre são os que transmitem uma personalidade segura, forte e convicta. Os que espirram alto, de forma estrondosamente sonora parecem-me que está relacionado com pessoas que gostam de mostrar o seu protagonismo ou que têm a necessidade de atenção. Esquisito? Não fiquem indiferentes à análise de um próximo espirro (teu e dos restantes). Não sei se há estudos neste sentido, mas são as conclusões da minha experiência.

Atchim!!! Saúde! Santinho! Viva! Outra vez! Enfim, o espirro tem uma certa falta de educação; entra quando quer, sem pedir licença, incomoda quem lhe apetece – maneiras que não lhe ensinaram e que o tornam indesejado à pessoa que sofre deles e aos demais.

Atchim!!! Saúde! Santinho! Viva!
Isto já são espirros a mais. Serão as poeiras? É a rinite? A constipação? Resfriado? Alergias? Nervosismo?... São tantas as razões para o espirro, que qualquer uma serve para ele aparecer em, força.
E quando está para sair, mas fica na incerteza (ai que comichão no nariz, que cara ridícula quando ficamos no impasse do espirro).

Atchim!!! Saúde! Santinho! Viva!
Até o meu gato por vezes solta-se com uns assim bem profundos e como não põe a mão à frente…  vai muita coisa pelo ar…

Atchim!!! Saúde! Santinho! Viva!
Este será sempre aquele convidado indesejado que aparece e nos acompanha para a viva. Assim seja!

NO PEDAL PEDALAR, PEDALAR

Manuel Pereira de Sousa, 17.07.12

Hoje é um daqueles dias em que me sinto satisfeito. Um dia puramente normal como os demais, é certo, mas depois de uma longa viagem de bicicleta - longa de 11 km da totalidade (gente do pedal não se riam) - sinto-me muito bem pelo exercício. Foi um dia em que tive de puxar pelos músculos das pernas, dos braços e todos quantos tivesse para conseguir atingir o objectivo a que me tinha proposto quando saí de casa.

Mas, o que são 11 km, mesmo com algumas subidas? (Estão neste momento a perguntar alguns dos que lêem este artigo). Para mim é algo satisfatório porque aprendi a andar de bicicleta há poucos dias; semanas pronto; nem um mês. Pois, aos 29 anos ultrapassei o grande dilema de não saber andar de bicicleta (que vergonha!).

 

Mas, posso explicar porque não aprendi em pequeno.

 

Eu vivia numa aldeia (agora vila) lá num alto, ou seja, à porta de casa tinha uma grande rampa e a minha mãe tinha o medo de com uma bicicleta me estampar por ali abaixo

                                         (já me estampava a correr, imaginem de bicicleta).

Porém, comecei a magicar a ideia que se calhar até era fixe andar de bicicleta, como motivo de fazer algum desporto ao ar livre, de forma económica e quiçá uma alternativa ao automóvel - para evitar o trânsito nesta cidade (Braga). De um momento para o outro... feito... comprei a dita cuja. E depois? Um dia combinei com a minha cunhada para me ensinar - aí começou o grande trabalho - segurando no slim para eu não cair.
Foram horas de um domingo, final de tarde, vividas com intensidade - umas conquistas, mais umas frustrações pelo meio; avanços e recuos. No final do dia as minhas pernas estavam estouradas e o meu rabo... Pois, o meu rabo estava tudo em cangalhas, mesmo a precisar de um novo.

Continuei. Força de vontade lá em cima. Se os miúdos que passavam por mim nas suas bicicletas com a maior das descontracções eu também iria conseguir. Nos dias seguintes, depois do trabalho, ao cair da noite, sozinho, nas traseiras dos prédio (para não fazer figuras) lá tentava eu, mais uma e depois outra; mais vitórias, mais recuos, mais uma "pisadura", mais uma dor de rabo. Mas consegui. Consegui.

Ultrapassei a fase do medo, da vergonha e ando como um homem grande. Agora, à excepção de ir para o trabalho (porque a gente transpira pelo caminho) vou de bicicleta para os vários pontos da cidade ter com o pessoal para tomar café. Um loquete para prender o veículo a alguma coisa, capacete para proteger a cabeça, farol e reflectores para viagens nocturnas, água, Cambra de ar suplente, bomba d'ar, e lá vou eu ao caminho.

Sinto um gozo muito grande por andar de bicicleta e satisfeito por esta maravilha. Faz bem à saúde porque praticamos exercício, poupamos gasolina e desgaste do carro, chegamos aos mesmos locais, contribuímos para a melhoria do ambiente. Vantagens e mais vantagens.

 

Estou maravilhado! Três a quatro vezes por semana lá vou eu às voltas pela cidade, à procura de uma perspectiva diferente do que vejo, aliviar a cabeça da rotina.

 

Recomendo.

 

Juntem uns trocos e comprem algo simples em pouco tempo compensam com o que se poupa em combustíveis cada vez mais caros.

Uma mudança de atitude para o meu bem e daqueles que me rodeiam.

SEJA DADOR: POR TODOS OS QUE PRECISAM

Manuel Pereira de Sousa, 18.11.11

O filho de Carlos Martins, Gustavo, com 3 anos de idade, precisa de um transplante de medula óssea, para tratamento da aplasia medular. Este acontecimento, que suscitou o natural interesse da comunicação social, por se tratar do filho de um jogador, fez disparar o número de pessoas a fazer colheita de sangue em todo o país.
 


O caso de Gustavo não é o único no país ou no mundo, muitas crianças, por doenças diversas, continuam a necessitar de um transplante de medula óssea. A dificuldade neste processo é encontrar um dador compatível. Segundo dados do Portal da Saúde, cerca de 80 por cento dos casos que necessitam de um transplante de medular tem pelo menos um potencial dador compatível – percentagem que pode aumentar se existir cada vez mais pessoas dispostas a serem dadoras.


Espero que este caso mediático, que despertou consciências na população e fez aumentar as afluências a vários centros de colheita, seja também para o bem de muitas outras crianças ou adultos que necessitem de encontrar um dador.

Ser dador não custa nada, é um processo rápido de colheita de sangue, cerca de 120 ml, do braço. O importante é ficar inscrito num banco de dadores para que uma doação seja utilizada para várias pessoas que necessitem ou venham a necessitar. O importante é que ser dador são seja por uma questão de moda, mas por uma questão de principio de igualdade para qualquer cidadão – independente se ser famoso, é importante que na altura da intervenção não se desista de doar a medula, prejudicando todo o processo de um doente em perigo de vida.

Necessitar de medula óssea é algo que pode acontecer a qualquer um numa fase da vida. Nessas alturas, temos que contar com a generosidade de uma pessoa anónima que se dispõe a ajudar porque muito dificilmente alguém da família é compatível com a doação.

Consultem o Portal da Saúde para estarem informados de todo o processo relacionado com a doação e transplante de medula óssea.

Eu sou dador recente. Seja também.

Manuel de Sousa
manuelsous@sapo.pt