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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

O QUE MOTIVA 100 MIL JOVENS NAS "JOTAS" PARTIDÁRIAS?

Manuel Pereira de Sousa, 22.08.14

Fui atraído a ver uma reportagem em destaque no sapo com o título O que motiva os 100 mil jovens inscritos nas "jotas" partidárias?, emitida pelo Porto Canal. Realmente é uma excelente questão para refletir. 100 mil jovens inscritos – é um número considerável. Em Portugal, apesar da emigração ainda existem muitos jovens, muito mais que 100 mil, mas é um número bastante elevado de inscritos em partidos políticos, quando o espectro político português é pequeno – essencialmente PS, PSD, CDS, PCP e BE.

Com exceção ao BE, todos os partidos têm os seus membros “jotas”, que partilham da ideologia base do partido e que são a grande porta de entrada para muitos jovens chegarem á política ativa e profissional – tendo em conta que a política não estará ao alcance de todos, mas ainda assim permite que muitos consigam ter um lugar ativo em órgãos públicos.
Há muito a ideia por aí, não sei se correta ou incorreta, que as “jotas” são uma mera porta de entrada para o poleiro e alternativa a muitos jovens que não querer fazer parte do mercado de trabalho e encontrar um emprego para a vida na política. Quero acreditar que nem todos sejam assim, se possível uma minoria.

A “jota” que importância tem para a política? A ideia que tenho, para além do trampolim para a política profissional e ingresso nos partidos “velhos”, é de uns jovens que pretendem mudar o mundo, mudar a sociedade, que se juntam em manifestações estudantis e que andam de noite a colar cartazes para o partido “velho”. Estou errado? Quanto à sua opinião, será que conta para alguma coisa? Qual o peso de cada voz? Que podem estes jovens fazer mais pela sociedade?

Na mesma reportagem, uma jovem do Bloco de Esquerda, diz: “Não fazemos o que muitos partidos fazem, que é ter uma jotinha, que depois toma posições que o partido dos mais velhos não pode tomar porque isso já fica mal ao partido dos mais velhos” – O BE não tem “Jota”. Por sua vez, um jovem da JS diz: “A JS é um espaço mais reivindicativo que está mais à frente do PS”, posição que vai de encontro à opinião de um elemento da JSD.
Se há uma discrepância entre a “jotas” e os partidos mais velhos, qual o sentido da sua existência? Até que ponto as suas ideias chegam à luz da concretização sem sofrerem o corte do partido oficial? Faz sentido existirem como parte integrante de um partido socialista ou social-democrata se estão contra as correntes destes? Qual o objetivo das “jotas” se as ideias dos seus militantes esmorecem quando estes transitam para o partido “velho”? Valeu a pena defende-las?

 

Na reportagem percebemos que a JCP está em total sintonia e continuidade com o PCP, mesmo sendo um órgão com total autonomia – à uma obediência aos princípios do Partido Comunista. Serão estes e os do BE mais coerentes por seguirem a mesma linha?

Será que esta discrepância entre o pensamento “jota” e o partido “velho” é também um motivo para o descrédito da política, para a falta de renovação ou para o afastamento de muitos jovens que poderiam e pretendiam ter um papel mais ativo na sociedade?

Não sei até que ponto os novos e antigos pensaram sobre esta matéria, se é que lhes seja útil pensar sobre isso, se é que existe espaço para tal.

Voltando à ideia dos 100 mil jovens – são muitos jovens e muita massa cinzenta onde existe gente com ideias e capacidades de avançar para um futuro diferente e mais credível na política portuguesa. Estaria aqui uma forma de mudança, de aproximação e de combate ao desinteresse nacional nos políticos, traduzido numa abstenção tendencialmente elevada?

QUANDO A INDEPENDÊNCIA ESTÁ EM PERIGO.

Manuel Pereira de Sousa, 02.12.13

O 1 de Dezembro não foi feriado - já estava previsto -; porém, foi muito lembrado - se calhar mais lembrado do que quando era feriado. Em Portugal, por vezes, as coisas funcionam assim - depois de as perder é que se lembra a importância que têm. Até que o Governo tivesse a terrível ideia de diminuir ao número de feriados pouca importância se deu ao seu significado, quando na realidade estes tinham mesmo muito significado para o país, para a sua cultura e para a sua identidade.

Retirar o 1 de Dezembro, que comemora a Restauração da Independência, em 1640, altura em que deixamos de estar sob o governo dos reis Filipes de Espanha, é o mesmo que dizer que o país perdeu, nos tempos que correm, a independência - verdade seja dita que estamos debaixo do governo e vontade da Europa e do FMI e que a independência para decidir o futuro já era.

Somos um país com fronteiras, mas nem por isso longe de alguns perigos do passado e da História; os tempos de guerra com os nuestros hermanos já lá vão, mas nem por isso estamos livres de nos quererem retirar o que nos pertence e que foi sendo nosso - as ilhas Selvagens. É certo que naquelas ilhas não mora lá ninguém, mas a Espanha está muito interessada em as ter como suas porque sabe que pode assim ter a maior zona exclusiva de costa, para dela tirar proveito económico. Portugal é o país com maior zona económica marítima e não podemos deixar que outros nos tirem o que quer que seja ou então abrimos um precedente para nos tornarmos numa província de Espanha como alguns dos lados de lá da fronteira gostariam que fossemos. Apesar de ser crítico quanto à actuação do nosso Presidente da República, considero que a sua ida às selvagens para lá pernoitar foi mais que uma viagem turística  - foi um sinal claro de que é necessário defender o território de outros países que se querem aproveitar.
Talvez muitos portugueses ainda estejam pouco sensibilizados para esta questão.

 

Precisamos de ter mais sentido patriótico e defesa do que nos pertence e valorizar o que é produzido cá.

Pode ser um texto exagerado da realidade, mas, por vezes, temo que esse exagero existe na prática e nós lembramos a nacionalidade e o hino apenas nos estádios de futebol. Não gosto dos que dizem que Portugal não presta e não vale nada. Portugal é grande em muitos sentidos, necessitamos é de ser mais patriotas.

A CRISE ECONÓMICA É CULPA DOS LÍDERES CEGOS

Manuel Pereira de Sousa, 01.06.13

Vivem-se momentos de crise, crise económica – a mim parece-me que para além de económica é cultural. Os povos têm dificuldade em saber quem são e o que querem para o seu futuro de tão barrados que estão em seguir um caminho. Não sabem os governos como contornar uma crise – talvez porque não chegaram ainda à sua origem ou porque preferem não chegar.
Ensinam-nos a viver o imediato, a esquecer quem somos, as raízes que temos e o passado que vivemos – condenam-nos ao relativismo. O consumismo e a economia entram nas nossas vidas como a imposição do tempo que é imediato, e essa economia passou a ser relativista em vez de uma ciência exacta – por mais negros que sejam os resultados causados pela austeridade, mais austeridade nos impõem porque a forma como é vista é sempre relativa, para uns uma solução, para outros um problema.
As nações querem forçosamente resolver o problema para que exista um rumo positivo para o futuro, onde as incertezas deixem de existir – incertezas que sempre existirão enquanto os líderes continuarem cegos e apenas encontrem razão dos problemas no dinheiro.

A CRISE ECONÓMICA E A QUESTÃO DO CAPITALISMO

Manuel Pereira de Sousa, 21.04.13

O texto que se segue o escrevi há alguns anos - creio que em 2008 -; porém, temo que ainda seja actual.
 
Estamos mais conscientes de que a crise ainda por aí e que veio para ficar. Não temos qualquer noção de quando possa parar, nem temos qualquer expectativa de quando será a tão desejada retoma. A crise deixou de ser nacional, passou a ser internacional e continua a afectar cada um de nós que tem de enfrentar a dureza do dia-a-dia.

Esta não é uma crise momentânea capaz de se ultrapassar de qualquer forma, mas uma crie estrutural, que afecta a economia das grandes empresas bancárias e seguradoras, que são o sustento e a base das empresas e pessoas que delas dependem com os depósitos das suas economias e dos seus empréstimos. Não sabemos qual o futuro da economia global com a falência de bancos Americanos com a participação de bancos nacionais ou de quem os nacionais dependem para garantir liquidez e sustento. 

É certo que esta crise estava há muito programada, que mais cedo ou mais tarde iria mexer o mundo e provocar depressão do mundo financeiro e receio, medo, pânico no mundo particular e familiar. Os bancos investiram em produtos de investimento duvidosos na procura de lucro imediato que pudesse de alguma forma valorizar as instituições e valorizar o valor em bolsa. As instituições bancárias procuraram vender esses produtos e créditos aos seus clientes com todas as garantias possíveis e impossíveis para aumentar a sustentabilidade noutros mercados e noutras aquisições. A oferta aumentou e as facilidades aumentaram, as pessoas e as empresas iludiram-se arriscando o que tinham e não tinham. Neste ciclo vicioso de compra, venda, aquisições e sobrevalorizações, a Globalização ganhou força e os problemas de uma instituição bancária passaram a ser os problemas de todas, dadas as participações que têm uns com os outros.

Esta economia está cada vez mais confusa e débil com a crescente volatilidade dos mercados internacionais e as constates crises energéticas, políticas e sociais. Esse é o rumo de tudo na sociedade, não procuramos a simplificação, mas a complicação de tudo o que nos rodeia; isso faz com que o nosso cêntimo seja o cêntimo de todos e do meu cêntimo dependa muita gente ou mesmo a economia global. No mundo económico tanto temos muita importância como de repente a perdemos por completo. Não existem modelos económicos perfeitos e disso temos a prova por tudo o que a economia passou ao longo dos anos. Não foi a direita capitalista ou a esquerda nacionalista que conseguiram resolver crises económicas. Estiveram e estão de costas voltadas, mas há uma que depende da outra.

Toda esta situação deve-se ao crescente capitalismo que atingiu o seu auge e agora conhece a fase fatal de uma possível queda. Não temos ideia se vai cair, mas temos a noção que por mais forte que seja esse capitalismo torna-se muito frágil e o risco de colapso é real. As vítimas serão todos os que dependem dele quer que tenham apoiado ou apenas estão dependentes por necessidade. O capitalismo apresenta o seu lado mais negro que não olha a meios para atingir os seus fins, em que tudo é dinheiro e dinheiro é poder.
 

Nesta fase de decadência ou colapso, os senhores do capital recorrem ao poder estatal para assegurar o que está em risco de ruir. É o Estado o único salvador deste ciclo vicioso que se transforma numa bola de neve cada vez maior. No meio de todas estas jogadas está o particular penhorado pelos créditos e o contribuinte que vê o dinheiro dos seus impostos ser injectados para sustento do capital. O particular e o contribuinte são a mesma pessoa que paga em dobro o prejuízo provocado pelo neoliberalismo.

Chegados a este ponto, quem mais criticou as nacionalizações e o excessivo peso do Estado nas empresas, com o argumento de que prejudicava a mobilidade e a evolução da economia, assim como, a competitividade das empresas, agora recorre a esse Estado para segurar o património e a falta de liquidez.
 

O capitalismo mostra a sua fraqueza e incapacidade de lidar com situações de crise. Perante esta conclusão o que será possível fazer? Que volta há a dar? Renunciar por completo ao capitalismo e passamos às nacionalizações em massa?

As nacionalizações do seu tempo não foram assim tão boas, os prejuízos e a as capacidades de evolução e adequação à economia actual não foram as melhores. O nacionalismo desenfreado não será a melhor das soluções, mas uma forte regulação dos mercados por parte do Estado será o melhor para evitar o caos económico e o flagelo dos contribuintes. Devem haver entidades reguladoras independentes, inflexíveis ao grande capital e capazes de se fazerem impor no mercado.
 

A acção deverá ser rápida e urgente, já que não podemos evitar a crise actual e que no momento apenas podemos apoiar os mais prejudicados e desfavorecidos que têm a sua vida hipotecada e as suas poupanças em risco. O actual modelo económico não é perfeito, mas serve a presente situação económica como exemplo e alerta futuro para que tal não se torne a repetir.

A DISPUTA NOS EUA - O PRESIDENTE QUE EU NÃO DESEJO

Manuel Pereira de Sousa, 06.11.12

As eleições nos EUA já estão a decorrer a todo o vapor e, ao que parece, estão muitos renhidas – será uma disputa por poucos votos. Estas são as mais disputadas e mais mediáticas eleições de que há memória por aqueles lados.

O oceano que nos separa dos EUA separa-nos de uma forma muito diferente de prática democrática ou eleitoral - por lá, não existe dia de reflexão; a campanha continua sem qualquer paragem, nem mesmo no dia das eleições, onde os candidatos se desdobram nos últimos comícios para tentar convencer os que ainda estão indecisos – uma verdadeira luta contra o tempo.

Estou expectante com o que vai acontecer no lado de lá do Oceano porque, por muito longe que os EUA estejam, a minha vida vai ser influenciada pelo vencedor destas eleições - as crises que vieram do lado de lá afetaram a todos, não somos imunes.

Eu não desejo um Presidente que aposta na desregulação dos mercados, que desinveste nas energias alternativas e que vai explorar todos os recursos naturais dos EUA, que vai investir na compra de armamento e no reforço militar. Eu não desejo um Presidente que não gosta da Europa e que nos considera indesejáveis. Eu não desejo um Presidente sobre o qual existem sérias dúvidas sobre os direitos das pessoas. Eu não desejo Mitt Romney.

Público: http://www.publico.pt/Mundo/para-os-estados-unidos-o-melhor-ainda-esta-para-vir-diz-obama-1570384 

O POSSÍVEL DISCURSO DE SEGURO...

Manuel Pereira de Sousa, 13.09.12

Portugueses, é com enorme tristeza que tenho a dizer que o Governo vos quer limpar o sebo a todos, menos a nós políticos que ganhamos um pouco mais que o ano passado (cerca de 11%). Pelo menos o que mais nos preocupa seria alguma baixa nos nossos rendimentos.


Contestamos as medidas propostas por este executivo, mas não significa que, apesar de contra, chumbemos o Orçamento de Estado. Há reservas da nossa parte, o que nos leva a não ser tão radicais e contestatários quanto os nossos amiguinhos da esquerda. Interessa da nossa parte manter boas relações com o executivo. Não estamos por isso interessados que se crie uma crise governativa porque não temos hipóteses de ganhar e porque o meu partido ainda não se encontra preparado e limpo da imagem marcada por Sócrates.

Eu sei que existem elementos históricos do partido, mais radicais, que já afirmaram publicamente o apoio às manifestações agendadas para os próximos dias. Reajo com cautela, mesmo que digam que «Soares é fixe».

Lamento que o governo tenha tomado um caminho tão agreste para os portugueses. Lamento que tenha como argumentos que o PS é o culpado desta crise, quando nós quisemos mostrar ao país que estava tudo bem e que existia dinheiro para gastar. Nunca o PS iria impor aos portugueses medidas tão duras como aquelas que têm sido aplicadas. Nós não vamos por aí.

Portugueses, quero daqui manifestar a minha preocupação, a ponto de me reunir com o Sr. Presidente da Republica; não é que dele tenha ouvido conselhos, apenas ouvi um grande silêncio que acredito ser o apoio incondicional às nossas ideias. Soubemos também que este tem sofrido arduamente com os cortes nas reformas a que será sujeito e que terá sérias dificuldades de sobrevivência assim que abandonar a Presidência da Republica.

Deixo-vos esta palavra de conforto e de apoio e estarei disponível para continua a mostrar a minha indignação por aquilo que vos está a ser feito.

Público: http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/seguro-faz-uma-comunicacao-ao-pais-a-tarde-1562863

(qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência)

O DISCURSO SOMBRA (VERDADEIRO) DE PASSOS COELHO AO PAÍS

Manuel Pereira de Sousa, 13.09.12

Portugueses, é com profunda indiferença que me dirijo a vós, neste momento, para anunciar o que tanto desejei anunciar durante os tempos em que lidero este governo.
Eu sei que a grande maioria dos portugueses vive numa situação económica delicada, provocada por uma crise que não há forma de passar e que nos deixa constantemente sob a avaliação da Troika e sob ameaça das entidades externas. Perante este cenário, não quero continuar a ser objeto de constantes avaliações internacionais, mesmo que considerem que estamos a ser o “bom aluno”.
É certo que me candidatarei às próximas eleições legislativas; porém, tenho que ser cauteloso quanto ao meu futuro porque no pior e mais provável dos cenários terei de arranjar emprego após o meu mandato, pois não tenho dinheiro suficiente para me retirar do país e estudar no estrangeiro.

Não querendo desviar do discurso, e apresentadas as minhas preocupações pessoais, tenho a anunciar publicamente uma alteração à Taxa Social Única de todos os trabalhadores (público e privado) de 11% para 18% e a descida para as empresas de 23% para 18%. Considera o Governo que esta medida foi tomada em nome da equidade fiscal entre empresas e trabalhadores.
Sobre os trabalhadores, esta permite que descontem mais do seu salário para a Segurança Social, mas recebam menos em situação de desemprego. Também serve de castigo e penalização por todos os protestos e gozos que têm sido cometidos contra o Governo. Assim, terão perfeita noção que não vale a pena protestar porque o Governo tem sempre o poder e a autoridade de fazer o que bem entende. Espero com isto “amaciar” o povo revoltado.
O benefício dado às empresas é apenas destinado às que fazem parte de grandes grupos económicos, do PSI 20, para um aumento de distribuição de dividendos aos seus acionistas. Tenho perfeita consciência que não vai permitir a criação de mais emprego; também tenho a noção que as pequenas e médias empresas pouco beneficiarão desta medida; mas entendam que esta é a esmola do Estado, já que não conseguem financiamento junto da banca.
Além disso, na eventualidade de sair do Governo, por demissão ou derrota nas eleições, tenho de assegurar lugar em alguma empresa que tenha beneficiado com o aumento substancial dos seus lucros finais.

Estas são as razões porque decidi comunicar aos portugueses desta forma; assim não existirão dúvidas nem a resposta a qualquer tipo de questões.
Tenho a informar que governo numa maioria que me dá o direito de fazer o que bem entendo, mesmo que não tenha feito qualquer comunicação prévia ao parceiro de coligação, que espero que mantenha o seu silêncio sobre este anúncio ou expresse o seu apoio incondicional.
Por muito que os senhores jornalistas questionem os membros do Governo, devo informar que todos responderão da mesma forma, já que tive o cuidado de distribuir um documento com questões e respostas para que a linha de orientação seja a mesma.

Uma última palavra porque o arroz está quase pronto e não quero comer arroz queimado ou numa papa, lamento todas as medidas tomadas e lamento todo o meu desprezo pelos portugueses. Este foi o discurso mais duro e bizarro porque acabei de lixar todos os portugueses de uma forma brutal. Mas, têm de compreender, que para que o Governo e a classe política vivam com dignidade e sem cortes nos seus recursos é necessário que alguém tenha de padecer, independentemente de ser público ou privado.
Votos de uma vida dura e amarga. Tenho de ir porque a minha esposa já está farta de dar toques, tem o arroz à espera.
Até sempre.

 

(Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.)

Público: http://www.publico.pt/Economia/gaspar-havera-mais-medidas-temporarias-para-diminuir-o-defice-e-oe-rectificativo-1562752 

             http://www.publico.pt/Economia/gaspar-fala-em-riscos-catastroficos_1562747

E SE O PRESIDENTE SE CALASSE?

Manuel Pereira de Sousa, 23.01.12

O Presidente da Republica não é o político interventivo que ousou ou que propagandeou ser durante as campanhas que o levaram à vitória. É um político pouco interventivo e das poucas intervenções que efectua é infeliz. Muitos portugueses gostariam que ficasse calado - sempre seria a melhor alternativa, para que da sua boca não sai asneira, que cria ainda mais revolta no povo português.

Na sua recente deslocação a Guimarães para as cerimónias do arranque de Guimarães Capital Europeia da Cultura, ouvi a quantidade de assobios e apupos que os milhares de portugueses lançaram à sua passagem, fruto da crescente insatisfação pelos comentários prestados durante a semana passada.


 


Se o Presidente se queixa das boas reformas que recebe - que quase não lhe chegam para pagar as despesas correntes - como se sentirão os milhares de portugueses que vivem com um mero salário mínimo ou aqueles que têm os seus salários em atraso e mesmo aqueles que viram os seus direitos diminuídos por causa dos recentes cortes do Ministério das Finanças?


 


Em vez de um Presidente interventivo, temos um Cavaco Silva conivente com o que de mau se passa no nosso país, onde o simples português vive cada vez mais esmagado com as suas despesas e cada vez incapacitado para enfrentar o futuro.

Já era tempo das coisas mudarem definitivamente, a começar numa classe política imoral.


 


Manuel de Sousa


manuelsous@sapo.pt

A EUROPA NO ABISMO: SERÁ QUE SE SALVA?

Manuel Pereira de Sousa, 12.12.11

A Europa está à beira de um abismo, mas não sabe se se atira ou se fica na ponta de um pequeno pedaço de terra que ainda lhe resta. A última cimeira foi mais uma igual a tantas outras cimeiras em que se tomam meras decisões (pequenos panos quentes) para acalmar os mercados – que já não acreditam nestas decisões e manifestam-no com quebras no rating e subidas nos juros sobre as dívidas soberanas.
Merkel quer desesperadamente tomar conta da União Europeia (UE) à sua maneira e com as suas regras – pretende a implementação do limite do défice nas Constituições ou tratados nacionais.
É compreensível que as contas públicas têm de ser regularizadas e que os países devem ter controlo sobre os gastos excessivos. Mas, ao tornar como constitucional os problemas económicos do país está a seguir-se por um caminho que é um erro. Estão os Estados a permitir que a sua soberania seja regulamentada por normas internacionais e não por opção própria. Não pode a senhora Merkel exigir que os países tenham défices como o da Alemanha e terem penalizações automáticas porque as economias nacionais, que compõem a UE, são muito diferentes. Além disso, não tendo memória curta, quando na década passada se impuseram limites ao défice nos 3% - com duras penalizações para quem o ultrapassasse -, a Alemanha foi perdoada por ter ultrapassado esse mesmo limite. Perante isto, que dirão os restantes europeus? Não deveriam ser tratados de forma igualitária?
Isto vem provar que as medidas tomadas na passada semana são meras medidas de cosmética que não têm a capacidade de resolver o grave problema Europeu.
Pretende-se criar uma Europa a 3 ou 4 velocidades e quebrar a pouca união que existe. Uma Europa com falta de união porque tem falta de carisma político, ideológico e porque não tem, na liderança, alguém que procure a unidade.
Vejo a Europa prestes a cair num precipício com uma grande assistência apática com os acontecimentos.

Manuel de Sousa
manuelsous@sapo.pt

ADEUS 1 DE DEZEMBRO

Manuel Pereira de Sousa, 02.12.11

Por: Manuel de Sousa


 


Assim acabou… Foi ontem o último dia em que se comemorou a Restauração da Independência de 1640. O 1 de Dezembro deixará de ser feriado nacional – segundo a vontade do governo - a bem da nossa economia para recuperarmos da crise. Dizem que não faz sentido parar a meio da semana para um feriado sem importância, num país em que existem feriados a mais - entre religiosos e civis. Será que existem assim tantos feriados? Será que somos um país que arranjamos motivos para não trabalhar? Será que o 1 de Dezembro não faz qualquer sentido no calendário de feriados?

Os feriados não são assim tantos para o número de dias do ano em que trabalhamos. Não é pela abolição de dois que o país vai ter mais produção e que a economia vai dar um salto desejado. Se bem que os feriados, sobretudo os que calham numa Sexta ou numa Segunda permitem a dinamização da economia porque muitos aproveitam para sair das suas rotinas para outras paragens. O comércio, turismo teriam a ganhar com estes feriados, pois é destes que muitos empregos ainda subsistem em Portugal como bolhas de ar para mais uns trocos na facturação.

Os portugueses ainda são povo que trabalha, desde que organizados e incentivados – compare-se com a qualidade de produção e serviços que existe em Portugal; compare-se com a boa imagem que existe dos emigrantes portugueses. Certamente que o aumento da produtividade se resolve com outros métodos e não com o corte de dois dias a meio da semana num ano de trabalho.


Quanto à importância do 1 de Dezembro, para muitos deve ser relativa, pois nem todos os portugueses sabem o que representa este dia, apenas sabem que é um dia de pausa. O dia da restauração da independência por graça é retirado por não ter importância – afinal a nossa soberania já não existe porque agora pertencemos à Troika e dependemos das decisões dos senhores da Europa. Ficaremos à espera do dia em que novamente recuperaremos a nossa soberania e aí estaremos em condições de criar um novo feriado nacional, que certamente deverá fazer mais sentido para os portugueses - 1640 já lá vai há muito tempo.

Curioso também lembrar que em 1640, altura em que se dá a restauração, Portugal era uma província de Espanha (sob os desígnios da Dinastia Filipina) e vivia numa crise económica que nem os negócios dos descobrimentos estavam ajudar, ou melhor que estavam arruinados com os impostos que éramos obrigados a pagar para manter o império Espanhol. Hoje estamos numa situação semelhante – a História é feita de ciclos – e necessitamos de uma nova restauração para recuperar a soberania que os nossos políticos entregaram em troca de uns fundos.

Enfim… Por muitos votos de protesto que surjam a vontade será inevitável. Adeus 1 de Dezembro.


manuelsous@sapo.pt