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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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BRINCAR AOS POBREZINHOS

Manuel Pereira de Sousa, 04.08.13

“É como brincar aos pobrezinhos” - A frase que chocou muitas pessoas ao lerem a reportagem da Revista do Expresso, no passado fim-de-semana.
A mesma tem provocado reacções bastante acesas nas redes sociais – a inquisição dos tempos modernos.

Como eu pertenço ao clube dos pobrezinhos, gostaria de poder “brincar aos riquinhos”, mas não tenho meios para tal, nem que fosse apenas durante umas férias num paraíso de sonho. Já nada me choca neste tipo de declarações, atiradas sem qualquer cuidado e sem que se pensem nas eventuais consequências – ninguém consegue pensar em todas as consequências que todas as palavras ditas podem causar. Já me espantei com as palavras de Isabel Jonet, acerca dos hábitos dos portugueses ou das palavras da miúda que queria muito em 2013 ter uma mala da Channel, ou as afirmações do Sr. Ulrich acerca da austeridade. Estas afirmações já não me espantam e já consigo estar mais imune, pois quero acreditar (crente que sou) que são meras frases e que não passam disso mesmo, sem que existam consequências para os “pobrezinhos”.

Quem me dera, quem nos dera poder brincar aos pobrezinhos – era sinal de que estaríamos muito bem e que os portugueses não estariam a passar por necessidades básicas.

Os entrevistados, sobretudo aqueles que vivem bem socialmente e economicamente, têm de pensar muito bem no que dizem publicamente, em tempos tão agrestes e que é dirigido ao público em geral (digo “pobrezinhos”) porque a sua liberdade está condicionada pela inquisição das redes sociais, bem mais grave que os métodos de repressão dos tempos antigos, tal a exposição e rapidez de expansão que estas atingem – sabemos bem os julgamentos em praça pública (entenda-se redes sociais) que são feitos de forma gratuita e sem qualquer avaliação.

Vivemos num país que se considera livre, onde cada um pode dizer o que pensa, mas a liberdade de uns pode chocar o outro. Como tal, a liberdade é uma espada e as nossas palavras passam sempre sobre o fio da lâmina.