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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

A MINHA PÁSCOA, A NOSSA PÁSCOA

Manuel Pereira de Sousa, 12.04.20

Pela primeira vez na vida a minha Páscoa será bem diferente. O isolamento que me compete respeitar dita o afastamento da família. Creio que muitos estejam a passar pelo mesmo sentimento. São as consequências da pandemia, que nos impede do que é mais importante para grande maioria de nós: a família.
O recurso aos meios tecnológicos permitem diminuir esse afastamento a que somos obrigados; permitem ouvir a voz, por vezes, ver, mas ainda assim a insuficiência de sentir a presença, o afeto.
A Páscoa por tradição é uma festa de união com a família, de união dos amigos, independentemente da importância religiosa que possamos atribuir, é uma época de encontro. Este ano terá de ser algo mais pacato e contido, terá de ser essencialmente interior.
São dias que passam rápido, em que numa situação normal voltaríamos à rotina, mas nos tempos que correm a Páscoa passa e as nossas vidas mantêm-se na incerteza; não sabemos o que nos espera as próximas semanas, o que decidirá o Governo, como se organizará o nosso mundo. A vida depois da Páscoa será diferente, será uma ressurreição para algo novo ainda sem certeza de ser bom porque a perspetiva é de algo bastante negro, improvável e indefinido no tempo.
Aquilo que posso concluir é que nada será como antes, nem pode ser.

QUANDO O MAL DO TERRORISMO ESTÁ EM OLHARMOS PARA O PRÓPRIO UMBIGO.

Manuel Pereira de Sousa, 24.03.16

O meu umbigo é mais importante que o dos outros. Por isso, é mais importante o que acontece no meu umbigo, que no umbigo do meu vizinho. Somos assim. Coisas da raça humana. Estamos doridos do que aconteceu em Bruxelas - o coração da Europa -; é razão para estar. Ainda nos estavamos a recompor dos acontecimentos de Paris e fomos abalados. Ficamos com medo porque a Europa deixou de ser segura. Os terroristas viraram-se para nós - somos as vítimas. O jornal Expresso lançou um trabalho de pesquisa sobre o terrorismo que aconteceu por todo o mundo, desde o Verão de 2014 até aos acontecimentos dos últimos dias e concluiu que, no período de dois anos, morreram em média 10 pessoas por dia. Sim, 10. Cada vida é uma vida, mas se morreram 7000 civis em 190 ataques por todo o mundo devemos parar para pensar. A maior parte desconhece estes dados - eu desconhecia. Então há algo de estranho. Qual a diferença para a dor em toda a Europa, e mesmo no mundo, ser maior por Paris e Bruxelas do que por qualquer outra cidade do mundo em que morreram pessoas, muitos mais até? Istambul, Ancara, Costa do Marfim foram outros locais alvos de atentados neste mês de Março. Mereceram igual preocupação, igual manifestação de pesar, igual tratamento nas redes sociais e nos media? Pois... Não tivemos grandes notícias. Muitos dos atentados apenas representam pequenas peças e pequenos apontamentos nas notícias. Os Europeus - no qual me incluo - somos solidários mas para com os nossos. Os outros? São um mal menor. A Europa ainda é um local seguro. Acreditem, mesmo que ainda estejamos com dor pelos que morreram estes dias. É cruel dizer isto? Sim. Se somos tão bons a tomar as dores de revolta pelos nossos camaradas europeus, seria bom tomar as dores de todos os que são vítimas em qualquer parte do mundo. Só quando tivermos a noção de que se trata de um mal global seremos capazes de ter armas e fazer frente a esta gente. Ou será a Europa conivente com alguns dos atentados fora de portas?

Afinal, o meu umbigo não é mais importante que o do vizinho.

 

QUANTOS TERÃO DE MORRER PARA QUE A GUERRA TERMINE?

Manuel Pereira de Sousa, 05.08.14

“Nova violação flagrante dos Direitos Humanos Internacionais” é a qualificação de que o Secretário-Geral das Nações Unidas classifica o bombardeamento da escola da ONU, em Rafah, na Faixa de Gaza. O bombardeamento foi por parte dos Israelitas que continuam numa guerra absurda contra palestinianos. Uma guerra absurda porque já perderam todos os argumentos possíveis que justificam as suas ofensivas. Ofensivas que nunca se justificaram – pelo menos enquanto provocaram a morte de milhares de civis alheios às motivações de Israel.

Por muito que exista o interesse em destruir os ditos túneis. Por muito que queiram matar os terroristas do Hamas. Por muito que queiram fazer justiça aos bombardeamentos com origem na Faixa de Gaza. São meras pretensões que nada justificam o que está a acontecer na Faixa de Gaza, aos olhos do mundo inteiro. Por muito que Israel justifique, as consequências são desastrosas.

Estranho que em alguns lugares do mundo se chorem lágrimas de corcodilo – os EUA estão estupfactos com os acontecimentos. São lágrimas de corcodilo as suas porque incentivam a guerra com o fornecimento de armamento. São também estes responsáveis pelo derramamento de sangue inocente.
Estranho que a comunidade internacional permaneça de cabeça metida na areia e alheia aos acontecimentos, sem coragem de tomar uma atitude que salve as vitimas inocentes. Apenas a voz dos povos de várias partes do mundo que se desdobram em manifestações de apoio ao povo palestiniano.

Quantas pessoas mais terão de morrer para que a guerra pare?

E DEPOIS DE MANDELA...

Manuel Pereira de Sousa, 12.12.13

Já tanto se tem dito sobre a personalidade de Nelson Mandela – Madiba – e a marca positiva que ele deixou na História do seu país e mesmo do mundo. A avalanche de mensagens, opiniões e citações foi tal que: qualquer palavra que diga será muito insuficiente para descrever ou homenagiar Madiba.

Por isso, prefiro pensar que depois de tudo o que de bom Mandela deixou neste mundo, como será a História despois da sua morte e de que forma continuará a ser lembrado. Como será a África do Sul depois da partida do seu eterno líder? É muito positivo que se pense na sua memória, se preste tributo à sua personalidade, mas, mais importante é ter consciência que os lideres do mundo têm de continuar a fazer cumprir aquilo que Mandela conquistou para o seu povo e que foi marca para o mundo. Preocupo-me mais com o depois da morte e Nelson Mandela.

ATÉ QUANDO SERÃO MILHARES EM VEZ DE MILHÕES NAS RUAS DE ESPANHA? O QUE PODE PORTUGAL ENSINAR A ESPANHA?

Manuel Pereira de Sousa, 27.09.12

Momentos complicados se vivem no nosso país com o crescente número de pessoas descontentes com a política económica e social – estamos num período cada vez mais insustentável. A situação caótica não é apenas em Portugal, já o é, há muito tempo, na Grécia e agora com mais intensidade em Espanha – os recentes acontecimentos em Madrid não me deixam indiferente. Falta saber qual será o próximo país a entrar em colapso e a ver manifestações nas ruas, de um povo em estado de revolta e aflito com o rumo da vida.

Em Espanha as manifestações não são tão pacíficas quanto as que se realizaram em Portugal. As nossas manifestações foram em muitas cidades e, em qualquer uma delas, em número muito maior que as que se realizaram nos últimos dias em Madrid. Dizem que somos “hermanos”, mas de temperamentos muito diferentes. Felicito os portugueses que demonstraram descontentamento com uma maturidade política impressionante e capaz de “meter medo” porque não existiu nada que se pudesse apontar contra as manifestações, aponto de direitas e esquerdas se terem unido contra uma política macabra do Governo de Passos e Gaspar – fez-me lembrar José Saramago, na obra Ensaio Sobre a Lucidez. O Governo recuou (ainda que tente por outros estratagemas retirar do nosso bolso o que conquistamos com trabalho e esforço).
Em Espanha, a violência que a polícia desencadeou sobre os manifestantes, e o aumento progressivo desta, permitiu que esses manifestantes estejam a ser desacreditados perante o poder político e perante os restantes 47 milhões de habitantes. Isto não pode acontecer. A rua não pode ser condenada por uma luta de defesa dos cidadãos que estão a ser encurralados pelos políticos por meio de polícias. São inaceitáveis as declarações de Rajoy, descritas no EL PAÍSPermítanme que haga aquí en Nueva York un reconocimiento a la mayoría de españoles que no se manifiestan, que no salen en las portadas de la prensa y que no abren los telediarios. No se les ven, pero están ahí, son la mayoría de los 47 millones de personas que viven en España. Esa inmensa mayoría está trabajando, el que puede, dando lo mejor de sí para lograr ese objetivo nacional que nos compete a todos, que es salir de esta crisis” – basicamente está a reconhecer os milhões de espanhóis que decidiram ficar em casa e não se manifestaram e que são essas que contribuem para a Espanha saia da crise. De facto são, da mesma forma que acredito que muitos milhares que estavam nas manifestações também estão a pagar a crise. Não acredito que um povo tão explosivo como os “nuestros hermanos” se resuma a milhares nas ruas, acredito que em pouco tempo serão em milhões, que se encontram no limite da austeridade.

A crise não é apenas em Portugal, Espanha, Grécia ou Irlanda, haverá muito mais défice escondido nas grandes economias como Itália, França e Alemanha. Esta é uma crise Europeia. Eu acredito que a Europa falhou porque se está a desviar dos seus objetivos iniciais de criação. Vejam os milhões que chegaram aos países como um maná e não resolveu os problemas profundos – mais que o dinheiro são os valores que estragam a Europa.

Reportagem Público: http://www.publico.pt/Mundo/governo-elogia-forma-proporcional-como-a-policia-actuou-em-madrid-1564607

COGITARE I: NUNCA PERCAM A ESPERANÇA

Manuel Pereira de Sousa, 19.06.12

Já são horas de dormir...
É um facto - são quase 3 da manhã.
Mas, ainda quero deixar aqui umas palavras antes de deitar.
Porquê?
Uma necessidade de partilhar algo com todos.

Como assim? A esta hora já todos estão a dormir até o meu gato.
Uma verdade, talvez já ninguém esteja por cá com paciência para o que quer que seja.

Uma noite tranquila é o que desejo a todos, para que amanhã seja mais um dia de labuta neste mundo que vive tão apressado. Há sempre a esperança de que amanhã será tudo melhor ou pelo menos procuraremos fazer para que seja melhor.
Em tempos difíceis é necessário ter-se coragem e força na procura do que se deseja, sem que a esperança se perca pelo caminho. Nunca percam a esperança. Lembrem-se sempre do vosso potencial único, que se encerra em vós, e partilhem-no com todos aqueles que vos rodeiam.

Por muito que a vida seja difícil (madrasta) há que ter força para seguir em frente e se possível com um sorriso, mesmo que seja preciso um esforço para o esboçar - o resultado em ti e no outro será muito positivo.

Bem, já partilhei alguma coisa convosco. Se é útil! Talvez possa ser. Mal não fará certamente. Podem achar que de coisinhas e palavras bonitas está o mundo cheio, mas o que é certo é que o mundo continua a precisar de mudar, deixar de ser tão cinzento.

Boas noites ou bons dias! Desculpem fazer perder o vosso tempo.