Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

MARCELO FOI AO MULTIBANCO FAZER O QUÊ?

Manuel Pereira de Sousa, 06.11.21

Porque Marcelo foi ao multibanco?

Sabemos bem que o nosso Presidente tem hábitos iguais aos comuns no qual eu e muitos se encaixam; ir ao multibanco ou ir ao supermercado seria apenas mais um entre outros que já praticou sem que o impacto mediático fosse tão elevado, a ponto de um jornalista, no meio do frenesim, se espalhar tal a correria que a comunicação social fez atrás de um ato simbólico do Presidente.

O que teve esta ida ao multibanco de diferente?

Claro está que ocorreu numa altura em que o país mergulha numa triste crise política e cujo futuro político nos iremos entreter de debater nos próximos tempos — afinal preocupamo-nos mais em debater estas questões do que propriamente resolvê-las com celeridade e pensando em soluções.

A saída de Marcelo Rebelo de Sousa do Palácio de Belém, naquela hora, não foi um ato inocente e despreocupado como queira parecer, nenhum Presidente no seu prefeito juízo iria pagar uma conta ao multibanco quando o país está a entrar num pântano político, mesmo que essa conta estivesse no último dia de prazo de pagamento — na extrema necessidade do pagamento teria pedido a um Assessor de confiança para o fazer ou utilizaria os meios eletrónicos que não devem faltar lá pelo Palácio.

Marcelo Rebelo de Sousa sabia que os jornalistas estavam lá em baixo, na rua, na expectativa de que algo acontecesse; tinha que ir lá atrair as atenções para si e desviar o circo político de outras conversas e discussões (assim acaba com o mito e especulação de saber o que está a fazer o Presidente nesta altura), ele sabe que pode controlar e desviar as atenções se isso for necessário, mesmo que não diga nada de relevante para os microfones (quer e deseja ser o ator político que irá decidir o futuro); teria de ter um motivo para descer à rua e, não havendo nada por ali perto aberto naquela hora, lembrou-se do multibanco.

Marcelo Rebelo de Sousa sabia que o espetáculo se ia montar em torno de si, sabia como tinha de agir e foi. Mais que atrair as atenções para si, procurou mostrar que tem fibra, que apesar de uma crise política e económica continua a fazer as suas rotinas tranquilamente e com isso passar uma imagem de tranquilidade porque ele, o Presidente, tem tudo sob controlo e a sua decisão está mais que tomada e já a tinha partilhado enquanto comentador.

(Se está mais que tomada parem lá com os cenários porque quem sabe o que vai acontecer sou eu, a decisão está nas minhas mãos e oriento-me bem com ela — pensou.)

Nada do que Marcelo Rebelo de Sousa faz é ao acaso e por não o ser é que se cria toda aquela confusão na calçada e essa é a imagem que fica para além de qualquer comentário político que siga dentro de momentos.

Não ofusquem o Presidente.

E AGORA?

Manuel Pereira de Sousa, 20.07.13

Durante alguns dias permaneci no silêncio político, simplesmente para tentar perceber e digerir a decisão do Sr. Presidente da Republica – decisão que terá deixado muita gente estupefacta e uns quantos revoltados.
As sucessivas reuniões entre a troika da política à portuguesa terminou com um final pouco desejado para o Sr. Presidente – não há acordo.

E agora?
Vamos para eleições antecipadas?
Continuamos a ter o Governo actual com uma remodelação?
Será possível que o Presidente mude de ideias e opte por um Governo de iniciativa Presidencial?

Por momentos pensei que um governo de “salvação nacional” era pouco convincente - poucas alterações poderia trazer. Seria sempre um governo a prazo, ainda que a um prazo alargado até 2014 e onde os consensos seriam difíceis - cada partido teria de defender a sua posição, através do ataque e ajuste de contas, para que o eleitorado não se confunda.

E agora? Continua a ser a grande questão.

A POLÍTICA DE MÃOS DADAS COM O CALOR - EM BREVE VÃO OS DOIS EMBORA!

Manuel Pereira de Sousa, 09.07.13

O calor dos últimos dias está a passar com a mesma velocidade com que a actividade política vai arrefecendo; voltaremos em breve a um dos Verões mais frios dos últimos anos – isto quando o Senhor Presidente anunciar a continuidade do Governo e depois forem todos de férias.

Nem sei o que pensar neste momento acerca do estado da política nacional e quando se pensava que os ministros começariam a demitir-se em duodécimos, assistimos a um estanque nas diminuições no momento em que Portas e Passos conversaram e conversaram, para ser delineada uma nova estratégia para uma solução de governo mais estável. Portas mudou para sempre o significado do verbo irrevogável na política com a queda do “i” e passou a ser uma decisão revogável, mas com mais poder de decisão nas grandes linhas estratégicas do Governo.

O Sr. Paulo Portas a vice-primeiro-ministro; Pires de Lima na pasta da Economia; Jorge Moreira da Silva será o novo Ministro do Ambiente; Nuno Brito para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Assim se compõe o novo Governo a que o Sr. Presidente dará todo o apoio porque não me parece que, nestas condições, esteja interessado em eleições antecipadas.

Tudo deu uma grande volta, é certo, mas os portugueses ainda estão indecisos da decisão que mais desejam, pois têm medo de uma mudança, quando a mesma será necessária porque necessitados de outras políticas tão opostas quanto a necessidade de alterarmos radicalmente o estado em que estamos.

A Europa deve estar tão ou mais confusa que os portugueses, mas terá a sua culpa porque parte do estado actual é causado pelas suas políticas, que admitem ser exageradas e erradas. Mais importante que a Europa, somos nós que deveremos estar mais esclarecidos, para decidir bem e sem medo, mesmo que a decisão possa nem chegar ao povo.

Tenho dificuldades em compreender o povo português porque temos manifestações que condenam o Primeiro-Ministro e são entoadas “Grândolas” e na hora da missa sejam aplaudidos por muitas pessoas.

A política está em suspenso até ao próximo capítulo. Aguardemos.

UM GOVERNO ENTALADO - ELEIÇÕES ANTECIPADAS?

Manuel Pereira de Sousa, 08.07.13

A política portuguesa está tão quente quanto o Verão que vivemos – se não fosse esta crise governativa nem teríamos Verão – e, ao que parece, o calor vai continuar enquanto Presidente da Republica não se pronunciar ou enquanto o Governo mantiver em funções.
Em nome da estabilidade política, honrar os compromissos internacionais e manter a credibilidade externa do país, Pedro Passos Coelho decidiu que este Governo deve manter funções e, por essa razão, foram muito importantes as reuniões com Paulo Portas – o Ministro demissionário.

Confesso que tenho dificuldade (muitos também a terão) em perceber que estratégia tem o Primeiro- ministro e onde consegue ver essa credibilidade internacional e mesmo nacional, da mesma forma que não percebo a dita estabilidade política quando o que vivemos é uma verdadeira crise política.

Paulo Portas, independentemente de se gostar das suas ideias ou opções, foi um Ministro muito importante na governação; assumiu o papel da economia que o Ministro da pasta não assumiu e soube vender a imagem do país no estrangeiro (o caso mais recente dos negócios acordados com o México) – foi uma diplomacia económica. Porém, discordava da falta de política económica no Ministério das Finanças – mais preocupado com as medidas de austeridade.
Vítor Gaspar tinha a ideia da austeridade, de aumentar a receita por via de impostos a todo o custo, tinha a obsessão do défice e poucas ideias ou nenhumas para melhoramento e lançamento da economia.
Pedro Passos Coelho estava ao meio, aceitar o trabalho de Paulo e agradado com o trabalho de Vítor porque era este que mantinha a credibilidade externa – a troika gosta de austeridade, logo gostava de Gaspar. Chegados ao ponto, em que duas das mais importantes peças do actual governo se demitem e sem outras substituições de peso, mais uma crise à mistura como pode o governo apelar em nome de estabilidade –os mercados não acreditaram e isso notou-se na queda da Bolsa e no aumento dos Juros, para não falar dos níveis que descemos nas queridas empresas de rating. Temos um governo entalado, que continua a querer ser entalado pelos partidos no poder para tentar chegar ao fim sem desmoronar – ao governo faz-se o mesmo às casas em devoluto.

Nesta situação de crise política, vamos para eleições antecipadas? Aceitam? Querem?

Os partidos da oposição estão desejosos por essas eleições (é preciso ter coragem para governar o país); muita gente receia porque Portugal fica ingovernável até lá e porque se gasta muito dinheiro – uma má opção.
Tudo isto são falsas questões – teremos mais prejuízos se não existir um rumo seguro. A queda das cotações na bolsa atingiram num dia os milhares de milhões de Euros de perda para as empresas – mais que o dinheiro gasto em campanhas -; o valor dos juros já aumentou, muito mais se o governo tivesse demitido e o cenário de eleições fosse garantido; a credibilidade interna e externa não existe porque ninguém (mesmo que está fora) percebe o que se passa na política. Além do mais, vivemos numa democracia e terá chegado à altura do povo também expressar em voto o que pretende para o seu futuro (se quiser manter vota em quem está).

Existe o medo dos portugueses em eleições porque não existem alternativas – uma verdade; porém, jamais se poderá pensar desta forma ou então a democracia perde o seu sentido. Existem pessoas em Portugal capazes, tudo depende da capacidade das forças políticas chamarem essas pessoas para que se criem essas alternativas, em vez da preocupação com os lugares de destaque e a distribuição dos tachos. Teremos que pensar sempre numa solução de coligação com definição clara de objectivos e de estratégia para país.

Perante estas ideias, será a melhor solução eleições antecipadas? – Assim evita-se um impasse muito grave que nos leva para a falência do país.