BRAGA: EXPROPRIAR PARA QUÊ?
Braga passa despercebida aos olhos do nosso país, apesar de ser uma das maiores cidades do nosso país. Porém, existem alturas em que o seu nome é público por razões menos boas e que envolvem a política e os negócios de alegado favorecimento – expropriação de terrenos contíguos à Casa das Convertidas.
Segundo denúncias da oposição, a Câmara teria intenção de expropriar terrenos para a construção de uma Pousada da Juventude, sendo que esses pertencem a familiares directos do Presidente da Câmara, Mesquita Machado. Os terrenos terão sido vendidos quatro dias antes a uma imobiliária, para depois ser iniciada a aquisição por parte da autarquia. Apesar dessa venda, o valor a ser pago pela autarquia seria para pagamento da hipoteca existente em nome dos familiares do Presidente da Câmara.
Além disso, ainda não existe projecto para a pousada ou qualquer certeza para o financiamento do projecto, apenas uma pressa na expropriação dos ditos terrenos.
O assunto tem andado na boca das gentes da cidade, que têm condenado estas actuações e que apenas foram travadas graças à denúncia vinda dos partidos da oposição, que mostraram-se, ainda bem, atentos ao desenrolar do processo e permitiram que o mesmo fosse travado a tempo.
Por muito cristalino que seja o processo, para o cidadão comum tem tudo menos de cristalino – trata-se de um alegado favorecimento familiar. Falta saber se isto continuará impune perante a lei ou mesmo nas eleições – se bem que Mesquita Machado está de saída da presidência do Município.
Mesmo que exista transparência, que duvido seriamente, para quê expropriar terrenos para um projecto que não existe e que nem garantia de financiamento existe?
Assim se organiza o poder autárquico e assim se criam buracos públicos que os portugueses mais tarde têm de pagar. Qual o peso dos buracos “camarários” no défice público?