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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

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A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

CAÇA ÀS BRUXAS NOS PARTIDOS

Manuel Pereira de Sousa, 03.10.13

Passadas que estão as eleições autárquicas, estamos em maré de reflexão sobre os resultados e as leituras dos resultados – leituras nacionais e partidárias.

As leituras nacionais podem ser efectuadas, mas existe sempre a dúvida se é coerente fazer análises de escolhas locais e comparar com o estado do país e o desgaste/desagrado do governo. Na realidade, a votação deveria ser sempre em relação à pessoa e não em relação ao partido porque são as pessoas que irão governar as autarquias e freguesias. Porém, a escolha de independentes para os lugares de destaque revela o desgaste dos partidos políticos e isso é a realidade nacional da política (aí a análise nacional faz sentido).

Quanto às leituras partidárias, estas tratam-se de ajustes de contas e acções vingativas contra militantes que não concordam com a orientação dos partidos e dos aparelhos – um mau perder, uma forma pouco humilde de reconhecer fraquezas e falta de orientação para a política de utilidade pública e mais orientação para o aparelho. Obviamente que cada partido tem a liberdade de fazer o que bem entender aos seus militantes . Os militantes sabem que serão sempre mais importantes aos olhos do eleitorado que o partido e, por isso, nada têm a temer sempre que concorrerem sozinhos – a nomeação de independentes é a confirmação.

AUTÁRQUICAS 2013: AFLUÊNCIA

Manuel Pereira de Sousa, 29.09.13

Até às 16h, a afluência às urnas foi de 43,43%. Ainda por apurar, até ao momento, o resultado real da abstenção - que poderá ser bastante marcada. Aqui se levanta a grande questão sobre a importância que a população está a dar à democracia e ao seu direito ao voto - mesmo que pelo meio exista desagrado em relação à qualidade da política e dos políticos dos nossos tempos.

UMA EXPERIÊNCIA FANTÁSTICA - O HUMANISMO

Manuel Pereira de Sousa, 26.09.13

Nestes dias tenho conhecido com algum detalhe algumas freguesias e lugares do concelho de Terras de Bouro (onde se inclui a Vila do Gerês e a Serra do Gerês) – motivo da campanha para as eleições autárquicas. Este concelho é bem o exemplo do empobrecimento e despovoamento do interior – uns morrem, outros vão para os grandes centros, outros procuram oportunidades fora do país. De um lado temos o Vale do Cávado mais desenvolvido, com mais emprego por causa do turismo; de outro o Vale do Homem mais dependente do emprego do Gerês e da agricultura de subsistência. São duas realidades muito duras e que estão a padecer por causa da crise económica que se instalou no país.

Visitamos várias casas e encontramos pessoas que não sabem ler e escrever, pessoas que dependem do emprego da autarquia porque não têm outra alternativa (dependência da máquina do Estado), pessoas acamadas, com mobilidade reduzida; casas em locais onde jamais se poderia pensar em lá chegar e com acessos estreitos, íngremes; locais com falta de água, saneamento básico; casas com construção deficiente e muitas ao abandono. Porém, reparamos em algo muito comum: a humildade das pessoas e a sua amabilidade ao receber-nos; pessoas de trabalho no campo ou então a gozar no seu banco do alpendre os tempos de reforma.

Caminhamos por locais que desconhecia e que espero voltar a percorrer, nem que seja para um retrato fotográfico.

 

Independentemente do resultado de 29 de Setembro, nas nossas listas pelo MPT – onde pretendemos implementar um plano de desenvolvimento muito simples e sem estabelecer compromissos ou falsas promessas (das quais este povo esta farto) -, fica uma lição para cada um de nós: a humildade das pessoas e a forma bem disposta como nos acolheram na sua humilde casa ou condição de vida, sem preconceito e sempre com uma palavra simpática. Uma humildade e a vontade de partilha com o cuidado de oferecer algo para beber ou lanchar. Qual complexo em cumprimentar alguém que tem as mãos sujas do trabalho do campo ou na madeira, quando recebemos este preenchimento pessoal?

 

A vida tem estas experiências humanas fantásticas e que me marcarão para sempre, muito mais importante que a experiência política que se adquire. Por vezes, podemos ser os sabichões - abertos ao conhecimento do mundo, das novas tecnologias e com acesso a toda a informação e formação -, porém, ao pé de muitas destas pessoas o sentimento é de pequenez porque transbordam de humanidade e simplicidade.

Foi uma grande experiência.