O INCONSEGUIMENTO DE ASSUNÇÃO ESTEVES
“O meu medo é o inconseguimento de estar num centro de decisão fundamental a que possa corresponder um nível social de frustração derivado da crise”. O quê?
Por muito que tente ouvir para transcrever o diálogo, tona-se muito difícil; só por esta frase devem saber ao que me refiro…. uma entrevista que a Presidente da Assembleia da Republica, Assunção Esteves, terá dado à Rádio Renascença.
Já a tinha visto este vídeo no programa “5 Para a Meia Noite”, da RTP, e decidi ver novamente. Porquê? Para tentar perceber alguma coisa do que a senhora diz. Mas, acho que ninguém consegue perceber nada de nada, nem o mais filosófico dos filósofos – acredito que pouca gente e mesmo muito pouca gente mostre algum interesse em tentar perceber.
“Um inconseguimento ainda mais perverso, o da Europa se sentir pouco conseguida” – que dirá Durão Barroso disto ou o Presidente do BCE? São eles os responsáveis do inconseguimento? E Senhora Merkel será inconseguida também? E a Grécia? A sempre inconseguida por causa do inconseguimento da Troika.
“E de ela (a Europa) não conseguir projetar para o mundo o soft power sagrado” – isto é brutal, BRUTAL!!!!, mas não sei o que é isto de soft power; será a sua religião de dignidade humana? Mas a dignidade humana é religião?
“Egoísmo que nos deixa castrados em termos pessoais e que nos deixa castrados em termos coletivos” – não percebi, mas parece-me humanamente profundo.
Ainda procurei no meu dicionário eletrónico se a palavra inconseguimento existe, mesmo que o word a sublinhe como incorreta, mas o dicionário pergunta se na realidade eu queria escrever conseguimento – o meu dicionário é um inconseguido.
Esta entrevista foi divinal pela parte do absurdo e da filosofia que nada diz a quem ouve e procura daqui retirar uma mensagem – eu sei que, vindo de quem vem, as mensagens são sempre muito criticáveis e na maior parte dos casos desnecessárias, mas esta do inconseguimento deixou-me de boca aberta.