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BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

BLOGUE DO MANEL

A vida tem muito para contar e partilhar com os demais. Esta é a minha rede social para partilhar histórias, momentos e pensamentos, a horas ou fora de horas, com e sem pés nem cabeça. Blogue de Manuel Pereira de Sousa

O PORTO É UM BAIRRO.

Manuel Pereira de Sousa, 17.01.17

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Gosto do Porto. Mas quando digo gostar não me refiro só às ruas turísticas, aos passeios, aos monumentos. Há algo que define mais o Porto: são as pessoas. Quando me refiro às pessoas, não são propriamente as dos hotéis, das lojas de recordações ou de alguns cafés e restaurantes. Faço referência às pessoas genuínas. O genuíno dos novos e dos velhos. O verdadeiro ADN do Porto.

 

Entro numa pastelaria, um pouco mais afastada do centro (fora do centro turístico e cosmopolita e alternativo da cidade) porque sei bem o quanto se paga por cada coisa que se consuma – aqui sempre é mais barato -; dou de caras com uma série de miúdas, umas mais novas que outras, umas mais magras outras mais cheiinhas, a servir dentro e fora do balcão; faço o meu pedido à menina que me vem atender - é uma miúda magra, branquinha e um ar meio pálido -, que se vira para o balcão ainda de longe faz o pedido às colegas alto e bom som – todos ficam saber, de forma mais rápida que eu a publicar no Facebook (se fosse minha intenção), que quero uma meia de leite morna e um lanche. Dentro do balcão lá trabalham todas para o meu pedido e para ou outros que vão sendo berrados – a pastelaria está cheia de pessoas sós e acompanhadas na sua tradicional rotina de manhã de domingo. As raparigas fazem mais festa que todos os clientes; falam alto umas com as outras, riem-se, pegam-se na brincadeira, brincam com os clientes da casa. Há uma alegria no ar. Há pessoas vivas e sem as mariquices das cordialidades de outros sítios. É ser genuíno. São educadas. Cumprem com o que lhes é pedido – são competentes. Sabem quando o senhor Domingos vem e estranham se o veem ali no Domingo. Reclamam com o senhor Horácio se este está mal disposto. A miúda percebeu um pingo e um copo de água, mas na realidade era um pingo e um pão com manteiga… problema com isso? Não, pede desculpa e ri-se, corrige o pedido, goza consigo própria sem qualquer preconceito do erro.

 

É disto que eu gosto nas pessoas, verdadeiras, não uma máscara de um atendimento padrão para todos os clientes da mesma maneira – torna os clientes próximos e em casa. O Porto tem esta maravilha que o distingue: um ambiente de bairro numa grande cidade.

SOMOS UM BOM POVO!

Manuel Pereira de Sousa, 15.01.17

Donald Trump está quase a tomar posse. Até lá vamos assistindo às despedidas de Obama e de toda a sua equipa. Nesta ronda das despedidas, saltou-me a curiosidade da despedida do Embaixador dos EUA em Lisboa, aquele que foi muito falado na altura do Euro 20016, pela sua forte confiança na vitória de Portugal.

Nesta hora da despedida, deixou uma mensagem de coragem aos portugueses e deixou o povo português de “peito cheio” ao considerar-nos como o povo mais acolhedor e o melhor povo do mundo. É tão bom ouvir esta opinião, independentemente de onde venha e da simpatia que se possa ter pela pessoa. É nestes pequenos reconhecimentos que me enche o orgulho em ser português. Não somos nem pequenos, nem tacanhos, nem tão pouco mesquinhos como nos achamos muitas vezes ou como, cá dentro, alguns nos querem apelidar. Somos simplesmente grandes, acolhedores e capazes de fazer grandes feitos. Precisamos sim, muitas vezes, é de pessoas que nos saibam liderar e conduzir para os grandes feitos dos quais fomos sempre capazes ao longo da nossa História.

A CONVERSA NA MESA DO LADO! O PODER DA COMUNICAÇÃO

Manuel Pereira de Sousa, 13.01.17

Há alturas que me apetece levantar da cadeira e meter conversa com as pessoas da mesa do lado, para lhes explicar onde fica a empresa que tanto procuram. O poder de falarmos a mesma linguagem numa conversa é determinante para que alguém seja compreendido e aceite pelos demais.

 

Estou a tomar o meu café descansado da vida. Na mesa do lado estão duas pessoas de idade na conversa; um de volta de papéis que mais parece um contrato ou uma fatura e outro de volta do telefone à procura de uma morada no Google maps. Por muito que tente ficar alheio à conversa do lado e concentrar-me na minha leitura: não dá. Estão demasiado próximos para me conseguir alhear; estão a provocar uma ansiedade e uma vontade de meter conversa para tentar esclarecer. Mas, não gosto de me meter na conversa dos outros, nem tenho motivo para o fazer - sujeito-me a levar uma resposta menos agradável.

 

Um dos senhores anda preocupado com uma fatura de uma empresa energética com quem já terá rescindido o seu contrato, mas que ainda assim lhe atira um valor superior a 100 Euros para pagar. O senhor precisa de ir a um ponto de contacto para tratar da situação, mas não sabe onde. O outro senhor pesquisa no Google maps e encontra a loja, mostra no telemóvel onde fica e os pontos de referência. Digamos que, para o outro senhor, que não parece ligar a tecnologias, olhar para aquele mapa ou não olhar é a mesma coisa: não percebe nada.

 

Chega outra pessoa à mesa que fica a par da conversa, o senhor do telemóvel está constantemente a explicar onde fica e como se vai para a dita loja - prova a veracidade da sua informação com o mapa -, mas é incompreendido por muito que repita. Este senhor precisa de alguém que ateste a sua credibilidade.

 

A mente humana tem tanto de maravilhoso e inteligente como de fixação por ideias tão próprias, que se torna incapaz de abrir a outros pontos de vista e perspetivas – não há esforço de um para procurar entender a ajuda do outro ou até para lhe pedir ajuda e provar a veracidade da informação: irem os dois à Loja. Digamos que o tempo que perderam a explicar seria suficiente para se deslocarem ao local.

 

O poder de falarmos a mesma linguagem numa conversa é determinante para que alguém seja compreendido e aceite pelos demais; se não existir esta capacidade, o comunicador fica entregue à solidão das suas ideias e teorias, por mais certas que estejam.

OBRIGADO SOARES MESMO NÃO GOSTANDO DE TI!

Manuel Pereira de Sousa, 10.01.17

Os últimos dias ficaram marcados pela morte de Mário Soares. A vida é mesmo assim. As grandes personalidades também morrem. Normal, pensarão os que leem. Por vezes, acreditamos que as grandes pessoas são imortais - de certa maneira são. Além disso, Mário Soares foi uma grande pessoa - será imortal na História, lugar que lhe é devido e que ninguém lhe tira.
Poderei estar a ser exagerado, por contágio do fluxo de informação que temos tido nos últimos dias, mas consigo estar distante das notícias e das opiniões, para tentar uma análise mais pessoal possível.
Soares não foi a pessoa perfeita. Sempre ouvi histórias, umas mais próximas que outras, que este não era a pessoa mais humilde e próxima, um tanto arrogante longe do considerado público. São histórias das quais há lugar para a dúvida porque a interpretação que cada um faz de alguém é sempre subjetiva. Mas acredito que não seria a pessoa mais fácil do mundo.
Soares não foi o político mais perfeito do mundo. As decisões que tomou não foram consensuais, como as de qualquer político que defende uma determinada ideologia que nunca é aceite pela generalidade. Foi um político com erros cometidos como qualquer outro.
Soares foi um grande Homem determinante para aquilo que somos hoje como povo e como país. Nunca gostou que lhe chamassem "pai da democracia"; diria que foi um homem da democracia e da liberdade (não esquecendo todos os outros que lutaram pelos mesmos ideias). Por muitas críticas que lhe possam fazer, estas são feitas porque este lutou pela liberdade que nos permite exprimir de forma diferente sem qualquer julgamento político, que a muitos, como ele, tiveram no exílio ou, na impossibilidade, ficaram nas masmorras da prisão.
Fazer, neste momento, um julgamento de tudo o que foi responsabilidade política de Mário Soares será talvez apressado. O tempo das redes sociais apressa muita coisa, inclusive a opinião, por vezes, exagerada dos acontecimentos e das pessoas. É importante, com o seu devido tempo, perceber os factos e as circunstâncias para se avaliar o papel desta personalidade.
Será fácil dizer que se cometeram erros, que o país passou pelo PREC de forma catastrófica; que a descolonização foi feita de forma errada. Mais difícil é saber de que outra forma tudo poderia ter sido feito, dadas as circunstâncias difíceis em que o país vivia. Uma coisa é o desejável outra o possível. Fácil é para aqueles que assistem de fora e que na hora de exercer o ato democrático conquistado, preferem ficar no seu comodismo.
A Soares agradeço ter nascido em democracia; fazer parte da União Europeia.
Obrigado Soares, mesmo não gostando de ti como pessoa.

UM NOVO ANO. A MESMA COISA DE SEMPRE.

Manuel Pereira de Sousa, 31.12.16

Chega ao fim mais um ano. Andamos agora na azáfama de preparar tudo para a festa de despedida, mas acima de tudo para a festa de boas-vindas do novo ano. Somos assim, mal agradecidos. Facilmente nos cansamos do ano e esperamos que venha logo outro. Vamos festejar a vinda do novo ano, vamos desdobrar em resoluções (as do costume), mas daqui a umas semanas voltamos à mesma "vidinha" de todos os anos. São poucos os que conseguem mesmo fazer vingar as resoluções do novo ano. Não desmoralizem, continuem a lançar as resoluções, as promessas para o novo ano. Lembrem-se que acabamos sempre por ser como os políticos - haverá sempre aquela circunstância que não permite a realização de algo. O ano que se aproxima será exigente ou não fosse a continuidade de transformação da ordem mundial que a todos vai condicionar. Os poderes mundiais começam a mudar e o xadrez político em que estamos envolvidos vai fazer dos cidadãos meros peões incapazes de qualquer mudança - incapazes dada a constante passividade em que vivemos.

TEMPO PARA RELAXAR

Manuel Pereira de Sousa, 19.11.16

Chove lá fora. A temperatura arrefece. Nada como ficar no aconchego do lar. Meia luz. Ambiente ameno. Roupa confortável. Uma música calma no ar. Uma bebida no copo. Tempo para parar, pensar. Olhar o mundo lá fora enquanto a noite cai. Quanto precisamos destes momentos. Quanto se deseja esta calma. Ainda bem que ela existe. Por pouco tempo? O tempo necessário para ser bem aproveitada.

AS EMOÇÕES NO AEROPORTO

Manuel Pereira de Sousa, 15.08.16

Eu percebo. Muitos percebem. Felizmente ou infelizmente – depende da ocasião. Os aeroportos são lugares de fortes emoções – alegrias e tristezas – separadas pelos lugares de partidas e chegadas. Nas chegadas há a alegria dos que regressam para junto das suas famílias e amigos. São os locais onde aqueles que esperam estão ansiosos, inquietantes, observadores do céu até o avião aterrar. As alegrias, os festejos, os sorrisos, os abraços, os beijos e as lágrimas festivas. É a longa espera que agora se concretiza em realidade. Nas partidas estão as emoções opostas. São lugares que apertam o coração, que dão o nó na garganta e abafam qualquer palavra que se queira expressar. Nas partidas os minutos passam rápido, como se o tempo ali fosse diferente dos outros sítios. Tenta-se adiar a despedida, mas o tempo obriga ao último abraço, ao último beijo, como se fosse a despedida definitiva dos familiares e dos amigos. Tantas lágrimas são absorvidas pelo ar das partidas - está carregado delas. São famílias inteiras, de todas as idades com o mesmo sentimento. Não vale a pena ficar ali cravejado a ver a partida das pessoas que mais amamos; há que partir e deixar para trás, para que aquele nó se possa desfazer lentamente nos minutos ou horas seguintes. Não há momentos, em que os aeroportos se libertem das emoções; talvez sejam os locais mais emotivos a par dos locais sagrados ou daqueles em que se faz a despedida definitiva, para uma viagem em direção a outro lugar que não aquele que pisamos.

CRÓNICA DE UM VERÃO NEGRO

Manuel Pereira de Sousa, 12.08.16

Acho lindo a publicação de imagem em homenagem aos nossos bombeiros – os heróis da tragédia -, mas não quero publicar essa homenagem no meu mural do facebook ou outra rede social porque cairei no risco, como os restantes: não lembrar destes heróis após a tragédia, nos outros meses do ano.

 

Para qualquer lugar que vá, nestes últimos dias, e olho para o horizonte reparo no céu carregado, no fumo que o vento espalha por todo o lado. Observo as montanhas à minha volta e vejo "fumarolas" aqui e ali, umas mais medonhas que outras. Confesso que sinto uma dor ao assistir a este cenário; tristeza por saber que as florestas deste país vão sendo delapidadas pelas chamas. As nossas florestas são indefesas, ficam muito à mercê de quem lhe quer mal – afinal muitos dos fogos são ateados por pessoas a meu ver sem qualquer escrúpulo. Em vários momentos do dia acedo ao site dos Fogos para perceber o panorama nacional – nem sempre estamos a ganhar a batalha porque o tempo não ajuda – calor, vento, falta de humidade -; quem dera que viesse uma chuva para apagar os fogos, molhar os solos, acalmar esta tormenta; quem dera, era um maná dos céus. Evito ler as notícias ou até o telejornal porque sei bem que o panorama não está fácil e ainda há muito que resolver. Até as redes sociais evito de aceder porque os incêndios passaram a ser as partilhas do dia e por lá circulam opiniões e comentários arrepiantes dos mais diversos lados – incendiários de opinião entre os que querem penas de morte, penas pesadas, os que defendem os bombeiros, os que acham que deve arder tudo na Madeira, os que acusam o governo e mais alguns -; a liberdade de expressão é um direito que assiste a todos e que me permite escrever estas palavras, mas no calor do momento há palavras e opiniões escritas sem ponderação – já chega de falta de ponderação em relação à gestão do património natural do nosso país, que é da responsabilidade de todos sem exceção. Acho lindo a publicação de imagem em homenagem aos nossos bombeiros – os heróis da tragédia -, mas não quero publicar essa homenagem no meu mural do facebook ou outra rede social porque cairei no risco, como os restantes: não lembrar destes heróis após a tragédia, nos outros meses do ano. Sim, esses bombeiros estão lá sempre, por vezes, a sobreviver e a manter as corporações com dificuldades financeiras e humanas e poucos serão os que terão o gesto de contribuir. Quantos compram aquelas rifas que os bombeiros vendem nas filas de trânsito? O governo que pague, dirão. Faço parte desses que olha com indiferença. Quando a tragédia passar, as vozes, que agora se levantam, vão-se calar e voltará tudo à mudez do costume até à chegada do próximo verão.

TER SOL PAGA MAIS IMPOSTO!

Manuel Pereira de Sousa, 01.08.16

O sol quando nasce é para todos. Quem tem mais sol vai pagar mais? Desculpem se a minha casa tem sol a mais. Mas eu não tiro sol a ninguém. Uma nova cláusula para o IMI. Ah, pelos vistos se tiver boa vista também é factor a ter em conta. Que se entende por boa vista? A rua ou a vizinha de deixar cair o queixo? Se estiver próximo de um monumento também tem a agravante. Agravante é quando o património está a cair em pedaços e quem determina regras para o IMI não tem isso em conta. Mais alguma regra? Se precisarem de algo que agrave o imposto à gente eu ajudo. Se a casa tiver água e electricidade deve-se cobrar mais. Se tiver tv paga acho que isso é factor a ter em conta. Já agora se entrar ar em casa agrave-se o imposto que uns têm mais ar que outros...

PALHAÇOS DE NARIZ NEGRO!

Manuel Pereira de Sousa, 31.07.16

Palhaços de nariz negro. Um amigo os apelidou assim. Estava eu esta manhã no café quando reparo na televisão. Credo! O que aconteceu? Estava sem som. Apenas dava para ler as letras gigantes: Alerta Terror! Em letras minúsculas fazia referência a algo estranho a acontecer no aeroporto de Lisboa - fugitivos na pista. Pensei o pior. Como o canal me é pouco credível, decidi aceder ao site de jornais mais sérios através do meu telefone. Afinal, era um caso de imigrantes clandestinos provenientes da Argélia. Ufa! Pelos vistos não é a primeira vez. E não é nada assim tão grave, apesar de alguns voos terem sido desviados porque a pista esteve encerrada durante trinta e quatro minutos. Alerta terror porquê? Que jornalismo este de sarjeta que nos é oferecido - puro sensacionalismo e exagero da realidade. Depois de muito tempo com este título e umas imagens do ditos fugitivos na pista (que mal se vê), mais um comentador que foi Ministro da Administração Interna, eis as notícias que se seguiram: um incêndio em Manteigas (fraquinho), mãe e filha agredida por vizinhos (morno), homem morre no poço (quase quente - pouco sanguinário). Eis de novo o Alerta de Terror a ocupar o destaque das notícias. Pelos vistos da CMTV pouco mais se pode esperar. É canal para puro espetáculo da matança e do sensacionalismo. O sangue, o horror, o drama - este seria o melhor slogan para o caracterizar. Concordo com a opinião de um amigo; estes jornalistas e quem os dirige são o triste exemplo do que não deve ser o jornalismo. Parecem mais a palhaços de nariz negro, que entretém o povo com estes acontecimentos, ampliando o normal dos acontecimentos. Dirão alguns que este canal e este tipo de jornalismo fazem falta tendo em conta as audiências alcançadas pela CMTV. É triste que lhes seja dada tanta atenção, revela bem o tipo de informação que se consome. A liberdade de expressão pode ser isto mesmo, mas onde fica o limite que impeça os palhaços de nariz negro? Mudar de canal.